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passagens bíblicas que ensinam que o Senhor dará a imortalidade aos redimidos por
ocasião da ressurreição dos justos. Os ímpios (lembrando que eles não possuem a
imortalidade) deixarão de existir, uma vez executada a sentença de sua punição. Em que
pese o fato de a Palavra de Deus afirmar claramente que os ímpios perecerão totalmente,
algumas passagens das Escrituras parecem indicar o oposto.
– Ao memorizar os catecismos católicos, quando era menino, eu encontrava
expressões que davam suposto apoio ao castigo infindável dos ímpios. Ainda me lembro
de alguns trechos como “fogo eterno”, “castigo eterno”, “o fogo do seu tormento sobe
para todo o sempre”. Eu gostaria, Pastor Taylor, que o senhor esclarecesse essa aparente
contradição.
Senti uma profunda satisfação quando ele afirmou que não havia contradição, mas
uma falta de compreensão por parte daqueles que acariciam a doutrina da alma imortal.
Ele explicou que muitas pessoas compreendem mal o significado da palavra castigo. Elas o
definem como um sofrimento consciente, e creem que, quando os órgãos dos sentidos
não percebem mais nenhuma aflição, deixa de ser castigo. Mas, se examinarmos as
penalidades humanas, veremos que avaliamos o castigo pelas perdas envolvidas, e não
apenas pela intensidade da dor infligida. Disse o pastor:
– Por exemplo, por que se considera a pena de morte como o maior castigo? Não é
porque a dor envolvida seja a mais intensa, pois as formas de tortura, tais como os
açoites, produzem mais dor do que a decapitação ou o enforcamento. Nós, porém, a
consideramos o maior castigo por ter efeitos mais permanentes. A vítima fica destituída,
de uma só vez, de todos os vínculos e bênçãos da vida, e a extensão da pena é estimada
pela existência que a pessoa teria usufruído. Assim acontece quando a penalidade da
morte, da qual não há escape, é aplicada, isto é, não há ressurreição. A segunda morte
priva o pecador dos brilhantes e infindáveis anos da eternidade. Assim como a vida dos
redimidos é eterna, assim também é a perda, ou o castigo, dos ímpios.
– Pastor, – disse eu – estou gostando de sua maneira de tratar do assunto. Não
quero fazer nenhuma imposição sobre a sua bondade, mas poderia, por favor, explicar-me
um pouco mais? Isso tem me incomodado por muito tempo.
Então, ele continuou:
– Nas Escrituras, a expressão “para sempre” e a palavra “eterna”, por estarem
associadas com “fogo” e “castigo”, simplesmente indicam os resultados produzidos pelo
fogo ou punição. Não indicam o período de tempo do processo de queimar ou punir.
Atentamente, assentei-me na beira da poltrona. Agitado, eu esperava para ouvir o
pastor fazer evaporar mais um dos meus temores de infância.
– Alguma coisa errada? – perguntou o pastor, subitamente.
– Nada, não se preocupe. Eu estava apenas mudando minha posição. Por favor,
continue.
– Vou dar três breves exemplos – disse o pastor, voltando ao tema. – Em Hebreus
5:9 encontramos a expressão “salvação eterna”, isto é, uma salvação que é eterna ou que
tem resultados eternos, e não um processo sempre em andamento que nunca chega ao
fim. Hebreus 6:2 fala de “juízo eterno”. Novamente, não se trata de um juízo eternamente
em andamento, mas de um processo que, tendo passado a sentença sobre todos os
homens, é irreversível em sua decisão e eterno em seus efeitos. E, por último, Hebreus
9:12 fala de “eterna redenção” Não uma redenção através da qual estamos eternamente
nos aproximando de um estado redimido que nunca alcançamos, mas uma redenção que
nos livra por toda a eternidade do poder do pecado e da morte.
Taylor disse que quando a Bíblia menciona “fogo eterno”, refere-se a um fogo que

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