>>Capítulo 35<<

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SOPHIA

Aquele clima já estava me irritando, o Felipe me encarando, como se quisesse falar alguma coisa, o resto do pessoal conversando sobre assuntos aleatórios e eu totalmente aérea. Bom queria uma resposta sobre todos aqueles olhares, então o encarei também, ergui uma sobrancelha, estava como se fosse um jogo. Aqueles joguinho de quem fica mais tempo sem ri, mas no nosso caso era de quem conseguisse ficar mais tempo olhando um para o outro.

Estava quase conseguindo ganhar esse jogo, mas quando ele sorriu meio de lado, me lembrei do nosso primeiro beijo, lá na cachoeira. Ahh droga porque isso sempre acontece comigo, tentei me  concentrar no "joguinho" mas não aguentava mais, todas aquelas lembranças estavam acabando comigo, me levantei bruscamente e sai pisando forte.


FELIPE

Quando a Sophia chegou na mesa fiquei meio sem graça, eu a olhava, ela tentava desfarsar quando eu olhava para ela. Eu só queria saber o que ela sentia por mim, mas ela não olhava diretamente nos meus olhos.

Parei de olhar para ela, então Sophia começou a me encarar, foi quando começamos a nos encarar. Ficamos ali, nos encarando, deliciando-nos um da visão do outro e a atmosfera estalando de tão carregada. Ela me olhava confiante, com aqueles olhos verdes hipnotizantes que pareciam ver a minha alma, ela morde o lábio, isso é jogo duro. Ela é tão linda, é uma mistura de coisa fofa com braveza, de palavras meigas com boca suja e isso meio que me enlouquece.

Sophia se levantantou rapidamente e saiu em passos duros, quando faço menção de ir atrás dela, a Rafa me impede.

— Deixa, eu vou atrás dela!— fala e se levanta.

Mordo a bochecha escondendo a decepção e a vejo se afastar da mesa indo para a porta do refeitório.

RAFAELA

Eu desvio a atenção do papo do resto do pessoal e vejo Sophia e Felipe se encarando, sinto o clima pesado no ar. Então ela se levanta e sai praticamente correndo do refeitório, quando Felipe diz que vai atrás dela eu falo que eu mesma vou.

Sai do refeitório e vou atrás da Sophia, quando chego do lado de fora ela não está. Tentei imaginar onde a Sophia poderia está. Fui até o quarto, mas não vi ela lá, procurei no pátio e na quadra. Não sei porque mais passou por minha cabeça que ela poderia está no quarto dos meninos. Fui até lá, mas ela não estava.

Não fazia ideia de onde a Sophia pode ter se metido, dei mais uma procurada e depois desisti. Talvez ela quisesse ficar um pouco sozinha.


FELIPE

Quando a Rafaela foi atrás da Sophia, eu sai atrás dela, sem que ela percebesse. Vi a Rafa saindo do quarto, provavelmente não encontrou Sophia.

Então eu pensei aonde um lugar em que ela poderia está, me lembrei de quando a Rafa falou que a Sophia não deixou que um dos cavalos do curral, fosse sacrificado.

Vou rapidamente até o curral, quando cheguei lá vi um homem escovando um dos cavalos. Eu fui até ele e perguntei sobe a Sophia, descrevi a fisionomia dela e ele me disse que ela tinha saído com o cavalo pouco tempo antes.

Peguei outro cavalo, não sei porque mais algo me diz que ela poderia está na cachoeira, mas eu sabia de um atalho.


SOPHIA

Saio do refeitório e vou fui até o cural, quando chego, procurei o Tornado, vejo Chico na cela, ele estava escovando o Tornado.

— Oi!— disse me aproximando.

— Oi!

— Posso escovar ele?— pergunto.

— Claro, mas toma cuidado!— Chico diz e me entrega a escova.— Ele parece gostar de você!

— Nós nos entendemos!— Chico riu.

Ele sai da cela, ficamos só eu e o Tornado. Eu escovo seu pelo escuro e a crina preta. Já tinha acabado de escovar ele.

— O que acha de um passeio?— falo para o cavalo, Tornado relincha, encaro como um sim.

Pedi ao Chico que colocasse a sela nele para mim.

— Toma cuidado com ele!— diz quando eu subo.

— Pode deixar, Chico!— digo antes de soltar as rédeas do Tornado e começar a cavalgar.

Pego a trilha para a cachoeira, quando chego vejo um cavalo amarrado em uma árvore. Com certeza tem mais alguém aqui, fui  andando, com um pouco de medo, não sabia quem era, podia ser um sequestrador, um traficante, ou até mesmo um estuprador. Sentir alguém atrás de mim, não queria virar para trás, mas aí senti mãos tampando os meus olhos.

— Aaaaaaah!— gritei, a pessoa se assustou e se afastou.

— Calma, Sofi, sou eu!— vejo Felipe, levo a mão no peito e meu coração está acelerado.

— O que você está fazendo aqui, garoto?

— Vim te ver!— falou.

— Aff, será que você não consegue me deixar um minuto em paz?

— Você sabe que eu não consigo!— fala com um sorriso maroto no rosto.

— Ah, vai embora logo e me deixa sozinha! — digo.

— Não antes de saber por que você ficou me olhando daquele jeito no refeitório.

— Não foi nada!

—  Sei, será que pode apenas me contar a verdade?

— Não sei que verdade, eu já disse que não foi nada, que droga!

— Não quer falar, ok!

Ele vai se aproximando de mim e eu recuo, quando vejo, minhas costas batem contra uma árvore e Felipe me encurrala e deixou sem passagem. Tentei o empurrar, mas ele era bem mais forte que eu.

— Me solta!

— Primeiro fala!— diz com o rosto próximo demais do meu, tanto que tenho dificuldades para raciocinar.

Ironias do Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora