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sanduíche, e imaginei que ele levaria um bom tempo para se sair dessa. Mas ele me


perguntou, imediatamente:


- Roger, você ficaria muito desapontado se eu lhe dissesse que você não tem uma


alma imortal?


- Eu mesmo não, mas sei de muita gente que ficaria. Como você explica isso?


- A palavra "imortal" aparece apenas uma vez na Bíblia [I Timóteo 1:17], e as


escrituras aplicam o termo a Deus. Agora, com toda honestidade, você acha que seria


certo você e eu afirmarmos que temos uma alma imortal quando a Bíblia declara que


apenas Deus tem a imortalidade? [I Timóteo 6:15,16].


Quando ouvi essa resposta, quase deixei cair o meu sanduíche. Eu não contava


com esse tipo de resposta, mas o que ele disse fazia muito sentido.


- Você quer dizer que, quando uma pessoa morre, ela morre completamente? Que


não tem mais consciência de nada? - continuei.


- Exatamente. Na verdade, o apóstolo Paulo, em sua Epístola aos Romanos,


incentiva todos os cristãos a buscarem a imortalidade [Romanos 2:7]. É óbvio que ele não


sugeriria que nós a buscássemos se nós já a tivéssemos.


Seu modo de raciocinar causou um grande impacto sobre minha mente,


especialmente porque eu nunca ouvira um cristão falar assim. Dei-lhe corda para que


falasse mais.


Ele explicou que Jesus, durante o Seu ministério na Terra, referiu-se à morte como


um sono. "Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-Lhe, pois,


os discípulos: Senhor, se dorme estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de


Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes


disse claramente: Lázaro morreu" (João 11:11-14).


E ele ainda reforçou sua posição com o texto de II Timóteo 1:10, que diz que o


nosso Salvador Jesus Cristo destruiu a morte, trazendo a luz à vida e a imortalidade


através do evangelho.


Quando pedi que ele esclarecesse essa afirmação, Cyril disse que Satanás e seus


espíritos demoníacos têm imenso prazer em confundir e desencaminhar a raça humana.


Desde o dia em que levaram nossos primeiros pais a abrir a porta da miséria para si


mesmos e seus descendentes através da desobediência, esses espíritos maus têm


elaborado cuidadosos planos para levar os mortais a focalizarem sua atenção em filosofias


e ideias humanas. Dessa forma, a humanidade perderia de vista as grandes bênçãos


prometidas por Deus.


- É lamentável admiti-lo, mas os planos do inimigo têm tido um sucesso enorme -


disse ele.


"Aqui está um homem que entende a estratégia de guerra do inimigo", pensei


comigo mesmo. Mais uma vez, pedi que ele continuasse.


- A maior bênção deveria cumprir-se na vinda do Messias. Novamente, é


lamentável dizer: os israelitas, aqueles a quem foram confiados os oráculos de Deus,


tornaram-se tão confusos com respeito ao Messias que, quando andou entre eles, a


maioria O rejeitou e, um dia, gritou "crucifica-O!" Uma das mais preciosas promessas de


Deus havia sido a ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna. Nos dias dos


apóstolos, porém, os saduceus (uma classe de judeus cultos), acreditava e ensinava ao


povo comum que não havia ressurreição [Atos 23:8]. Em contraste, muitas das nações


vizinhas mantinham a filosofia de que, quando as pessoas morrem, entram num mais


elevado nível de existência. Devemos entender, de acordo com II Timóteo 1:10, que os


ensinamentos do Senhor, bem como o Seu grande sacrifício no Calvário, aboliram a morte

Viagem Ao SobrenaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora