Capítulo 20

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Quando estava prestes a sair do hospital meu celular vibra.

- Oi Maninho, você está bem?-pergunto ao receber a ligação.

- Não!-ouço uma voz grossa.-Não reconhece minha voz?

- João?- meu coração acelera

- O único, você acha mesmo que pode se livrar de mim assim?

- Cade meu irmão?- pergunto já com falta de ar e então o mesmo a desliga.

Senti minha pressão baixar e o Guilherme me segurou.

- O João está com seu irmão?-ele pergunta

-Preciso ir!-digo correndo do hospital

-Anna, volta aqui!!!-ele grita. Corri em direção a um táxi e o mandei prosseguir até o morro. Os amigos do Gui estava lá e seguraram o mesmo que estava se debatendo e gritando meu nome.

Pego meu celular e disco o número do mesmo que não demora a me atender.

- Se acontecer algo comigo, saiba que eu sou grata a você e que não é só paixão que sinto, eu te amo Gui. Nunca achei que sentiria isso por alguém tão intenso dessa forma. Me perdoa, mas meu irmão precisa de mim.

- Volta aqui, não faz isso...por mim ! - o Gui diz

- Não posso.. se eu deixar ela vai matar meu irmão.

- É isso que ele quer, que você vá até ele.

- E é isso que vou fazer.

- Te amo!-ele diz e desligo o telefone.

Essas palavras é tudo que gostaria de ouvir, porém, nesse momento, minha mente só estava se direcionando a meu irmão, ao chegar no morro, digitei o número do meu irmão, no quinto toque o João atende.

- Alô?

- João, deixa meu irmão ir, estou no morro!-digo descendo do táxi e batendo a porta.

- Ótimo, vem até o galpão, aquele que você tem conhecimento!- ele debocha. Minha mente estava a mil, só conseguia sentir um medo, uma tontura, meu corpo estava totalmente andando no automático já que não estava raciocinando.

- João, não faz nada com ele, por favor! Me desculpa.-ouço o toque repetindo tum, tum. Ele desligou.

Eu corria de forma descontrolada, tropecei e cai no chão, fui andando mancando até lá. Assim que cheguei na frente do galpão, um homem veio por trás e colocou um lenço sobre minha boca. Acordei e estava deitada no chão, virei meu rosto e avistei meu irmão sangrando, fui até ele e estávamos em um quarto com grades e trancados.

-Desculpa!- digo soluçando em meio ao choro.

- Anna, oque veio fazer aqui?

-O João me disse que te pegou, não podia te deixar aqui!-digo batendo na porta e gritando.- Cadê a mamãe?

- Ela tava comigo na hora, viemos só pegar as coisas da casa, mas ele já estava lá com o bando nos aguardando!-sento no chão.- Mas ela estava bem, eu fui pra cima de um deles e ela conseguiu sair correndo, tinha um táxi na hora e ela foi.

-Você vai ficar!-digo procurando uma forma de soltá-lo e tentar sair.

-Eu que cuido de você! Não era pra estar aqui!-ele diz meio ofegante. Ouvi um barulho de pessoas andando e logo o João adentra o local.

-Bem vinda de volta Anna!-ele diz sorrindo.- Eu disse que não adianta tentar sair daqui.-ele vem se aproximando e na mesma medida do pra trás

-Libera ele, eu já estou aqui!

-Você não é mais suficiente, eu quero ver você sofrer, não adianta fazer seus shows!-ele da um sorriso asqueroso.

-Me mata, me mata João, faz oque quiser comigo, o Felipe não tem nada haver com você, eu que fiz a burrada de entrar em um relacionamento sem te conhecer direito, dei o azar de ser traficante.

-Cala boca, Anna!!-ele grita com a voz bem fraca, ele deve ter apanhado muito.

-Não se preocupe, você vai morrer, só que antes, vai ver seu irmão.

-Não!!!-grito e avanço pra cima do João.

- Vou fazer o que você me disse, lembra? Quando estava com a arma apontada na minha cabeça? Se não lembrar vou repetir a frase, " a morte pra você seria bom, quero ver você sofrer".- Ele diz apontando a arma pra cabeça do Felipe.

- Não faz isso João, eu te imploro, eu suplico, me perdoa, eu prometo fazer oque você quiser!

-Eu não quero mais nada de você, além da sua dor!-ele chuta a cabeça do meu irmão. Um desespero me tomou e meu coração estava batendo de uma forma descontrolada, minhas mãos estavam suando e minha cabeça palpitando, minha perna estava perdendo controle.

Caso com o policialOnde histórias criam vida. Descubra agora