Foi difícil dormir. Tentei me convencer de que era porque eu estava ciente do meu erro, mas a verdade era que eu estava era ansiosa para a entrevista do Alex. Era uma péssima ideia ficar pensando no Alex tanto assim. Primeiro porque não havia a menor chance dele falar algo diretamente para mim. Segundo porque ele é a droga de um ator famoso, mundialmente conhecido e desejado pela maior parcela da população feminina. Terceiro porque era simplesmente uma péssima ideia.
Sim, coisas aconteceram. E era verdade que eu conseguia lembrar com clareza da sensação dos seus lábios nos meus.
Mas era justamente por isso que continuar pensando nele era uma péssima ideia.
Não tem a menor chance disso, seja lá o que isso for, dar certo. Preciso parar de insistir no erro, não é racional. Revirava na cama do hotel, desejando estar sem todos aqueles gessos que dificultavam minhas tentativas de achar uma posição confortável. Cadê minha cama oráculo e meu pijama da sabedoria quando eu mais preciso deles?
Ainda assim, não conseguia dormir, pensando na entrevista. Não que eu não tivesse visto um milhão de entrevistas dele, por causa da Mariana. Porém, era diferente agora que eu o conhecia minimamente.
Eu fiquei na cama no dia seguinte pela manhã, ciente de que não tinha dormido direito e com preguiça de levantar e encarar a vida. Eu sabia que Mariana já estava acordada, pois conseguia ouvi-la conversando com Igor na sala. Aparentemente os dois estavam discutindo sobre o horário da entrevista do Alex e Igor estava tentando convencer Mariana que comprar pipoca era exatamente o que eles precisavam fazer naquela manhã gélida londrina.
Dormi novamente. Acordei com os berros de Mariana.
― Kate, vai começar!
Meus olhos abriram e fecharam algumas vezes. Eu cochilei, mas ela logo gritou de novo:
― KATE, VOCÊ ESTÁ PERDENDO.
Eu ainda demorei um tempo até lembrar do que ela estava falando. Na verdade, só consegui lembrar porque ouvi Igor gritar:
― Katerine, levanta sua bunda e vem já ver esse pecado em forma de Alex na tela!
Eu pularia da cama, se pudesse. Como meus gessos não me permitiam, tentei sair dela o mais rápido possível. O que, como você pode imaginar, não era realmente muito rápido.
― Kate! Kate! KATERINE – ouvi Mari gritar quando consegui me alçar da cama. – Você precisa correr aqui.
— Aff Mariana, eu não consigo correr, lembra? - gritei de volta, me arrastando do quarto para encontrá-la. – Meus gessos! Tá parecendo seu irmão.
— Shh! - ela reclamou, apontando para a televisão. - Você tem que ouvir isto.
Então ela aumentou o volume até estar a ponto de estourar meus tímpanos. Entretanto, não deu tempo de reclamar porque a voz de Alex Rodder ressoou pelo recinto, num inglês perfeito:
— Essa é uma pergunta difícil. Acho que teria que dizer as músicas do Rooney.
Meu coração falhou uma batida. O quê?
— Qual foi a pergunta? - perguntei desesperada para Mariana.
— Banda preferida. – Igor que respondeu.
O que ele estava dizendo? Rooney era a minha banda preferida.
— Ora, na sua última entrevista aqui você citou Boston, do Augustana. Os CDs da banda nunca venderam tanto. - o entrevistador comentou, em um tom de surpresa. Vi Mariana assentindo e me lembrei dela dizendo que quem havia mostrado Boston para ele tinha sido a Gabriella. Essa informação fazia parte dos monólogos. - O que te fez mudar de ideia?
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Tiete!
Teen Fiction"Mariana é minha melhor amiga desde sempre. Provavelmente quando nós duas estávamos na barriga de nossas mães já tínhamos um dialeto próprio e passávamos horas conversando. - Então a fofoca é que Alex está cotado para fazer um filme novo que vai ser...
