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sons muito semelhantes aos da música religiosa e dos cânticos usados pelo povo da Índia.
Vez por outra, algumas pessoas iam ao andar de baixo e, após uns trinta minutos,
retornavam. Toda essa atividade fez com que George se inclinasse para mim, enquanto
estávamos sentados no sofá, para dizer em voz baixa: “Nossa sala de culto fica no andar
de baixo. Falarei mais sobre isso ainda esta noite, depois que formos embora”.
Umas seis semanas depois de termos conhecido o homem chamado 'Charmer',
perguntei certa noite, ao voltarmos para casa, se George poderia falar-nos mais a respeito
dele. Então, ele disse:
– Claro, vocês precisam ouvir mais a respeito dessa fascinante pessoa. Mas,
primeiro, quero que vocês lembrem que nós somos, de um modo geral, um grupo de
cidadãos leais às leis. Não conheço um de nós que não tiraria a sua camisa para ajudar o
próximo. E nós, realmente, nunca tiramos vantagem das pessoas com os poderes que os
espíritos nos têm passado. Mas, no caso do 'Charmer', bem, ele é um pouco diferente de
todos nós. Aparentemente, ele tem uma fraqueza de caráter e, por causa disso, usou o
seu poder hipnótico ou o seu dom, de uma maneira indevida. Eu diria que ele perdeu o
senso de direção por algum tempo. Ele é um homem de negócios muito capaz. É dono de
dois clubes noturnos, e tem tido muito sucesso. Como já disse, ele é um poderoso
hipnotizador. Ele pode colocar uma pessoa sob o seu encantamento, ou transe hipnótico,
em menos de dez segundos, se esta pessoa concordar em olhar diretamente para os seus
olhos. Sendo dono de dois clubes noturnos, ele tem muito contato com pessoas que
trabalham nos meios artísticos. Os conjuntos e grupos trabalham, em sua maioria, por um
contrato médio de quatro a seis semanas, e depois seguem para outra área. Ficamos
sabendo que alguns grupos estavam se desintegrando ou perdendo um de seus membros
depois de se haverem apresentado em um de seus clubes. E o artista desistente, era
sempre do sexo feminino. Há uns seis meses, o 'Esquadrão Anti-Vícios' da Polícia de
Montreal fez uma 'blitz' numa casa de prostituição de alto luxo. Todas as moças que lá
estavam, eram artistas de grupos e conjuntos que haviam se apresentado nos clubes dele.
Vejam, essas moças jamais teriam entrado nessa situação se não tivessem concordado
com em deixar que alguém as hipnotizasse. Quem faz isso, nunca poderá, daí em diante,
resistir ao hipnotizador.
Aspecto de Montreal I (década de 1940)

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