– Quanto custa? – eu insisti.
– Você não terá que pagar o preço normalmente elevado das lojas de Bíblias. O
preço de uma Bíblia dessa, provavelmente, seria quinze dólares, ou mais. Deixe-me
mostrar por quê.
Ele abriu no Novo Testamento, e continuou:
– Eu não entendo muito de Bíblias, mas sei que as que têm algumas partes
impressas em vermelho, como esta, são as melhores.
Novamente, tentei perguntar quanto ele queria pelo livro, mas ele me venceu mais
uma vez.
– Eu já estava decidido a colocar um bom preço nesta Bíblia, mas, quanto mais
converso com você, mais baixo fica o preço.
– Ótimo. Continue conversando até chegar a um dólar e cinquenta centavos, e eu
tirarei esse valor do meu bolso para pagar.
– Está vendida. Dê-me um dólar e cinquenta.
Na realidade, não era essa a minha intenção, e comecei a explicar que eu não
queria me aproveitar dele e que ficaria contente em pagar o preço que ele achasse justo.
– Não, eu não quero um centavo a mais. Quando coloco um preço, este é o preço.
Enquanto eu lhe passava o dinheiro, ele disse:
– É claro que não vou empacotá-la para você. Esse valor não pagaria nem o papel
do embrulho. Você se importa de levá-la assim?
– Claro que não – respondi e fui saindo da loja.
Ao sair, fechando a porta atrás de mim, parei, e entrei novamente. Um pensamento
estalou em minha mente.
– Algum problema? – perguntou o vendedor.
– Senhor, esse foi um dos negócios mais incomuns que eu já fiz. Diga-me a
verdade, por que o senhor me vendeu esta Bíblia dessa maneira? Parecia que o senhor
queria se ver livre dela?
Olhando diretamente para os meus olhos, ele respondeu:
– Filho, esta é, sem dúvida, uma Bíblia roubada. Ela entrou aqui juntamente com
outros objetos que dois jovens me venderam. Até aquele momento, eu estava tendo um
bom mês de vendas, mas, uma hora antes de você entrar aqui, ocorreu-me que foi
exatamente depois de haver comprado esta Bíblia que os negócios pioraram.
Imediatamente, a coloquei em promoção na vitrine. Leve-a, filho, vá para casa, tenha uma
boa leitura e que Deus o abençoe.
Nesse mesmo instante, lembrei-me da passagem de Hebreus 4:15 e 16, e dizendo
“Muito obrigado!”, saí da loja. Que alegria senti no coração ao andar pela rua com minha
Bíblia nova de baixo do braço. Não me havia sentido assim desde o tempo em que era
mais jovem. Era como uma nuvem de tristeza que estivera a me cobrir e que, agora, era
levada embora pelo vento. Na realidade, eu me senti tão bem que o apetite voltou. Ao
passar diante de uma lanchonete de judeus, resolvi comprar um sanduíche para comer em
casa. No pouco tempo que ainda me restava antes de ir à casa de Cyril a fim de continuar
os estudos bíblicos, eu aproveitaria, também, para ler a Bíblia.
Aconteceu, então, alguma coisa que intensificou ainda mais o meu interesse pelo
livro de Hebreus.
Quando entrei em meu apartamento, percebi que era mais tarde do que eu
imaginava. Rapidamente, coloquei a Bíblia sobre a minha cadeira de balanço e me virei
para levantar as persianas de uma janela. Ao fazer isso, empurrei a cadeira com o meu
cotovelo fazendo com que a Bíblia caísse. “Oh, não”, exclamei, “minha Bíblia nova no
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Viagem Ao Sobrenatural
SpiritualAs experiências e recordações da infância e da guerra haviam levado Roger Morneau para longe de Deus de tal maneira, que ele agora O odiava. Depois da guerra, Roger foi levado, através de um amigo, a adorar os demônios. Então, ele descobriu as boas...