Eu não sei por qual motivo, mas o João nunca se mostrou pra minha família, talvez respeito, não sei, ele sempre tratou a minha mãe bem, e então minha mãe só vê a minha parte ignorando ele, pedindo pra não se aproximar, na cabeça dela eu sou a que problematiza. Cheguei em casa e o Felipe tinha feito uma recepção, abracei o mesmo e fui direto pro quarto. Na madrugada senti muito frio e dor no corpo. Minha mãe dormiu ao meu lado, oque fez me sentir segura em relação ao João aparecer.
***
- Filha, você acha que está boa pra ir a faculdade?
-Mãe, tá falando sério? Eu tive febre a noite toda. Não quero sair do meu quarto.
-Perguntei por que você não gosta de faltar e o João te levaria.
-Não! Mãe, eu não tô bem com o João, nós brigamos, deixa ele lá, por favor.
- Tudo bem, não deveria brigar com o João, ele cuida de você.
- É, mas eu briguei!-digo séria
-Tá na hora de crescer, daqui a pouco vocês se casam e vão morar juntos!-só a possibilidade me enoja.
-Toma aqui!- Meu irmão diz entrando no quarto e me entregando um prato com pão e suco.
-Obrigada!-digo colocando o pão até a minha boca com uma certa dificuldade, já que todos ossos do meu corpo dói.
-Não vai trabalhar hoje?-pergunto
-Pedi pra chegar mais tarde, queria passar esse tempo com você.
-Filha, quem é esse tão de Guilherme que estava no hospital com você?
-É um colega da faculdade que estava no momento que fui atropelada.- minto
-Entendi, por um minuto achei que estava traindo o João com ele.
-Mãe!-digo alto
-Filha, descansa, daqui a pouco retorno pra você tomar o medicamento.
Peguei meu celular e fiquei olhando as redes sociais, meu celular vibra e era o número do Gui.
-Alô?- ele pergunta
-Oi.-digo em um tom empolgado.
-Como está?
-Eu tô bem, obrigado por ter acreditado em mim!
-Que bom que está bem, eu peço desculpas por não ter te ouvido naquele momento, as informações estava muito confusa na minha mente, estava tentando digerir.
-Não tem problema! Eu tô feliz que você estava ao meu lado.
-Viu a carta que deixei?
-Sim, alegrou meu dia de um jeito. Mas é verdade?
-Qual parte? A que estou completamente apaixonado por você?-meu coração palpita
-Não tá tentando me animar só não né?
-Claro que não. Anna, não me sinto confortável em te deixar aí, perto desse vagabundo.
-Eu sei, mas você viu que ele foi atrás de mim, ele sempre me encontra, agora então, tem vários homens me cercando a cada canto que vou. O dia que fui na sua casa, sair praticamente fugida.
-Anna, eu consigo resolver isso.
-Eu confio em você, mas minha família está aqui, ele me disse que se eu sumisse novamente mataria meu irmão, eu não posso arriscar.
-Se ele fizer alguma coisa com você, eu juro que mato ele! Promete que vai me contar tudo de agora em diante?
-Prometo!
-Conseguiu comer algo? Está tomando seus medicamentos?
-Sim, obrigada pela preocupação.
-Filha!- ouço minha mãe dizendo ao entrar no quarto
-Oi mãe!-respondo
-Com quem está falando?-ela pergunta
-Com a Any!-minto
-Manda um beijo pra ela! Tá aqui seu medicamento.-ela diz me entregando um copo de água e o comprimido.
-Sou Any né?-ele debocha
-Minha mãe não pode saber de você, pelo menos não ainda, ela adora o João, não tem noção de tudo que passei.
-Como a sua mãe não percebe nada disso?
-Não sei, as vezes penso que ela se faz de cega.
-E o seu irmão, também não percebe?
-O meu irmão nunca gostou do João, e ele voltou recente de uma viagem, mas ele percebe sim, tenta ao máximo evitar a presença do João, porém, ele deve achar que eu gosto, pelas ameaças, sempre acabo fazendo oque o João quer.
-Entendo! Promete discar meu número em qualquer situação que te ocorra?
-Não posso te prometer isso, ele me ameaça constantemente, mas eu vou tentar não desfia-lo como de costume, vou tentar ceder ao máximo, dessa forma ele não me machuca.
-Não vou ficar em paz, sabendo que você está aí!
-Eu sei, mas é a única forma. Esse remédio que a minha mãe me deu está me dando muito sono.
Amanhã conversamos. Um beijo!-Tá bom, fica bem minha linda!
Desligo o telefone e apago com ele em cima de mim. A noite passou de uma forma diferente, não conseguia parar de pensar naquela carta que ele deixou pra mim, aquela frase não saia da minha mente e toda vez um sorriso brotava no meu rosto. Uma esperança brotou na minha mente.
Pensei em várias estratégias de me livrar do João, o Gui deve está pensando em como me tirar daqui.
Passaram-se cinco dias em que eu só fazia dormir com tanto medicamento, pela primeira vez nesses dias, consegui me levantar sem ajuda e sem sentir tanta dor, tomei um banho sozinha, e lavei meu cabelo. Nada melhor do que não precisar depender de ninguém. Finalmente minha mãe voltou a trabalhar e o Felipe acabou de sair. O almoço estava pronto, fiz apenas esquentar. Os meus dias tem sido incríveis, mesmo na situação que estava, o João não se atrevia nada comigo pela presença de minha mãe. E todo dia eu e o Guilherme conversamos, ele sempre preocupado.
Me sentei no sofá e fui assistir algo em quanto me alimentava, hoje é uma sexta feira, queria comer algo diferente mais tarde, então me levantei após o almoço e fui para o mercado que estava com a sua frente arrombada. -Aqueles garotos arrombaram!- penso alto.
- O morro não foi mais o mesmo desde que seu namoradinho assumiu!- ouço uma mulher dizer, é verdade, mas resolvo ignora-la.
Os capangas do João não estavam atrás de mim, ele deve ter dado folga já que eu não podia sair de casa, quando ele descobrir, tudo volta a ser como era antes.
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Caso com o policial
Teen FictionAnna Luisa Bittencourt uma menina simples e amada por todos, tem apenas dezoito anos, mora com seu irmão e sua mãe, quando mais nova acabou se envolvendo com o chefe do tráfico sem saber e quando descobriu era tarde para sair desse relacionamento, f...