Capítulo 38 ........... Ansioso

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Dylan Narrando


Pela primeira vez em muito tempo eu me sentia relaxado. Completa e absolutamente aliviado. Muito embora eu não tenha me arrependido de ceder aos caprichos sexuais de Scarlatti e ao meu próprio desejo - até porque, convenhamos, não há motivos no mundo que impeçam um homem de atacar sua mulher quando ela está fantasiada como Scarlatti estava - eu ainda me sentia culpado. Mesmo ela tendo dito na noite anterior que estava bem e que não era para eu me preocupar. Mas minha consciência não descansava, e eu tenho a sensação de que permanecerá sem descanso por ainda longos meses. Afinal ela carrega meu filho na barriga. Era estranho até agora pensar no que fizemos quando me lembro desse fato. Mesmo eu tendo aproveitado cada segundo de prazer.

Ao meu lado, Scarlatti dormia tranqüilamente, os cabelos negros espalhados pelo travesseiro branco e as expressões faciais brandas. Apesar da pequena parcela de culpa que eu ainda carrego, é impossível não constatar a plenitude serena em seu rosto. Depois de toda a loucura da véspera, e em seguida o sexo incrível que fizemos, ela conseguia dormir como uma fada. Um anjo. Ela não tinha brincado quando disse que estava prestes a subir pelas paredes, e eu me surpreendi com o quão próximo eu também estava disso. Não sei se sucede ao fato de eu também ter ficado em abstinência por um tempo, ou se meu desejo por ela nunca é menos que o mau elevado,as é certo que nunca senti Scarlatti tão quente antes.

Com o peito estufado de orgulho, amor e felicidade, principalmente ao lembrar-me dela se declarando para mim, toda emocionada e bonitinha enquanto pensava que eu estava dormindo, eu me inclino vagamente e deposito um beijinho em seu nariz arrebitado.

Ainda em sono profundo, Scarlatti franze o nariz e suspira enquanto se revira. Eu sorrio como o filho da puta mais sortudo do mundo que sou e retrocedo, babando na visão que minha garota é. Sinto-me tão estupidamente contente e realizado que seria capaz de correr de uma ponta a outra da rua com esse mesmo sorriso bobo no rosto. Nunca experimentei sensação tão arrebatadora. E é indescritível.

Mas o dia já havia raiado, e era ora de pôr minhas idéias do dia anterior em prática. Eu tinha sugerido a ela procuramos uma casa ao invés de viajar sabe-se la para onde, e, felizmente, ela havia topado. Não me lembro de ter esboçado qualquer reação quando ela me disse que aceitava a ideia, sonolento demais para tal proeza. Mas recordo-me perfeitamente bem da sensação de alívio e contentamento que invadiu meu peito ao ouvi-la. Sua resposta positiva não significava apenas a compra de uma casa maior pela falta de espaço que obtínhamos em seu Ap. Significava a realidade de um futuro juntos.

Dando um último e quase intocável beijo na testa de Scarlatti, eu me levanto da cama e vou atrás de uma roupa descente, mas antes cato as que estão jogadas pelo chão. Afinal, não irei permitir que Scarlatti faça qualquer esforço nos próximos meses, e isso incluía se abaixar, cozinhar, e qualquer outro tipo de afazeres domésticos.

Ao pegar peças da sua fantasia que joguei no chão ao despi-la, eu me lembro de como ela estava irresistível dentro dela. Em como deu ao seu corpo mais curvas, mais poder e fazia-a emanar luxuria a cada passo. Cara, talvez eu ate peça para ela vesti-la novamente para mim mais tarde.

Deixando esses pensamentos instigantes de lado, eu ponho nossas roupas no cesto no banheiro e mudo a bermuda e camiseta confortável que escolhi no closet. Pego tudo o que preciso e, ainda fazendo o mínimo de ruído possível, vou para a sala, fechando a porta quietamente atrás de mim.

O notebook de Scarlatti encontra-se na mesinha de centro, como sempre, e eu me aproveito disso e do seu sono para pega-lo emprestado. No mesmo instante em que entro no site que pesquiso eu  faço a ligação que necessito. Ainda é cedo, mas sei que a agência já se encontra a todo vapor. Mesmo sendo sábado.

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