Casamento: I love you, I know

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Alexander

Eu comecei a ficar nervoso. Não sabia que passaria por essa situação, afinal, era Katerine. E nem tinha mais tanta gente assim na nossa casa de vidro. Nossa família, alguns amigos próximos e o juiz. Este último estava me olhando com um pouco de pena, o que piorou o nervosismo. Um cara que tinha sido forçado a assinar um contrato de aproximadamente quinze páginas antes de ser autorizado a presidir a cerimônia estava com pena de mim. No dia do meu próprio casamento.

— Ela virá — o juiz disse. Ele estava usando um robe jedi marrom, longas botas e calça branca. Eu precisava checar com Sophie, que estava por trás de todo figurino da celebração, mas acho que era para ele ser o Mace Windu.

Igor não ficaria feliz. Ele também estava vestido de Mace Windu. Sobre a fantasia dele, eu tinha certeza. Quando cheguei na casa de vidro, ele correu na minha direção para me contar e dar uma volta, para que visse todo seu "esplendor". Claro que também aproveitou o momento para perguntar se, por um acaso do destino, eu não tinha convidado a Lady Gaga para a cerimonia intimista do meu casamento.

— É claro — eu respondi, tentando sorrir. — Já deve estar chegando.

Katerine estava trinta minutos atrasada para o próprio casamento. Não era só o juiz de paz que estava me olhando com cara de pena. Todos os nossos menos de cinquenta convidados também me encaravam como se sentissem da mesma forma. For the mother of God, ela só estava meia hora atrasada. Todo mundo ali deveria saber que Katerine nunca foi a pessoa mais pontual do mundo. E, além disso, eu não estava vendo Mariana e Sophie em lugar nenhum – o que só podia significar que elas estavam juntas.

— Está nervoso, filho? — minha mãe levantou da primeira fileira e se aproximou, aparentemente, tentando me consolar.

— Sim — eu respondi de imediato. — Quer dizer, não — ponderei — Quer dizer, cadê ela?

— Tenho certeza que ela já está chegando — ela respondeu. Estava vestida de Padmé Amidala, com um longo vestido azul e túnica e os cabelos amarrados para trás com alguma espécie de ferro dourado.

— Sim — eu respondi, arrumando meu colete. — Com certeza.

Pelo menos era o que eu estava dizendo para mim mesmo. Ela ia aparecer muito em breve, sorrindo daquele jeito deslumbrante de sempre e me fazer esquecer em um segundo toda insegurança que seu atraso me fez sentir. Para alguém topo das listas, como ela sempre gostava de ressaltar, eu era realmente um poço de insegurança. Será que ela tinha pensado melhor? Eu sabia que a fama ainda era algo que a incomodava, apesar dela estar lidando cada vez melhor com todos os elementos dela. Tinha um talento nato para dar belas respostas aos repórteres e para se esconder de fotos. Era bonito de ver. Às vezes eu ficava parado do lado, encarando e com vontade de gargalhar. Pode procurar na internet.

Alguém levantou de sobressalto e eu virei o rosto para averiguar, assim como minha mãe. Era Caio. Ele estava com o celular na mão e começou a correr na direção das portas de vidro. As pessoas sentadas também giraram seus rostos para encarar, especialmente quando eu saí correndo atrás dele. Agarrei seu braço antes mesmo dele chegar até a porta. Nós dois cruzamos e a fechamos, evitando que alguém ouvisse seja lá Deus o que tivesse escrito naquele celular.

Caio também estava vestido de Jedi, mas eu acho que não era ninguém em especial. Não tenho certeza se ele sequer sabia quais eram os personagens dos filmes, se é que ele já tinha assistido algumas vez. Eu soltei seu braço, encarando-o apreensivo.

— O que aconteceu? — eu perguntei.

— Um pequeno acidente... — Caio começou, baixando o celular.

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