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enganados grandes líderes.
O sacerdote também fez alusão a três ou quatro relatos bíblicos, mas, como eu não
tinha conhecimento da Bíblia nessa ocasião, não fiquei muito impressionado, exceto
quando ele mencionou, como obra-prima, a experiência de Saul, rei de Israel, com a
feiticeira de En-Dor (ver I Samuel 28). Ele contou como os espíritos haviam levado Saul a
viver sua vida dando ouvidos aos seus sentimentos, em vez de à palavra de Deus. E como
eles o separaram completamente de seu Criador, fazendo-o cometer uma grande
abominação aos olhos do Deus dos hebreus, conseguindo, dessa maneira, sua destruição.
– Naquele momento da História, nosso mestre não poderia ter obtido glória maior
do que esta para si mesmo: fazer com que o executivo maior da nação de Israel se
ajoelhasse perante um espírito demoníaco diante de todos os habitantes das galáxias.
O homem disse que os espíritos demoníacos têm trabalhado através dos séculos
para convencer as pessoas a aceitarem o conceito de que os seres humanos têm uma
alma inerentemente imortal. Ele explicou como os espíritos têm imenso deleite em
personificar entes queridos falecidos ou pessoas famosas falecidas – tudo na tentativa de
convencer a humanidade de que a personalidade humana não perece juntamente com o
corpo.
Ao explicar por que os humanos aceitam tão facilmente o conceito de que eles
continuam a viver após a morte, ele disse que uma tremenda mudança ocorreu no
intelecto do homem após Adão e Eva terem acreditado no engano de Satanás (ver
Gênesis 3).
– Desconfiança e incredulidade para com o Criador tornou-se parte da natureza
humana – disse ele. – Por outro lado, tornou-se parte de sua fibra mental responder à voz
de nosso mestre e seus espíritos associados.
Roland e eu, fomos surpreendidos pelo sacerdote quando ele declarou que a crença
na vida após a morte é uma forma de idolatria através da necromancia. Na realidade, eu
quase caí de minha cadeira quando ele afirmou que os espíritos demoníacos estão
constantemente profanando as igrejas cristãs por atraírem milhões de cristãos a uma
forma de adoração aos espíritos, que os leva à idolatria sem que disso se deem conta.
– Contrariando a opinião popular, – continuou ele – a necromancia não consiste
apenas em invocar os espíritos dos mortos para se comunicar com eles. Em razão de os
seres humanos serem completamente mortais e não possuírem uma alma imortal, a
necromancia tem a ideia inerente de que os mortos, na realidade, entram em uma esfera
de existência mais elevada do que a que tinham quando estavam vivos. De acordo com o
grande mestre, – explicou o sacerdote espírita – as pessoas nem precisam buscar a ajuda
dos supostos espíritos dos mortos para serem enredadas pela necromancia. A própria
crença na vida após a morte – argumentou ele – constitui necromancia, porque dá aos
espíritos demoníacos a oportunidade de personificarem os mortos. Quando as pessoas
acreditam em suas próprias mentiras, o mestre recebe o respeito e a reverência devidos
ao seu grande e glorioso nome. Ademais, os espíritos se divertem e se comprazem por
terem levado as pessoas à idolatria.
Enquanto o sacerdote satanista continuava a exaltar Satanás e sua sabedoria, fui
invadido por uma grande tristeza. Meu coração chegou a doer ao lembrar-me da devoção
de meus pais e avós à memória de seus familiares falecidos. Eles se haviam sacrificado e
se negado em muitas coisas com a finalidade de ajuntar o dinheiro necessário para
mandar celebrar missas, na intenção de encurtar o período de tempo que essas almas
teriam que passar no purgatório antes de entrarem no gozo celestial. Quando compreendi
que todo aquele sacrifício havia sido em vão, o choque foi quase tão grande como o que

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