Acordei e fui direito ao banheiro, me levantei decidida a não querer mais viver isso, a tomar uma atitude, nem que seja ruim.
- Filha, tudo bem?-ela da um beijo na minha testa
-To bem, estou saindo, beijo!-digo colocando uma maçã na minha boca.
- Filha, você conseguiu ir ao super mercado?
- Não mãe... todos fechados!-digo fechando a porta
Não encontrei nenhum dos capangas aqui na minha porta, o que será que houve? Não sei, vou aproveitar. Corri até o ponto de ônibus e estava descendo o ônibus, passei longos quarenta minutos no mesmo até que chegasse na faculdade.
-Anne, sente-se!-a professora diz ao me encontrar na sala.
Me sentei e senti um aperto no coração ao ver a cadeira da Any vaga.
Prestei atenção nas aulas e quando deu dez e meia eu sair, adiantei os passos pois não queria correr o risco de João ou qualquer outro aparecer aqui. Ao chegar no ponto de ônibus, tinha duas opções, uma que passava na entrada do morro e outra no bairro onde o Gui mora. Meu coração acelerou e com um impulso que não sei de onde veio, adentrei o da casa dele. Senti minha mão suando e meus pés. Meu corpo estava totalmente frio e ainda nem o encontrei, e na verdade nem sei se encontraria ele. Agi por impulso, não sei se ele está em casa, em cinco minutos cheguei em frente ao prédio do mesmo. Eu estou arriscando tudo, nem sei oque irei dizer, mas eu sei que tô aqui.
Fiquei vinte minutos em frente ao prédio tentando criar coragem para subir e encarar o Guilherme. Até que um homem falou comigo "Não vai entrar"? Logo cai em si e entrei no bloco, coloquei no elevador o botão da casa dele e quando estive de frente a sua porta, meu coração saia pela boca, dei duas batidas e ele abriu.
- O que faz aqui?- ele diz me encarando
- Quero conversar - abaixo minha cabeça
- Eu não quero conversar com a namorada de um traficante, Anna, um traficante. Sabe a quanto tempo a polícia quer pegar esse cara?
- Eu não namoro com ele por que eu quero, o namoro é só da parte dele, eu juro!-digo com meus olhos se enchendo de lágrimas
- Então ele te força a namorar com ele?!! - ele é irônico.
- Sim...- fico pensando se conto ou não depois de uma longa pausa decido ceder, eu preciso da um rumo à minha vida.
-Então, eu comecei a namorar com ele, muito nova, ainda estava no primeiro ano do ensino médio, foram dois anos lindos, ele era atencioso, fazia tudo por mim, no terceiro ano de relacionamento descobrir que ele era envolvido com o tráfico, ele não era chefe ainda. Desde então, assim que descobri, fui até ele pra terminar o nosso relacionamento, eu disse que não queria mais contato com ele, mas aí, veio as agressões.- Do uma pausa em quanto falo em meio ao choro.- Começou a ameaçar minha família, disse que se eu citasse novamente termino, que ele acabaria com minha vida e a da minha família, então desde lá vivo esse inferno. Ele me pega a força, chegou a me estuprar.-Novamente do uma pausa em quanto soluço.- Eu não queria viver nada disso, ele me colocou pra vim atrás de você e levá-lo ao morro.
-Você nunca me deixou te levar lá!-ele completa
-Nunca deixei por que eu não aceitei essa missão pra fazer oque ele queria, eu aceitei como uma oportunidade de ajuda, eu só queria alguém que pudesse me ajudar e me tirar desse inferno. Em seguida te conheci e foi a melhor coisa que me aconteceu em anos, eu senti felicidade, algo que desconhecia, me apaixonei por você!-digo
- Como posso confiar que isso não é outra missão que ele te enviou?
- Gui, não é , eu tô correndo risco estando aqui. Eu me apaixonei por você de verdade. Lembra aquele sequestro? Ele simplesmente veio atrás de mim quando estava almoçando com a Any, não fizemos nada demais, ele me agrediu, agrediu a minha amiga. Por causa dele ela teve que ir pra casa de sua vó e por isso me sinto tão culpada. Não te contei por medo, medo de estragar sua vida.
- Eu não acredito mais em você, sua vida é uma mentira!- ele se vira de costas, fico encarando ele por dois minutos e ele não me olhou de volta, então virei e desci, comecei a passar mal, minhas vistas ficaram embaçadas em meio a lágrima, senti um impacto e tudo apagou.
- Acorda!!- ouço uma voz de desespero
- Onde estou? - pergunto olhando pra todo lado.
-No Hospital.- ouço falarem, minhas vistas ainda estava meio confusa, com muita dor de cabeça.
- Por que estou aqui?- pergunto confusa, as informações sumiram da minha mente e por um breve período, não sentia nada.
- Você foi atropelada.- Observo que a voz é conhecida, mas ainda não estou conseguindo fazer ligação aos fatos.
-Médica, ela está muito confusa, não está falando nada com nada, é normal? Ela vai ficar bem?- ele pergunta
- Vai sim, pelo susto e trauma é normal ter essa confusão logo após o acidente, não se preocupe em algumas horas ela estará nova em folha.
-Foi culpa minha, não acreditei nela e deixei ela sair no estado em que estava!-ele bate na sua cabeça.
Eu podia sentir algo diferente quando estava perto dele uma segurança... não sei por que sentia aquilo eu nem o conhecia .
-Senhora... mas ela vai precisar passar quantos dias aqui?
-Ela não teve nenhum ferimento grave, vamos fazer mais alguns exames e a depende do resultado, amanhã mesmo ela pode ir embora, mas assim, ela vai precisar de alguns cuidados.
- Obrigado - ele diz
A médica colocou um medicamento em um equipo e fui ficando lerda e não demorei a apagar.
Estava tudo muito conflitante na minha mente, não estava conseguindo discernir as situações e nem as pessoas.
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Caso com o policial
Teen FictionAnna Luisa Bittencourt uma menina simples e amada por todos, tem apenas dezoito anos, mora com seu irmão e sua mãe, quando mais nova acabou se envolvendo com o chefe do tráfico sem saber e quando descobriu era tarde para sair desse relacionamento, f...