Nós saímos da casa dos pais de Alex perto da hora do jantar, no Domingo. Passamos o dia mais preguiçoso da semana jogando papo fora. Todos nós, exceto Sophie porque:
― Eu me recuso a sair desse quarto enquanto essa garota ainda estiver aí fora.
Eu via a dor que essa declaração causava em Alex. Ele apertava os ombros, como se fosse uma profunda causa de mágoa. Porém, na disputa, ficava do meu lado – o que não fazia mesmo nenhum sentido.
Se eu devia me sentir magoada, os planos de Sophie vinham falhando miseravelmente. Era ligeiramente ruim não ser bem aceita por toda família, mas os demais compensavam a antipatia de Sophie sendo as melhores pessoas do universo.
Tanto que, quando me despedi, tive que segurar o choro. Meu dias na Inglaterra estavam acabando e talvez eu não voltasse a ver os Rodders tão cedo. Ou nunca mais.
Ainda estava triste enquanto Alex dirigia para o restaurante da amiga da sua mãe – nosso recanto alimentar favorito. Eu estava vestindo o vestido temático de quadrinhos que Alex havia me dado de Natal e estava chateada: não era para eu me sentir tão triste em um vestido tão lindo.
Nós paramos em uma rua próxima, como sempre fazíamos. O restaurante era em uma rua muito pequena, que não comportava carros e também não tinha estacionamento.
Estávamos caminhando distraídos. Alex sabia que eu estava triste e me contava todo tipo de história engraçada, tentando animar meus ânimos...
― Porque quando eu tinha 13 anos, quebrei a lâmpada da escola... Com uma banana.
Eu ri. Muito porque era o que ele queria que eu fizesse, mas também porque a história era um pouco engraçada.
Atravessamos a rua e viramos a esquina. Alex parou abruptamente. Eu abrir a boca para perguntar o que estava acontecendo, mas ele esticou a mão para tampá-la. Eu gemi de susto e ele me puxou contra a parede. Apontou qual era o problema com a outra mão.
Então eu vi. Poucos metros à frente estava uma horda de paparazzi, com as câmeras apontadas para o restaurante.
― Como eles sabiam? – Alex sussurrou. – Será que foi Sophie?
Eu estreitei os olhos. As câmeras estavam piscando e fazendo barulho de fotos. Por que eles estariam tirando fotos do restaurante sem nós? Forcei minha vista.
Então os vi. Caio e Gabriella. Eles estavam sentados em uma mesa colada na janela, como objetivo fosse mesmo aparecer para as fotos.
― Eles não estão aqui por nós – eu disse. – Caio e Gabriella estão lá dentro.
― Caio e Gabriella? – Ele estreitou os lindos olhos. – Não enxergo nada. Que falta faz usar meus bloody glasses.
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Tiete!
Teen Fiction"Mariana é minha melhor amiga desde sempre. Provavelmente quando nós duas estávamos na barriga de nossas mães já tínhamos um dialeto próprio e passávamos horas conversando. - Então a fofoca é que Alex está cotado para fazer um filme novo que vai ser...