>>Capítulo 33<<

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SOPHIA

Não sabia para onde estava indo, estava andando pelo acampamento meio sem rumo, ouço um cavalo relinchar e vou atrás do som, quando chego no curral vejo vários cavalos, mas um me chamou a atenção. Ele é todo preto, grande e forte, tentei passar a mão na sua crina negra e vistosa. Mas o cavalo se mexe e relincha.

— Saia de perto desse cavalo, menina!— disse um homem que aparenta ter a idade do meu pai, ele tinha alguns fios brancos no cabelo e uma barba por fazer.

— Por quê?— disse me afastando do cavalo.

— Você pode escolher qualquer cavalo daqui, menos esse aí.— ele diz.

— Mas por que?

— Ele é perigoso, ninguém aqui conseguiu montar nele!

— Ele é bonito, qual o nome dele?— pergunto olhando para o cavalo.

— Tornado!— o homem diz.— Agora tenho que ir, tenho muito trabalho, toma cuidado com o Tornado! — ele avisa e eu me aproximei da cela.

— Tornado! Gostei do seu nome, acho a gente combina, por onde passamos deixamos bagunça!— falo irônica.— Mas agora temos um ao outro!

Abri a cela e entro, passo a mão na crina preta do Tornado e faço carinho no pescoço dele. Pego a corda em que ele estava selado e levei ele para o lado de fora do curral.

— Ô menina, o que eu te falei sobre não chegar perto desse cavalo?— o mesmo homem de antes disse.

— Eu só trouxe ele para correr!— digo.

— É para deixar ele lá dentro, amanhã ele vai ser sacrificado!— fiquei horrorizada com o que o homem disse.

— Não, não ele não pode ser sacrificado!— falo rapidamente.

— O dono do cavalo quer que ele seja sacrificado!— fala o homem rabugento.

— O cavalo está machucado? Doente?—pergunto e o homem nega.

— Mas, vocês não podem matar o cavalo, ele não fez nada!

— Menina, ele jogou um menino no chão e quase matou o dono!— o homem diz.

— Uhum!— disse e fiz uma careta.

— Agora me dá esse cavalo, menina, que eu tenho que continuar o meu trabalho!

— Olha aqui, vê se para de me chamar de menina que meu nome é Sophia, ok?— Disse perdendo a paciência e ele pega a corda do Tornado da minha mão.

Um homem loiro aparece e diz que o Tornado será sacrificado amanhã de manhã. Fico passa, como podem sacrificar um cavalo assim sem dó nem piedade? Tem que ter muito culhão e sangre frio para tal barbaridade.

Eu preciso fazer alguma coisa para impedir que o Tornado seja sacrificado por esse homens bárbaros e sem coração. Tento pensar em uma ideia para ajudar Tornado, mas não havia muitas possibilidades.

O que eu uma menina sozinha pode fazer para parar esses homens sem coração?

Saio do curral e vou andando, em meios aos meus pensamentos, me lembrei do Felipe, não consigo esquecer a cena dele e da Jenny se beijando. Sinto meu coração apertar quando lembro que já vivenciei um coisa parecida, o Nathan e a Vitória na cama. Eu sei que eu e o Felipe só estamos ficando e não tempos nada sério, mas infelizmente me abalou e muito. Eu estava começando a criar sentimentos por ele e pensei que fosse recíproco. Mas onde eu estava com a cabeça? Ele é Felipe Werneck, o maior galinha e pegador da escola toda, foi idiotice minha achar que ele ficaria apenas comigo. O pior de tudo é perceber que novamente fui trocada.

Entro no quarto e lá estava Felipe, ele estava conversando com Igor e Matheus deitados cada um em sua cama, mas eles não estavam dormindo, eles estavam conversando e para piorar o assunto ainda era eu. Eles param de falar quando meu viram, se olharam e depois os olhares parou em mim, tive a impressão de que o eles estavam falando coisas ruins ao meu respeito e pensaram que tinha escutado.

— Droga!— Falei meio baixo, quase inaudível, dou meia volta e saio do quarto.

Fui no quarto das meninas, Rafa, Ana Clara, Gabi e Vinicius estavam deitados também conversando. Senhor o que deu nesse povo?

— Vinicius, será que posso falar com você rapidinho?— pergunto.

— Claro!— ele sai do quarto e fecha a porta atrás de si.— Aconteceu alguma coisa?

— Não, bom com certeza você já sabe que eu não estou muito bem com o Felipe.— digo e ele assentiu.— Eu queria saber se você pode trocar de quarto comigo de novo?

— Claro, posso sim, Sophia!

— Ah ainda bem, porque é melhor ficar em um quarto onde pelo menos não estão conversando comigo, mas me amam, do que ficar em um quarto onde há uma pessoa que você confiou e gostou, só que usou tudo que eu sentia contra mim.

— É eu te entendo, mas você gosta do Felipe?— quando ele pergunta eu percebo que falei demais.

— Bom, não sei ao certo, mas achei que o que a gente tava tendo significou alguma coisa para ele também. Mas eu sou uma idiota por achar que o Felipe deixaria de ser um galinha. — disse sem ao menos prestar atenção no que eu disse, Vinicius sorriu.

— Vou pegar minhas coisas!— ele fala e entra novamente no quarto.

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