Capítulo 16 ........... Felizes para Sempre

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Scarlatti Narrando



Os medos dele ainda não haviam ido embora. O que quer que assombrasse aqueles lagos verdes-acastanhados ainda o torturavam. Por esse motivo, e para deixar o clima mais leve, foi que eu ergui o rosto e forcei um sorriso.

- Que tal um banho? - Sugiro, agitando as sobrancelhas de forma animada.

O sorriso que Dylan me dá ainda não é o que eu estou esperando.

- Seria bom.

Eu me ajeito para levantar, arrumando primeiro os cabelos com as mãos.

- Eu trouxe um par de chinelos e uma muda de roupa - vou dizendo  enquanto me ponho sentada. Dylan parece pouco animado com a ideia de sair da cama - Talvez possa ir fazendo algo pra gente comer enquanto você se banha?

Ele faz uma careta.

- Não acho que tenha alguma coisa na dispensa - responde, finalmente se erguendo, mas não pronto para ir ao banheiro ainda. Ele se recosta na guarda da cama, observando-me catar sua blusa ao pé da mesma.

- Bem, agente pode... - eu penso em alguma coisa - A gente pode pedir uma pizza. Que tal?

- Soa gostoso - sorri, já um pouquinho melhor. O vazio antes incrustado em seus olhos ganhando um resquício de vida.
 
- Ta! Então vê se levante daí. - eu me coloco de pé e mudo sua blusa - Eu vou pegar seus chinelos e a roupa.

- Pode ser calabresa? - ele pede com uma careta, linda demais, diga-se de passagem.

- Eu estava pensando em algo como quatro queijos.

Ele roda os olhos e dá um pulo da cama, definitivamente mais parecido com o cara que eu amo.

- Você sempre pede isso!

- E você sempre pede calabresa! - Retruco. Eu apanho minha calcinha, sutiã e vestido, bem com a calça de Dylan e sua cueca, a fim de dar alguma arrumação naquela baderna.

- Ta! Então que tal se a gente mudasse hoje, pra variar? - ele pergunta, pegando-me por trás e enlaçando minha cintura. Seus lábios beijam meu ombro esquerdo, e logo sinto seu nariz fuçar meu pescoço. Eu inclino a cabeça para o seu toque.

- O que você tem em mente? - minha voz sai tão baixa, que se ele não estivesse tão perto talvez não fosse capaz de escutar.

- Você quer mesmo que eu diga? - Ele morde minha orelha, me fazendo fechar os olhos.

- Estou me referindo a pizza - murmuro com certa dificuldade, porque sim, é difícil raciocinar com ele me provocando daquele jeito e se esfregando atrás de mim.

- Ah, claro. A pizza - ele ri fraquinho contra o meu ouvido, fazendo os pelos da minha nuca se eriçarem. - O que você acha de... Hum... Portuguesa?
 
- Frango com catupiry - rebato, virando-me para ele e cruzando os braços em seu pescoço.

Dylan retorce o rosto, como se não apreciasse a idéia.

- Chocolate - devolve.

Eu ponho uma língua para fora e finjo ânsia.

- Eu amo chocolate, de verdade. Mas não posso dizer que esteja desejando comer um agora, principalmente numa pizza!

- Então me diga o que você quer comer - ele sussurra, o olhar estreito e o sorrio malicioso. O fato dele ainda estar nu e próximo demais não ajuda em nada.

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