Capítulo 17

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Sair do quarto e o mesmo estava na sala jogando com alguns do seus homens. Não avisei a minha mãe e nem ao Felipe. Oque será que vai acontecer?

-Finalmente concluiu!-ele diz jogando o controle na mesa e vindo ao meu encontro. Vou dando passos para trás até que encosto em uma parede, onde o mesmo passa a mão pelo meu corpo e beija meu pescoço.-Meu sonho está sendo realizado!-ele diz sorrindo.

Esse local só me trás memórias ruins, sensação de desespero que o mesmo me causou ao me trazer diversas vezes contra minha vontade.

Minha cabeça estava no Guilherme e o medo de ele vim estava me tomando conta.

-Tem polícia na área!-ouço um capanga gritar.

-Não acredito!-digo alto sem querer

-Que porra é essa? Por que não meteram bala na viatura?

-Os cara tava de metralhadora e vieram mais de cinco guarnições.

-Mete bala!-ele grita

-Chefe, vai ser muita matança.

-Mete bala caralho, polícia não se cria aqui no morro não!-ele pega um fuzil e corre da residência, seus capangas vão tudo atrás, sobrando apenas dois.

Corri até o quarto suando e disquei o número do Gui.

-Anna?

-Gui, você está aqui no morro? Você me prometeu.-digo desesperada.

-Calma, não estou no morro, mandei guarnições!-meu coração sente um alívio e ao mesmo tempo desespero.

-Manda sairem agora daqui, eles estão cheios de fuzil, mais de cinquenta homens indo até as guarnições.

-Tem certeza?

-Acabei de ouvir, manda agora Gui, ele mandou meter bala em todos!-digo sussurrando. O mesmo desliga a ligação, provavelmente para mandar mensagem as viaturas recuar.

Apaguei o histórico de chamadas e desliguei meu celular, escondi ele embaixo da cama, o João demorou duas horas para retornar, eu estava aflita, queria saber oque aconteceu.

-Os cara foi embora, tem algum informante aqui, quero todos celulares em cima da mesa agora!- ele grita e todos jogam em cima da mesa desbloqueados.

-Oque houve?- pergunto

-Não se mete Anna, vai pro quarto!-ele grita e saio correndo do local. Fiquei atrás de uma pilastra ouvindo a conversa deles e o mesmo conferiu um por um aparelho.Aproveitei em quanto ele estava ainda concluindo a sua conferência e abrir algumas gavetas do seu quarto a procura de algum documento, nome de fornecedores, qualquer coisa que possa incrimina-lo. Não tem nada! Ele deve ter tirado já que iria me trazer.-empurro a gaveta.

-Oque está acontecendo aqui? Por que está fuçando minhas coisas?

-Tava procurando uma caneta, você me expulsou da sala, queria passar o tempo.

-Aqui está!-ele diz tirando uma do seu bolso.

-Tem papel também?-pergunto e o mesmo abre o armário em cima do guarda roupa onde consigo observar presença de alguns papéis, já sei onde procurar, o problema é que ele usou uma chave para abrir e fechar. Se tem chave, algo tem!

-Obrigada!-digo pegando o caderno e caneta, disfarço escrevendo algo.- João, vou poder voltar a minha faculdade? Já estou liberada do atestado.

-Outra hora vejo isso!- o mesmo diz saindo do quarto. Ele parece ocupado, ainda bem.

Coloquei na televisão alguma coisa em quantos as horas demoravam a passar, tomei banho e coloquei uma calça jeans, sim, jeans pra dormir, só precisava tentar ao máximo me afastar dele. Coloquei um edredom no chão e joguei um travesseiro, quando estava me deitando, percebi que o João entrou no quarto.

-Oque pensa que está fazendo?-tomo um susto.

-Montando minha cama!

-Se te coloquei nesse quarto é por que você vai dormir comigo, oque não falta é quarto disponível.

-João, não faz isso.-digo

-Anna, não complica as coisas e sobe já!-respiro fundo e me deito na cama. Não consegui dormir, o mesmo colocou sua mão sobre meu corpo e ficou me abraçando, fazendo conchinha. O medo de ele tentar algo a mais hoje me fazia querer gritar. Em quanto ele dormia a noite, aproveitei e fui ao banheiro, me sentei na banheira e fiquei lá nela seca. Era o lugar que me sentia segura no momento, desci para beber água e tinha algumas pessoas em frente a casa ainda acordados, mas é óbvio, eles não vão dormir, deve fazer trocas de plantão. Me sentei a mesa e tomei um copo de água. Voltei ao quarto e fiquei lá dentro na banheira onde acabei pegando no sono.

Acordei com batidas fortes na porta.

-Quem é?-pergunto

-O que faz ai?- ele pergunta e prontamente respondo.- Minhas necessidades, oque mais faria?- digo me levantando e indo direto a pia escovar os meus dentes, logo após abro a porta.

-Posso tomar banho?-pergunto em um tom ríspido.

-Olha só como fala comigo!-fecho a porta e tomo um banho demorado, tudo pra ficar o mais longe possível da presença dele.

Coloquei uma calça longa e uma blusa de frio já que o tempo hoje era nublado.

Caso com o policialOnde histórias criam vida. Descubra agora