RENDIDOS

Capítulo 61 ........... Bobo Apaixonado

Scarlatti Narrando

- Davi? Quer que o nome do nosso filho seja Davi? - Questiono-o, incrédula e ultrajada. Como assim ele ja havia escolhido o nome do nosso filho?

Agindo com absoluta calma e serenidade, Dylan assente e rouba da minha mão mais um pedaço de chocolate. Era abuso demais. Era brincar demais com os meus hormônios a flor da pele. Com a minha tolerância.

- Exatamente - confirma, mastigando com tranquilidade o meu pedaço de chocolate branco.

- Dylan... - ainda tentando manter-me racional, eu me afasto como posso, encontrando um pouco de dificuldade devido ao tamanho da minha barriga. Dormir nos últimos dias têm sido um desafio em tanto! Não somente pelo meu tormento pessoal e mental, mas também pelo mal posicionamento e desconforto na circunferência do meu ventre contra a cama. Cada noite que passava, a rincha crescia. Qualquer posição que eu tentava não ajudava, e para alguém acostumada a dormir de bruços, só piorava a situação.

- Eu não sei se quero que o nome do nosso filho seja Davi - digo, encarando-o com seriedade.

- Por que não? É um nome bonito, forte. Curto. E com um significado grandioso - responde. Eu ainda não posso acreditar no que estou ouvindo. Definitivamente.

- E se eu te dissesse que já pensei em um nome? - Rebato, embora não esteja disposta a revelar a ele o nome que havia escolhido ainda. Precisaria ter uma explicação para tal e ainda não podia da-lo. Poderia mentir, claro, mas não me sentiria bem em fazê-lo. Fora que já havia mentiras demais entre nós.

- Eu te digo que não deve ser melhor do que o que eu escolhi - devolve, sorrindo - Vamos, Scar - ele pega minhas mãos nas suas e beija cada uma antes de alisa-las em sua barba, tentando me fazer ceder, os olhos verdes fincados nos meus com certa súplica e carência. Ele não estava jogando limpo. - Davi é um nome lindo. É doce para um bebê e forte para quando ele se tornar um homem. Eu gosto de Davi. Por mim, será Davi. Você pode escolher o nome da nossa menina, que tal? - Sorri.

Eu puxo minhas mãos das dele, levemente irritada, e deixo o restante do meu chocolate sobre a bandeja na mesinha de centro.

- Ainda não sabemos se teremos uma menina - digo, voltando-me para olha-lo. Ainda soa estranho pensar que estou grávida de gêmeos. É um sentimento inexplicável, um misto de terror e felicidade sem tamanho. Sempre sonhei em ser mãe, em ter inclusive mais de um filho. Contudo nunca pensei em tê-los numa única gestação. Sempre que me imaginei sendo mãe de outros filhos, era com a diferença de três a quatro anos entre eles. Almejava no mínimo uns cinco, mas ficaria mais do que feliz se ao longo dos anos pudesse ter mais. No entanto, nunca fui capaz de realizar nenhum destes sonhos. Por isso, a surpresa de saber que, agora, estou gravida de gêmeos. Dois em uma tacada só! Era sorte demais para não desconfiar.

- Eu tenho fé que sim - ele se mantém sorridente, confiante - Além do mais - pega minhas mãos novamente - a doutora nos disse que há grandes probabilidades de que seja um casal. Só fizemos o tal exame para que tenhamos uma certeza concreta, mas, na minha cabeça, eu já posso ver um casalzinho. Lindos. O menino vai ser a minha cara, com certeza, e sei que vai abalar milhares de corações ainda bebezinho. Já a menina, a nossa princesa? - Ele me puxa para junto do seu peito largo, e mesmo ainda irritada, eu me deixo ser abraçada por ele enquanto me beija o topo da cabeça - Ah, ela vai ser a coisinha mais linda que essa terra já viu - eu quero muito, muito, muito mesmo, permanecer carrancuda com ele, mas sinto minha raiva derreter mediante sua voz doce, repleta de orgulho e emoção ao se referir a nossa futura filha - Ela vai puxar você, claro. É quase que um pressentimento, sabe? Vai ser turrona, brava... Vish, vai nos dar trabalho, essa. Vou ter que contratar um guarda-costas para ela.