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compadecer-Se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono
da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça em ocasião oportuna”
(Hebreus 4:15,16).
Tomei a Bíblia das mãos dela, e disse:
– Deixe-me ver isso.
Creio que o que me levou a pegar a Bíblia foi o fato de que o Espírito de Deus
estava enchendo a minha mente de esperança. Certa vez, no tempo em que servi na
Marinha Mercante do Canadá, lancei uma corda a um homem que havia caído no mar. Ele
apanhou a corda e se agarrou firmemente a ela. Agora, sentindo-me igualmente perdido,
eu enxergava uma corda de esperança e rapidamente a agarrei.
Já estava ficando tarde e, por isso, sugeri que Cyril fizesse uma oração antes de me
despedir. Perguntei também se poderia voltar na noite seguinte e eles concordaram.
Então, depois da oração, fui para casa.
Enquanto me dirigia para casa, já dentro do bonde, – com suas rodas rangendo,
suas portas abrindo e fechando ruidosamente, passageiros entrando e saindo, e o
condutor anunciando os nomes das próximas ruas – eu olhava pela janela com os olhos
fixos no calçamento. Meus pensamentos estavam totalmente concentrados naquilo que
Cynthia havia dito. Eu ainda podia ouvir o eco de suas palavras: “Existe esperança para
você. É claro que exiSt. Em Jesus existe esperança para cada um de nós. Existe esperança
enquanto estivermos vivos para pedir ajuda de Jesus”.
Então, uma voz pareceu sussurrar-me aos ouvidos, dizendo que existe esperança
para pessoas desesperadas e indignas – até mesmo para adoradores de espíritos.
Trinta e dois anos depois, o casal Grossé, minha esposa e eu, nos encontramos na
cidade de Toronto, no Canadá. Pouco após a experiência de minha conversão, eles haviam
se mudado para os EUA e, desde então, nunca mais nos havíamos visto. Ao evocar as
lembranças daquele outono de 1946, Cyril fez uma afirmação que me emocionou – porque
nela eu vi a misericordiosa operação do Espírito de Deus e de Seu amor para comigo.
Cyril declarou:
“Já estava casado fazia vários meses quando comecei a receber estudos bíblicos de
Warren Taylor, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Montreal. Eu não tinha
nenhum problema em crer no que ele dizia porque tudo o que ele fazia era ler textos da
Bíblia. Certa noite, então, ele me apresentou a lição sobre o sábado. Aquilo me fez
lembrar de um dia, em Halifax [Província de Nova Scotia, Canadá], quando perguntei para
minha avó qual era o dia correto de repouso. O estudo não me deixou totalmente
convencido. Naquela noite, sem dizer nada a ninguém, orei a Deus, pedindo que Ele me
ajudasse a crer no sábado. Pedi que Ele me concedesse a capacidade de convencer
apenas uma pessoa sobre o sábado, e eu tomaria isso como sinal de que Ele queria que
eu o observasse.
“Na segunda-feira seguinte, fui para o meu trabalho, como de costume. Entretanto,
eu estava inquieto e resolvi deixar o emprego. Tendo ouvido falar de uma nova fábrica que
precisava de novos empregados com o meu talento específico, fui naquela tarde
apresentar-me para ser entrevistado e, para minha surpresa, consegui o emprego e um
salário melhor. Então voltei a meu antigo local de trabalho e dei o aviso prévio requerido
pela lei.
“Finalmente, chegou o dia de iniciar meu novo emprego. Naquela manhã de
segunda-feira, tomei meu lugar ao lado de um empregado que tinha dois hábitos
estranhos. Primeiro, ele fumava como uma locomotiva. Senti-me agradecido porque era

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