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para mim.
Eu, um espírita, indo com os guardadores do sábado a uma igreja adventista. Meus
amigos ainda não eram conhecedores do fato de que eu estava lentamente saindo das
fileiras do querubim caído, seu mais feroz inimigo. Fazia poucos dias que eu tivera meu
último contato com os demônios.
Ao nos aproximarmos da igreja, vi, para a minha surpresa, que quase todas as
pessoas nas calçadas se dirigiam ao santuário. Alguém, gentilmente, deu-me as boas-
vindas à Escola Sabatina e também uma cópia do boletim da igreja. Ali por perto vi um
estande contendo periódicos e folhetos. Aproximei-me e peguei um livreto. Entrando na
igreja, senti-me impressionado ao ver tantas pessoas.
Depois de nos assentarmos, comecei a ler o livreto ao som de uma música suave. O
impresso trazia muitas informações detalhadas sobre as instituições da igreja local e suas
várias áreas de atividades.
O programa da Escola Sabatina iniciou-se com amáveis palavras de boas-vindas. Os
momentos que antecederam o estudo da Palavra de Deus foram especialmente ricos em
inspiração e informação para uma pessoa que estivesse visitando uma igreja adventista
pela primeira vez. O que vi foi um povo dedicado a ser uma bênção aos seus semelhantes.
Em quarenta minutos, foi feito o estudo da Bíblia. O Pastor L.W. Taylor dirigiu a
lição na classe das visitas. A lição do dia focalizava a vida de Cristo. O tema central
envolvia o conceito de que Jesus de Nazaré, ao viver sobre a Terra, pautou Sua vida pelos
princípios da Palavra de Deus, deixando-nos um exemplo digno de imitação. O Pastor
Taylor fez uma declaração da qual me lembro até hoje: “Se seguirmos o exemplo de nosso
Senhor, teremos paz, contentamento e sabedoria, que o mundo não pode nem dar e nem
tirar”.
Essas palavras não poderiam ter vindo em ocasião melhor. Os estudos bíblicos dos
poucos dias anteriores, culminando com o do sábado bíblico, haviam me levado a desejar
entregar minha vida a Cristo e a observar o sábado.
O serviço de adoração das 11 horas foi uma inspiração e culminou com uma
cerimônia batismal. Um deles, a ser batizado, era o meu novo amigo Cyril.
Quando ele voltou, eu disse que – se Deus quisesse – eu estaria de novo na igreja,
no sábado seguinte. Disse também que gostaria de falar com o Pastor Taylor, se houvesse
uma oportunidade.
Ao sairmos da igreja, não pude senão agradecer ao casal Grossé por sua amável
atenção. Naquele momento, eles não podiam entender exatamente quantas bênçãos
haviam trazido à minha vida. O Espírito de Deus os havia utilizado como Seus
instrumentos para trazer-me a um oásis espiritual, onde Cristo – o mesmo que chamou à
existência toda a beleza que eu contemplara nas múltiplas cores das folhas daquele lindo
dia de outono – haveria de me regenerar.
Às 2:30 daquela tarde, o Pastor Taylor chegou e, passado algum tempo, nossa
conversa se voltou para questões religiosas. Mencionei que havia estado a estudar a Bíblia
durante aquela última semana. Ele perguntou quantos e quais temas havíamos estudado.
Após enumerar alguns dos tópicos, comentei que havíamos feito vinte ou mais
estudos bíblicos. Lembro-me daquele momento como se fosse ontem. Os olhos do pastor
se arregalaram de surpresa, e ele perguntou se havia ouvido corretamente.
Quando viu que ouvira bem, ele disse: “Importa-se em me contar o que o levou a
estudar tanto?”
No momento, não consigo trazer à lembrança a exata razão que eu dei. Lembro-me
de ter ficado surpreso com o espanto dele ao ouvir quantos assuntos havíamos estudado.

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