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e uma tonalidade que comandava atenção.
O espírito nos informou que ele era um conselheiro-chefe especializado em
assuntos militares, com jurisdição sobre legiões de espíritos. Considerando que o assunto
era muito complexo, ele ia precisar de mais dois dos cinco homens restantes para
servirem de canais para os espíritos.
Os dois homens tremeram um pouco, seus olhos se fecharam e os espíritos
sugeriram que fossem chamados de Remi e Alphonse. Os olhos do homem possesso pelo
conselheiro-chefe permaneceram abertos, mas não se mexeram; e suas pálpebras não
piscaram durante uns 45 minutos.
O sacerdote virou-se para o historiador e disse: “Os deuses estão honrando os seus
pedidos”. O visitante levantou-se com prancheta e caneta nas mãos. Primeiro, ele elogiou
os espíritos, reconhecendo que, no passado, eles lhe haviam dado informações que o
ajudaram a tornar-se um dos maiores em seu campo de conhecimento. Por alguns
minutos, ele conversou com os espíritos, dirigindo-se a eles como Sr. Remi, Sr. Alphonse e
Sr. Conselheiro. Então, ele fez pergunta após pergunta, e as respostas vinham sem
hesitação.
A certa altura, a entrevista referiu-se a uma conversa que houve entre Napoleão e
um de seus comandantes. O conselheiro-chefe afirmou que seria preferível que Remi e
Alphonse reproduzissem o diálogo ocorrido entre os dois homens, com o fim de serem
mais precisos. As vozes mudaram por completo, como se duas pessoas distintas
estivessem falando.
Virando-me para George, eu disse:
– Isso é fantástico!
Com um sorriso, George respondeu:
– Se você acha isso impressionante, espere até que você possa ouvir os espíritos
reproduzindo as vozes de pessoas que você conheceu e sabe que estão mortas há muito
tempo. Isso, sim, mexe com a cabeça de qualquer um!
O historiador, após ter obtido respostas para todas as suas perguntas acerca das
proezas militares de Napoleão Bonaparte, disse ao conselheiro-chefe que necessitava de
informação adicional sobre um discurso pronunciado pelo Prefeito Camillien Houde sobre
as escadas que dão acesso ao Paço Municipal de Montreal, pouco antes do Canadá entrar
na Segunda Guerra Mundial.
O conselheiro-chefe comentou que ele e seus auxiliares não poderiam ajudá-lo, pois
todas as suas atividades haviam sido realizadas na Europa. Mas, logo que saíssem, um
outro conselheiro-chefe tomaria o seu lugar e forneceria toda a informação que ele
desejasse solicitar.
Os corpos dos dois últimos homens escolhidos como médiuns tremeram, seus olhos
se abriram e, em suas próprias vozes, perguntaram por quanto tempo haviam sido parte
das comunicações dos espíritos. Quanto ao homem que havia sido ocupado pelo
conselheiro-chefe, o seu corpo tremeu um pouco, seus olhos se fecharam e abriram de
novo, e um outro espírito disse:
– É um prazer dar-lhe assistência na revelação do desconhecido. Eu estava
presente quando o Prefeito Camillien Houde fez o seu discurso contra o serviço militar
compulsório dos franco-canadenses nas forças armadas. O que gostaria de saber?
O historiador reiterou sua apreciação ao conselheiro-chefe pela contínua liderança
dos espíritos em sua vida.
– Devido ao fato de que não havia ninguém presente que pudesse taquigrafar o
discurso, circulam hoje várias versões. O nobre conselheiro tem algum modo de esclarecer

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