Capítulo 37 - Cabum

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— Desde quando você tem escondido isso da gente? – Mariana perguntou, irritada.

— O quê? – Me fiz de sonsa.

A questão é, a casa estava ruindo e eu precisava de um pouco de tempo para pensar no que eu precisava contar e no que eu simplesmente não precisava.

— Desembucha, garota – Igor entrou na discussão. – Quem é que está mandando mensagens nesse celular aí?

— Porque eu estou chutando que não é Caio – Mariana palpitou.

— E estamos esperando que também não seja Roberto – Igor completou.

Encolhi-me no sofá.

— Por que não pode ser uma pessoa normal, tipo minha mãe? – Perguntei.

— Você não responderia com esse sorrisinho se fosse sua mãe – Mari apontou.

— Sim, está quase pior que a cara do Hawaii – Igor concordou.

Encolhi-me ainda mais no sofá, desejando ser sugada para dentro dele.

Tudo bem, eu podia contar que Alex estava me mandando mensagens... Não era nada demais. Agora, eu precisava contar o resto? E com resto quero dizer o que aconteceu na casa de vidro e nunca mais vai se repetir porque não faz sentido nenhum? Porque eu realmente esperava não precisar contar isso.

— Não sei do que vocês estão falando.

— Ai meu Deus, Igor, nós somos dois idiotas – Mariana se escorou no garoto, um pouco chorosa. – Desde quando isso está acontecendo?

— Aposto que desde sempre – Igor respondeu, colocando lenha na fogueira. – Eu já estou desconfiando há um tempo. E você também, Mari, mas está em processo de negação.

— Não – ela disse.

— Não? Você largou seu jantar e não comeu nem uma batata frita quando você e Kate discutiram sobre a situação pela primeira vez – Igor relembrou.

E eu, adivinha? Encolhi-me no sofá.

— Não sei do que você está falando – Mariana respondeu.

— Não à toa vocês são melhores amigas! – Igor palpitou. – Duas cabeças duras.

— Melhores amigas não escondem segredos assim uma da outra! – Mariana gritou, por fim.

Estava demorando.

— Eu não sei do que você está falando. Realmente, não tem nada entre Alex e eu – eu respondi, sem alterar meu tom. – Sim, ele me manda algumas mensagens, mas não é nada demais... Dessa vez ele só queria saber o que eu tinha achado da entrevista.

— Mas você não vê ele mandando mensagem para gente – Igor palpitou, colocando mais lenha.

— Não vê mesmo! – Mariana gritou novamente.

— Vocês não têm um número inglês, talvez ele mandasse se vocês tivessem – eu respondi, dando de ombros.

— Katerine, ele mandou a mensagem querendo saber o que você achou da entrevista e não o que nós achamos – Igor apontou. – Você mesmo disse. Não precisa mais ficar mentindo... Nós queremos saber os fatos.

— Não tem fatos – eu respondi imediatamente.

— Para de mentir, Kate! – Mari gritou. – Eu achei que você era minha amiga, sua mentirosa.

Tiete!Onde histórias criam vida. Descubra agora