Capitulo 8

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Ei pare com isso, você não pode gostar dele, não pode envolver ele na sua vida louca.

-Não quer me falar oque aconteceu?-ele pergunta

-Hoje não, não quero relembrar nada disso!-ele concorda, a situação em si não é oque me fez mal e sim o medo de acontecer algo com a Any por minha culpa, graças ao Gui, consegui sair de lá sem nenhum capanga atrás de mim

- Você não pode confiar a voltar no morro, predemos apenas dois e acredito que fosse só os de vigia.

-Qual nome dos presos?- pergunto

-Molambic e Leonino.

-Nenhum dos importantes, só os ratos!-reviro os olhos.- Não posso voltar, tenho certeza que eles viram atrás de mim novamente, não quero viver mais essa vida, eu tô em um estado que tô vendo a hora de ceder.

-Os polícias ainda estão no morro à procura deles, vão encontrá-los.- encostei a cabeça no banco. Deve está maior caos, todo mundo falando.

-Eu tenho que pensar onde vou ficar esses dias!-digo abaixando a cabeça:

-Vamos pra minha casa, lá você vai ta segura!-nego com a cabeça.

-De jeito nenhum Gui, você não precisa, já fez sua parte!

-De jeito nenhum diz eu, eu gosto de você, quero te proteger, na minha casa vou ter certeza disso!

-Não, eles sabem onde você mora..- penso em contar tudo, mas minha família vem na minha mente, não sei o que eles podem fazer com eles.

-Como assim eles sabem onde eu moro?- ele pergunta sem entender. Não posso ir pra lá, se qualquer um deles me avistar, vão saber que fui eu que liguei e o João não vai me perdoar, tenho medo do que possa fazer de uma vez e sem ameaças ao meu irmão.

- N-não, imaginei que como muitos te conhecem, não seria um local seguro!

- Tudo bem, se não se sente segura lá comigo, posso te levar a um hotel, estou mesmo precisando de férias, vou passar esse momento com você!-meu coração deu um pulo, meu rosto ficou corada e minha mão tremia.- Mas Gui, por que está fazendo isso por mim? Eu nem mereço nada disso, fora que não quero te atrapalhar!-digo olhando pela janela em quanto ele dirige.

- Não vai atrapalhar, eu to precisando desse momento, e sua companhia seria muito boa pra mim, se aceitar, claro.

-Então, eu aceito, só por que realmente não sei como seria ficar sozinha todo esse tempo, mas se eu unisse voltar, por favor, não se prende a mim.- Eu tô sentindo tanta coisa boa que nem sei descrever, é algo confuso pra mim, o Gui ser tão bom assim, me parece não merecer, parece que estou usando ele.

-Por nada!- ele sorri, um sorriso desconcertante.

-Me fala, e oque vai acontecer com a Any? Eles sabem onde ela mora, estávamos perto da casa dela quando fomos sequestradas.

-Ela vai pra outra cidade, morar com a avó.

-Ela não pode e a faculdade?

-Ela vai pedir transferência!

-Oque eu fiz?-digo em meio a lágrimas

-Você não fez nada, não é sua culpa!- Todo mundo diz não ser minha culpa, mas porque me sinto tão culpada?- O que realmente aconteceu? -ele pergunta

- Então, eu estava em um restaurante com a Any, chegaram dois homens e me puxou pelo cabelo, a Any começou a gritar socorro e pedi ajuda puxaram mas ai a Any disse que ia chamar a Polícia eles foram e levaram ela também ! Eu não sei O que ele que comigo !

-Conhece ele?- nego, minha única reação foi negar, não quero que ele vá atrás do João, sei do que ele é capaz e não acharam ele e nem vão achar, é capaz de eles pegarem os policiais.

-Provavelmente acharam que vocês tinham dinheiro e iria pedi resgate, mas são muito ruins já que deixou o celular na sua mão.

-Que bom!-digo desviando o olhar.-Não quero relembrar essa situação, por favor.-ele confirma com a cabeça e dá um beijo na minha testa.

(...)

Ao adentrar o hotel, passamos pela recepção, entreguei a minha identidade e fizemos todo cadastro. A moça da recepção foi bem receptiva e achou que éramos um casal. Quando chegamos na parte interna do hotel vi que ele era de luxo, tinha três piscinas.

- Não acredito, puxa Gui, era só pra dormir.-digo cruzando os braços

-Uni o útil e agradável, vou sair de férias e aproveitamos aqui.

-Obrigado mais uma vez, você tá sendo um ótimo amigo, mais do que merecia!- abraço o mesmo.- Você sabe que não precisava de nada disso né?-ele confirma com a cabeça e pega no meu ombro me lavando a caminhar ao seu lado.

Amigo? Anna você não quer só isso, mas é oque tem que ser. O que eu tô sentindo? Não posso tá gostando dele, caramba, não dá, não meio a tudo isso.

Pegamos a chave e fomos até um quarto joguei meu telefone dentro de uma gaveta desligado para que ninguém consiga manter o cantato comigo, não posso falar a minha mãe onde estou e nem ao Felipe, infelizmente eles não sabem do que passo e nem oque o João faz comigo, não posso arriscar, preciso arranjar uma forma de me livrar do João.

-Anna, quer que avise a sua mãe?

-Já avisei, não se preocupa!- digo me sentando na cama

-É bom informar a faculdade, para não se prejudicar.

-Amanhã mesmo eu ligo, obrigada pela sua preocupação. Só quero dormir, pode ser?-digo seria.

-Claro!Posso passar na sua casa e pegar algumas roupas, se quiser.

-Não precisa, eu vejo oque faço, não se preocupa comigo!-digo já nervosa com a situação, o medo dele ir.

-Ta bom, como quiser!- ele diz abrindo a porta do quarto e descendo.

Entrei no voz e me deitei na banheira que tinha, joguei alguns sabonetes que tinha lá e fez bastante espuma, me afundei a fiquei alguns segundos até perceber todo oxigênio do meu corpo ir saindo aos poucos e então me levantei, respirei fundo e fiquei olhando pro teto, imaginando como seria a minha vida se conhecesse um policial antes de conhecer esse bandido, mas não quero pensar mais nisso, não por agora, João não sabe oque me aconteceu, e talvez seja melhor pra minha família me manter longe deles.

Acabei apagando lá mesmo dentro da banheira, minha mente estava tão exausta que qualquer circunstância de alívio era prazeroso.

-Anna!-ouço uma voz masculina me chamar.

-Não!!!!-grito

-Calma meu bem, sou eu, calma!-ele me abraça e desabafo em lágrimas.- Eu tô do seu lado!-ele acaricia meu cabelo. Ficamos um tempo naquela posição, ele me abraçando, logo após ele saiu do banheiro e então eu me sequei e coloquei aquele roupão de hotel, foi oque me restou.

Caso com o policialOnde histórias criam vida. Descubra agora