Capítulo 23

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Acordei e deitei no sofá, peguei o controle e liguei a televisão, ao ligar apareceu um noticiário e lá estava o João na delegacia, preso, dando entrevista.

- Eu me arrependo de todo mal que causei a todos e principalmente a Anna minha ex namorada!-me subiu uma fúria.

- Desgraçado!!- grito e acabo acordando a minha mãe e Gui.

- O que foi amor?-ele pergunta assustado.

- Filha, o que aconteceu?- ela pergunta levantando

- O desgraçado do João, disse que se arrepende de tudo que fez e ainda citou meu nome.

- Amor...não liga pra ele, vamos voltar a dormir!-ele pega na minha mão e me abraça.

- Dorme amor, desculpa, eu tenho que sair!

-Anna, pra onde está indo?- minha mãe pergunta

-Vou resolver as coisas da faculdade!-digo pegando minha bolsa e batendo a porta.

A minha mãe voltou a dormir e o Gui foi tomar banho. Já tinha separado toda papelada necessária, eu sair da antiga faculdade, pedi transferência, não queria nunca mais voltar naquele lugar, meu coração acelera ao chegar só perto. Entrei todas as documentações necessárias para concluir a minha formatura, fui andando pela rua e olhando algumas roupas, pra passar o tempo também e tirar aquela reportagem e o rosto nojento do João da minha mente. Tomei alguns drinks e fui andando pra casa, cheguei lá já cambaleando e me joguei no sofá.

- Amor? Vamos pra cama. - o Gui diz ainda fardado pois o serviço hoje foi a noite então provavelmente estamos na madrugada.

O mesmo me puxou e carregou e me jogou na cama, beijou meu pescoço me deixando arrepiada e tirou toda minha roupa e a dele.

- Faz tempo que não me sinto tão bem - digo e em seguida beijo o mesmo.

-Aconteceu muita coisa!-confirmo com a cabeça e beijo o mesmo. Ele teve muita paciência comigo durante todo esse tempo, não conseguia fazer nada sem me sentir culpada e mesmo assim ele esteve ao meu lado.

Tomei banho e me deitei, quando acordei o Gui não estava lá, ele foi para o serviço. Ao me levantar tinha uma carta na beira na cama. "Na sala tem algo saboroso para você e a minha sogra, te amo".- sorri e beijei a carta e segui para sala. A mesa estava posta, várias frutas e pães, queijo, presunto, um sorriso saiu do meu rosto, ainda não sei se mereço tanto, sofri tanto que muitas vezes me alto saboto, me sentindo inferior

- Mãe? O Gui preparou uma mesa pra nós!-digo batendo na porta.

-Que beleza minha filha!-ela se levanta da cama e senta na mesa e percebo seus olhos se enchendo de água.

-Mãe, oque houve?-pergunto sem entender

- Me lembrei do seu irmão, essa mesa assim, consumávamos ser nós três!-me levanto e abraço a mesma.

-Eu também mãe, também sinto, demais!-a mesma beija meu rosto.

-Vamos comer!-ela diz

-O Gui está te fazendo um bem danado né?-confirmo com a cabeça.

-Ele é incrível mãe!

-Não é qualquer homem que depois de tudo isso se mantém com a mulher, ele se esforçou muito por você, ele te ama!

-Eu estava pensando nisso, ele é muito especial, sempre cuidando de mim e me surpreendendo.

-Você sofreu tanto, merece tudo isso! Me perdoa não ter percebido sobre o...-nego com a cabeça.

-Não continua, estamos bem!

Tomamos nosso café e ficamos assistindo uns programas de televisão, a minha mãe sorriu e me vi feliz, faz tempo que não vejo sair uma gargalhada.

Meu celular toca e é a minha amiga .

- Oi miga

- Que tal sairmos hoje a noite pra tomar uma cerveja ?

- Vamos sim, eu queria mesmo sair um pouco só nos duas e voltarmos aos velhos tempos, eu preciso retomar minha vida.

- Que ótimo. As sete e quarenta estou ai.

- Tudo bem?

Me aprontei e avisei ao Guilherme que sairia com a Any, o mesmo amou a ideia, já que não saio desde que meu irmão faleceu. Deu oito horas e nada dela, me sentei e já estava quase dormindo quando alguém bate na porta.

-Achei que não viria mas.- digo com a cara séria encarando a Any, que estava com um olhar espantado.

- Amiga aconteceu uma tragédia- ela diz respirando fundo.

- O que aconteceu?- digo nervosa

- Eu acho que vi o João no beco observando a sua casa - Meu coração acelera e vou olhar o jornal- Não, não!-grito.

O detento João Alcantara Costa Martins fugiu da prisão as quatro da tarde e está sendo procurado por todos, guarnições já foram enviadas e uma investigação foi aberta, ele é o traficaste mais perigoso da cidade e foi preso por centenas de crimes, tráfico de drogas, homicídio, estupro, tentativa de assassinato, estelionato, roubo, entre outros.

Meu coração gelou e só podia pensar no Guilherme peguei meu celular imediatamente e liguei para ele.

- Amor? Você está bem ? Volta pra casa por favor.-digo com as mãos soando.

-Filha?-Minha mãe diz ouvindo a entrevista e me abraça. - Calma!- ela diz segurando minha mão.

-Tô na ligação com o Gui, só um momento mãe!-digo-tranca tudo!-digo

-Amor, vem pra casa, agora!-digo

-O que houve meu bem? Estou em serviço.

-Não soube? O João fugiu da cadeia!

-Não acredito, sério?- Estou correndo pra casa!-ele diz e desliga o celular.

Me sentei no sofá e minha mãe me entregou um copo de água.

-Calma meu amor, estamos com você!- meu corpo estava se tremendo todo, eu não aceito que isso esteja voltando, não aceito que minha vida nunca vá dá certo.

Caso com o policialOnde histórias criam vida. Descubra agora