Minha mãe respondeu algumas coisas na delegacia e teve que voltar ao seu trabalho, sei que nesse momento conflitante, não seria um bom momento para trabalhar, mas é oque acalma ela e oque a mantém.
-Mãe, tem certeza?-pergunto
-Sim, você está segura com o Gui, não é?-ela pergunta e confirmo com a cabeça.
-Promete que se qualquer homem te fazer mal, você não vai fingir que está tudo bem?- a mesma diz me abraçando.
-Eu prometo, só queria o bem de vocês!-abraço a mesma que estava chorando.- Eu te amo minha pequena!- ela beija minha testa e sai do hospital, alguns policiais estavam fazendo escolta no hospital, tranquilizando a mim e a minha mãe.
O Gui foi sedado e não sair do seu lado em nenhum momento.
-Senhora, preciso que você descanse, seus hematomas foram muito fortes, preciso que faça uma avaliação.
-Eu não quero, só quero ficar ao lado dele!
-Eu entendo, mas pelo seu bem..
-Anna, eu tô bem!- ele diz abrindo os olhos.- Vai se cuidar!-confirmo e me levanto. Fui para uma sala onde fizeram mais raio-x na minha barriga onde levei vários murros.
-Agora pode retornar, as oito passo lá e levo o resultado dos seus exames.
Fui até uma cafeteria e peguei um sanduíche, desde que fui a casa do João, não consegui me alimentar o suficiente. Eu comecei a sentir agora a dor no meu corpo, provavelmente o efeito dos remédios estão passando.-Senhora, seu medicamento!- diz uma médica ao meu encontro.- Sabia, meu corpo sentiu logo falta.-penso alto. Retornei a sala de medicamentos e tomei uma injeção dessa vez. Cada parte do meu corpo dói. Adentrei o quarto onde se encontrava o Gui, e fiquei encarando o mesmo. Ele confiou em mim e depois de tudo isso, arriscou sua vida por mim e não foi pela profissão, já que ele não foi fardado, ele simplesmente chamou amigos próximos e foi me ajudar, serei eternamente grata. Será que vão consegui prender o João? A essa altura minha mãe já informou para o Felipe não retornar pra lá, pedi para que ele não viesse ao hospital pois esse horário não receberia mais visita, de acordo com ordens do mesmo. Não consegui dormir e a noite toda tive que ficar indo a sala de medicamentos, teve algumas vezes que a enfermeira aplicava em mim lá sentada mesmo.
-Bom dia!-digo encarando o Gui ao ele abrir os olhos.
-Bom dia linda!-ele diz sorrindo com a voz bem baixinha.- Estou novo em folha!-ele brinca
-Eu também!-rimos.- visivelmente eu não tô bem.
-Anna!-ouço me chamarem e quando virei observei que era o Fê.
-Oi!-o mesmo me abraça e chora.
-Eu tô bem!-digo tentando forçar um sorriso.
-Cara, obrigado novamente por ter ficado ao lado dela!-ele diz abraçando o Gui.
-Cara, quantas vezes a sua irmã precisar, eu tô lá!-sorri
-Eu não estava pra defender minha própria irmã.
-A mãe falou que não é pra voltar não é?
-Sim, minha vontade era voltar e meter bala na cabeça desse desgraçado.- O mesmo passa a mão em seu rosto que ficou todo avermelhado de raiva.-Você sabe que nunca gostei da peça, sempre ouvi coisa ruim e você insistia em ficar com esse cara!
-Não era por que eu queria, ele me ameaçava.- respiro fundo.- Não quero pensar nisso novamente, não me faz bem!-o mesmo me abraça.
-Eu vim cedo, infelizmente não consegui dispensa, e agora mais que nunca, preciso desse emprego!-ele diz e confirmo com a cabeça.-Daqui vocês vão pra onde?
-Pretendo levar a Anna pra minha casa, se ela quiser, la cuido dela melhor.
-Obrigada!- meu irmão diz
Em quanto o Guilherme estava em observação, fiz o tal exame de corpo e delito e tive que novamente reviver tudo para descrever a situação. Me vejo aos prantos. Fui ao banheiro e fiquei me encarando no espelho com o rosto todo inchado e vermelho de chorar. Passei uma água em meu rosto e tentei me recompor. Por mais que o João seja preso, os traumas que ele me causou jamais serão apagados. Toda hora vinha lembrança da forma que ele me pegou a força, balancei minha cabeça na tentativa de esquecer.
-Senhorita Anna?- Um médico fala
-Sou eu mesma. Oque foi?
-Sou o médico plantonista do dia, seus exames já foram liberados e já pode voltar a sua casa, você vai ter uma medida proteína controla o João, precisamos que não retorne novamente ao morro, os policiais me passaram.
-Obrigada pelas informações!-digo aliviada
Peguei todos meus exames e voltei ao quarto.
-Demorou!-Gui diz cruzando os braços em um tom brincalhão.
-Tava conversando com o médico, ele me liberou.
-Eu também acabei de ter alta.-sorri
-Você é tão linda!-o mesmo diz me dando um selinho.
-Seu bobo!-digo andando até a porta do quarto.
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Caso com o policial
Novela JuvenilAnna Luisa Bittencourt uma menina simples e amada por todos, tem apenas dezoito anos, mora com seu irmão e sua mãe, quando mais nova acabou se envolvendo com o chefe do tráfico sem saber e quando descobriu era tarde para sair desse relacionamento, f...