Capítulo 15 - Só acredito vendo

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— Katerine.

— Oi, Caio - respondi, tentando ficar calma. - Gostou da apresentação?

— Isso foi para mim?

Não respondi.

— Katerine, nós tínhamos um combinado.

Meu coração voltou a bater rapidamente, por motivos totalmente diferentes daqueles de quando eu estava em cima do palco.

— Sobre o que exatamente? - perguntei, tentando ganhar tempo.

— Sobre nós.

Eu dei um passo para frente, subitamente enfurecida.

— Nós tínhamos um combinado? Nós não tínhamos um combinado, Caio.

— Eu achei que você soubesse que não tínhamos nada sério...

— Sim. Você achou que eu soubesse que "somos só amigos que gostam de se pegar de vez em quando" - respondi, revirando os olhos. - Eu sempre soube disso. Quem parece não saber disso é você.

— Eu? - ele pareceu ofendido, juro para você. - Como assim eu?

— Você me trata como uma maldita namorada sendo que eu não sou nada sua! Você não tem o direito de palpitar sobre quem eu ando, de cercear meus relacionamentos ou de reclamar se eu acho alguém bonito. Você não teria o direito de fazer isso nem se fosse meu namorado. Mas me diga, Caio, se eu não sou nada sua, qual é o limite do seu papel em minha vida?

Seus olhos se estreitaram, como se tentasse entender onde eu estava indo com aquele discurso.

— Eu tinha os "limites" do nosso "relacionamento" bem claros na minha cabeça, Caio, ainda que você nunca tenha me falado deles. Eu criei-os e delimitei-os organizadamente, mas toda vez que você agia como se fosse meu namorado, eles iam sendo destruídos e eu ia caindo na sua balela... E ia me apaixonando por você, sem perceber e sem querer.

— Você não deveria ter se apaixonado por mim, Kate.

— Eu sei. Eu não deveria mesmo - respondi, com as lágrimas beirando os olhos. - Mas a culpa foi sua.

— A culpa não foi mi...

— A culpa foi sua, cacete - estourei. - Quer saber, Caio? Se eu não sou sua namorada, não quero ser nada sua! Adeus.

Contornei-o a fim de chegar até a saída da coxia, dando de cara com Roberto, Mariana, Igor e minha mãe - essa última com a câmera de filmar em punho - empoleirados no topo da escada. Ótimo. Quando eu achava que o momento não podia ficar pior. Abri caminho também entre eles, correndo escada abaixo antes que alguém pudesse ver minhas lágrimas caindo.

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Caio me mandou mensagens durante toda noite e por todo o dia seguinte. Eu fazia questão de visualizá-las porque o whatsapp mostrava para ele que eu tinha lido, mas não respondi nenhuma. Eu responderia, se achasse que alguma delas merecia minha atenção. Todas eram um compilado de: "eu achei que você soubesse", "eu não estou pronto para um relacionamento", "eu gosto muito de você, mas...", "por favor, quero continuar a ser seu amigo". Minha mãe veio me avisar pelo menos três vezes nesse meio tempo que ele tinha passado para tentar falar comigo, mas ela tinha dito que eu estava me sentindo indisposta. Por mais que não entendesse totalmente o que estava acontecendo, entendia que eu não queria vê-lo nem pintado de ouro e isso era suficiente.

Eu precisava de espaço. Eu precisava me distanciar só um pouco dele. Era muita informação para ser digerida e processada. Até para mim mesma, que fui nocauteada pelos meus próprios sentimentos. Eu só queria ficar quieta um pouco e pensar no assunto. De preferência nos meus pijamas da reflexão e na minha cama/oráculo. Todavia, Mariana, Roberto e Igor foram para minha casa, junto com minha mãe e minha bateria e se empoleiraram no pé da minha cama, achando que suas companhias poderiam me fazer algum bem.

A companhia de ROBERTO? Eles só podiam estar de sacanagem com a minha cara.

Mesmo assim, eles não arredaram o pé do meu quarto até eu cair no sono, exausta e com muita raiva – de Caio e deles, depois de onze horas da noite. No domingo, a primeira pessoa que eu vi quando acordei foi Mariana, sentada de novo no pé da minha cama. Ela estava me olhando com uma expressão de profunda pena e isso me deu mais raiva ainda.

— Não quero sua pena, Mari - eu disse com a voz rouca de sono.

— Eu sempre te disse que meu irmão era um idiota - disse ela, jogando-se contra mim na cama. - Você merece alguém muito melhor do que ele. Você é a melhor pessoa que eu conheço, Kate, e merece uma pessoa igualmente maravilhosa.

Eu me forcei a sorrir, porque sei que era isso que ela esperava que eu fizesse. A segunda coisa que ela esperava que eu fizesse era assistir uma nova maratona de filmes do Alex Rodder, ainda que fora de época. A única coisa que me fez assistir foi o enorme pote de sorvete que ela trouxe junto com os DVDs.

— Ah, Kate... - ela disse, em uma das cenas de declarações românticas do personagem de Alex Rodder para a personagem de Gabriella. - Você merece alguém assim, sabe? Igual ao Alex Rodder.

Eu ri genuinamente dessa vez.

— Mariana, ele deve ser o maior idiota da vida. Você sabe como esses galãs de Hollywood são.

— Ele não é - ela defendeu o amado. - Ele é incrível. Ele é uma ótima pessoa, de verdade mesmo. E ele pode até trabalhar em Hollywood, mas é inglês. E esse filme também é produção inglesa.

Então iniciou um novo monólogo sobre como Alex era maravilhoso, um cavalheiro, prestativo, culto, sincero, educado, generoso, solidário, amigável, trabalhador, estudioso, fiel, honesto, talentoso, modesto e qualquer outra qualidade que você possa vir a pensar. Eu bocejei, entediada. Ninguém era assim, pelo amor de Deus. Nem a melhor pessoa do mundo (na concepção de Mariana, eu) era assim.

— Tá bom, Mari, tá bom! Eu só acredito vendo!

Mal sabia eu o quão perto disso eu estava naquele momento.

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Eiiiiiiiii, oi! Meu bônus tá aí!

SEI QUE É PEQUENO, mas gente, segundo capítulo da semana, NÉ? Não me odeiem.

Aliás, me amem > Segunda é meu aniversário!!!!!!!!!!!!!! Eu não gosto de fazer aniversário, mas tô animada pra esse. Mesmo que não vá nem comemorar e que ele caia numa segunda, kkkkkk.

Espero que vocês gostem do capítulo, das tretas e confusões e desse Alex que mal apareceu e já amo.

NÃO ESQUEÇAM de mandar perguntas/dúvidas sobre como é escrever uma história no wattpad. 

Na terça tem mais Tiete!

Beijos e muito obrigada por tudo


Tiete!Onde histórias criam vida. Descubra agora