Capítulo 39 - Um pouco de sorte não faz mal

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Eu cheguei na festa sozinha. Mariana tinha ido se arrumar no hotel de Igor e Caio... Bem, eu esperava que ele já estivesse no inferno.

O processo de arrumação foi um pouco complexo, já que eu tinha meio braço totalmente inútil. Em linhas gerais, fui bem-sucedida graças a alguns tutoriais no youtube e muita paciência.

Ainda assim, quando o taxi me deixou na porta do prédio de Alex eu estava um pouco apreensiva com a possibilidade de ninguém reconhecer minha fantasia.

Todo medo se dissipou quando o porteiro, que correu para abrir a porta do taxi, de um sorriso zombeteiro e disse:

— Boa noite, princesa Leah! Não estávamos esperando a senhora tão cedo! Se soubesse teríamos pedido uma comitiva para te receber... – ele me ajudou a sair. – Se bem que acho que já estamos fazendo um ótimo trabalho bloqueando a passagem da comitiva de paparazzis.

— Ah, sem dúvida! – Eu disse, genuinamente agradecida. A última coisa que eu precisava era (outra) foto minha nos sites de fofoca.

— Oh – o porteiro disse quando reparou no meu gesso. – O que aconteceu no seu braço?

— Foram os Sith – eu respondi, na brincadeira.

— Ah, sempre eles! Vamos torcer para que no próximo ano não tenha mais Siths, não é mesmo? – Ele riu, enquanto me guiava para dentro do elevador. – Feliz ano novo.

— Feliz ano novo – eu respondi, antes do elevador fechar.

Por sorte o porteiro tinha operado o elevador remotamente. Ele tinha um milhão de botões, como uma nave espacial, e eu simplesmente não saberia mexer nele, nem que dependesse da minha vida. O trajeto era curto e a porta abriu rapidamente, com um apito.

Eu não sabia muito bem o que eu estava esperando, mas provavelmente não era o apartamento da Lily Van Der Woodsen/Bass/Humphrey (depende da época de Gossip Girl que estamos falando).

O elevador dava em um pequeno e elegante hall que se conectava a maior sala que eu já vi na vida. Eu forcei minhas pernas a trabalharem e dei um passo para fora, totalmente incerta sobre o que fazer.

A sala já estava lotada, mesmo sendo gigantesca. Vampiros, coelhinhas, policiais e gatinhas estavam por todo lugar, conversando em pequenos grupos, dançando em uma pista de dança improvisada ou olhando a vista pelas janelas com o pé direito mais alto que eu já vi na minha vida.

Fiquei na dúvida entre olhar e tentar reconhecer alguém conhecido ou, simplesmente, perambular pela festa solitária. Eu poderia pegar uma bebida, por exemplo. Era mais seguro, inclusive. Não sei se aguentaria a emoção de encontrar o Johnny Depp sem soltar um berro do qual Mariana ficaria simplesmente orgulhosa.

Se é que ela ainda poderia ficar orgulhosa de alguma coisa que vem de mim.

— O que eu posso fazer para a Princesa? – O barman disse e eu suspirei aliviada. – Não sei se temos drinks dignos do Império.

Eu segurei o cardápio das bebidas na frente do rosto (tinha um cardápio de bebidas!!!!) para tampar uma possível vermelhidão. Demorei muito mais tempo do que uma pessoa normal, pensando que tipo de festa tem um bar, com barman, no meio da sala de estar.

— Una pinã colada, per favor – Ryan Rainfield, melhor amigo de Alex, pediu. AO MEU LADO.

Bom, aparentemente, o tipo de festa em que RYAN RAINFIELD que provavelmente também está na lista de 25 solteiros com menos de 25 anos, pede uma bebida BEM AO MEU LADO. Claramente, não é o tipo de festa que eu normalmente era convidada.

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