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o assunto para nós?
– Tenho prazer de dar uma reprodução, palavra por palavra, do discurso do Sr.
Houde.
Seguiu-se, então, algo que me deixou maravilhado além de minha capacidade de
explicar. Eu nem podia acreditar. Ali estava uma voz que ouvira pelo rádio, provavelmente,
centenas de vezes através dos anos. Camillien Houde era um político veemente e
controvertido. Ele nunca hesitava em dar a sua opinião a respeito de alguém ou de
alguma coisa.
No final da década de 1930, Camillien era assunto quente para os meios noticiosos
de língua francesa. Suas atividades, como prefeito de Montreal, constantemente se
transformavam em notícias. As estações de rádio gravavam seus discursos e comentários,
e os transmitiam repetidas vezes, de forma que era fácil reconhecer sua voz. E, agora, eu
estava ouvindo aquela voz familiar, mas desta vez reproduzida através da agência de um
espírito demoníaco. Nós o ouvimos por uns vinte minutos.
Há algum tempo, contei essa experiência para alguém, e esta pessoa me disse que
poderia ter sido o espírito, ou a alma do falecido Camillien que estivesse fazendo o
discurso. Naquela ocasião, porém, Camillien estava vivo e com saúde. Ele não morreu
senão em 12 de setembro de 1958 [cerda de doze anos depois]. Como disse o espírito
demoníaco, era uma reprodução da voz e das palavras do Sr. Houde.
Camillien Houde (1930)
Naquela noite, enquanto nos levava para casa, George mencionou sua crença de
quando uma pessoa morre, ela morre. E, quando as pessoas afirmam manter
comunicação com os espíritos dos mortos, na realidade, são os espíritos demoníacos que
estão personificando os seus entes queridos falecidos.
Naquela ocasião, achei essa informação interessante, mas não voltei a dar-lhe
muita consideração. George não quis ampliar o assunto, e sugeriu que nós pedíssemos
que o sacerdote nos desse mais explicações quando houvesse uma oportunidade.
Aconteceu que, na noite do domingo seguinte, nós discutimos esse assunto com o
sacerdote. Ele deu a Roland e a mim um interessante relato de como os espíritos
demoníacos personificam os mortos, e disse que via nisso uma ilustração da astúcia deles
com o fim de desencaminhar os seres humanos. Tive a impressão de que o homem sentia
grande deleite e satisfação em relatar exemplos específicos de como os espíritos já haviam

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