Capitulo 15

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Eu não sei por qual motivo, mas o João nunca se mostrou pra minha família, talvez respeito, não sei, ele sempre tratou a minha mãe bem, e então minha mãe só vê a minha parte ignorando ele, pedindo pra não se aproximar, na cabeça dela eu sou a que problematiza. Cheguei em casa e o Felipe tinha feito uma recepção, abracei o mesmo e fui direto pro quarto.  Na madrugada senti muito frio e dor no corpo. Minha mãe dormiu ao meu lado, oque fez me sentir segura em relação ao João aparecer.

***

- Filha, você acha que está boa pra ir a faculdade?

-Mãe, tá falando sério? Eu tive febre a noite toda. Não quero sair do meu quarto.

-Perguntei por que você não gosta de faltar e o João te levaria.

-Não! Mãe, eu não tô bem com o João, nós brigamos, deixa ele lá, por favor.

- Tudo bem, não deveria brigar com o João, ele cuida de você.

- É, mas eu briguei!-digo séria

-Tá na hora de crescer, daqui a pouco vocês se casam e vão morar juntos!-só a possibilidade me enoja.

-Toma aqui!- Meu irmão diz entrando no quarto e me entregando um prato com pão e suco.

-Obrigada!-digo colocando o pão até a minha boca com uma certa dificuldade, já que todos ossos do meu corpo dói.

-Não vai trabalhar hoje?-pergunto

-Pedi pra chegar mais tarde, queria passar esse tempo com você.

-Filha, quem é esse tão de Guilherme que estava no hospital com você?

-É um colega da faculdade que estava no momento que fui atropelada.- minto

-Entendi, por um minuto achei que estava traindo o João com ele.

-Mãe!-digo alto

-Filha, descansa, daqui a pouco retorno pra você tomar o medicamento.

Peguei meu celular e fiquei olhando as redes sociais, meu celular vibra e era o número do Gui.

-Alô?- ele pergunta

-Oi.-digo em um tom empolgado.

-Como está?

-Eu tô bem, obrigado por ter acreditado em mim!

-Que bom que está bem, eu peço desculpas por não ter te ouvido naquele momento, as informações estava muito confusa na minha mente, estava tentando digerir.

-Não tem problema! Eu tô feliz que você estava ao meu lado.

-Viu a carta que deixei?

-Sim, alegrou meu dia de um jeito. Mas é verdade?

-Qual parte? A que estou completamente apaixonado por você?-meu coração palpita

-Não tá tentando me animar só não né?

-Claro que não. Anna, não me sinto confortável em te deixar aí, perto desse vagabundo.

-Eu sei, mas você viu que ele foi atrás de mim, ele sempre me encontra, agora então, tem vários homens me cercando a cada canto que vou. O dia que fui na sua casa, sair praticamente fugida.

-Anna, eu consigo resolver isso.

-Eu confio em você, mas minha família está aqui, ele me disse que se eu sumisse novamente mataria meu irmão, eu não posso arriscar.

-Se ele fizer alguma coisa com você, eu juro que mato ele! Promete que vai me contar tudo de agora em diante?

-Prometo!

-Conseguiu comer algo? Está tomando seus medicamentos?

-Sim, obrigada pela preocupação.

-Filha!- ouço minha mãe dizendo ao entrar no quarto

-Oi mãe!-respondo

-Com quem está falando?-ela pergunta

-Com a Any!-minto

-Manda um beijo pra ela! Tá aqui seu medicamento.-ela diz me entregando um copo de água e o comprimido.

-Sou Any né?-ele debocha

-Minha mãe não pode saber de você, pelo menos não ainda, ela adora o João, não tem noção de tudo que passei.

-Como a sua mãe não percebe nada disso?

-Não sei, as vezes penso que ela se faz de cega.

-E o seu irmão, também não percebe?

-O meu irmão nunca gostou do João, e ele voltou recente de uma viagem, mas ele percebe sim, tenta ao máximo evitar a presença do João, porém, ele deve achar que eu gosto, pelas ameaças, sempre acabo fazendo oque o João quer.

-Entendo! Promete discar meu número em qualquer situação que te ocorra?

-Não posso te prometer isso, ele me ameaça constantemente, mas eu vou tentar não desfia-lo como de costume, vou tentar ceder ao máximo, dessa forma ele não me machuca.

-Não vou ficar em paz, sabendo que você está aí!

-Eu sei, mas é a única forma. Esse remédio que a minha mãe me deu está me dando muito sono.
Amanhã conversamos. Um beijo!

-Tá bom, fica bem minha linda!

Desligo o telefone e apago com ele em cima de mim. A noite passou de uma forma diferente, não conseguia parar de pensar naquela carta que ele deixou pra mim, aquela frase não saia da minha mente e toda vez um sorriso brotava no meu rosto. Uma esperança brotou na minha mente.

Pensei em várias estratégias de me livrar do João, o Gui deve está pensando em como me tirar daqui.

Passaram-se cinco dias em que eu só fazia dormir com tanto medicamento, pela primeira vez nesses dias, consegui me levantar sem ajuda e sem sentir tanta dor, tomei um banho sozinha, e lavei meu cabelo. Nada melhor do que não precisar depender de ninguém. Finalmente minha mãe voltou a trabalhar e o Felipe acabou de sair. O almoço estava pronto, fiz apenas esquentar. Os meus dias tem sido incríveis, mesmo na situação que estava, o João não se atrevia nada comigo pela presença de minha mãe. E todo dia eu e o Guilherme conversamos, ele sempre preocupado.

Me sentei no sofá e fui assistir algo em quanto me alimentava, hoje é uma sexta feira, queria comer algo diferente mais tarde, então me levantei após o almoço e fui para o mercado que estava com a sua frente arrombada. -Aqueles garotos arrombaram!- penso alto.

- O morro não foi mais o mesmo desde que seu namoradinho assumiu!- ouço uma mulher dizer, é verdade, mas resolvo ignora-la.

Os capangas do João não estavam atrás de mim, ele deve ter dado folga já que eu não podia sair de casa, quando ele descobrir, tudo volta a ser como era antes.

Caso com o policialOnde histórias criam vida. Descubra agora