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Casamento..

Senhorita do lado de fora. Ela me deu um rápido "sim", um ligeiro beijo, e entrou quase em prantos.- Vou ensinar a vocês, moças, que quando eu abro a porta é hora de entrar - vociferou o guarda.- Não é toda noite que aparece um cavalheiro para pedir uma moça em casamento - disse ela. O guarda olhou, assustado.- Sinto muito - disse ele. - Por que não me falou antes que era tão importante assim? Eu lhe teria dado mais tempo. Naquele momento, ali mesmo, Hilda resolveu que iria se mudar. A mãe dela tinha um apartamento na Estrada Queen Mary, e Hilda decidiu morar com ela, mesmo que tivesse de viajar uma distância maior para chegar ao trabalho. Naquele mesmo momento, eu me dirigia para casa sentindo-me tolo por não ter administrado melhor a estratégia do tempo. Tão logo, Hilda encontrou um telefone e fez uma ligação à sua mãe para lhe falar de seus planos.- Mamãe, tenho algo maravilhoso para lhe dizer.- É mesmo? O que é?- Vou me casar.- Você perdeu o juízo? Você tem apenas 21 anos. Além disso, com quem você se casaria?- Vou me casar com o Roger, aquele rapaz da igreja, com quem tenho saído algumas vezes. A senhora o conhece, já o cumprimentou umas duas vezes.- Sim, mas vocês se conheceram há tão pouco tempo. Você não acha que está sendo um pouco precipitada? Então, de acordo com Hilda, ela mesma rompeu-se em lágrimas e começou a abrir o coração. A conversa terminou com a mãe dela afirmando que não havia necessidade de chorar e que conversariam mais quando ambas se encontrassem. Quando telefonei a Hilda, na noite seguinte, ela me informou da opinião de sua mãe. Sugeri que fôssemos juntos visitar a mãe dela no domingo seguinte e, então, eu pediria a mão de Hilda em casamento. Discutiríamos esse importante assunto com ela até chegarmos a uma conclusão satisfatória. Aconteceu que a mãe dela mostrou-se muito compreensiva com relação às nossas intenções e escolhemos a noite do dia 20 de setembro para o casamento. Não demorou muito e o verão deu lugar ao outono, e este, por sua vez, procurou sobrepujar o seu predecessor em calor, beleza e encanto. Levantei-me cedo, na manhã de sábado, dia do nosso casamento, para descobrir que toda a natureza estava cheia de vida. Quando saímos da igreja, após o culto da manhã, o termômetro indicava 30 graus. Algumas folhas secas já eram espalhadas pela suave brisa. Nossos amigos, Ruth e Arthur Cheeseman, nos cederam sua residência para a cerimônia do casamento. Nosso plano era ter momentos tranquilos na presença de uns poucos amigos íntimos. Entre os convidados, estavam dois pastores com as suas esposas - André Rochat, pastor da igreja de língua francesa, e L.W. Taylor, pastor da igreja de língua inglesa, os quais oficiaram a cerimônia [o inglês e o francês são os dois idiomas oficiais do Canadá]. A Sra. Cheeseman, a Sra. Mousseau [mãe de Hilda] e outras damas haviam dado àquela residência a mais linda ornamentação, apropriada para a ocasião. Enquanto minha noiva e eu repetíamos os nossos votos matrimoniais perante o pastor, eu me mantinha em postura e confiante. Não para impressionar nenhum de meus amigos presentes, mas por causa dos muitos seres invisíveis que estavam assistindo: anjos que haviam vindo da presença do Todo-Poderoso, para se alegrarem conosco, e demônios, comandados a assistirem - como eu acreditava - pelo seu impiedoso líder, o qual havia visto os seus diligentes esforços transformarem-se em fracasso, quando pela graça do Senhor Jesus eu me afastara de suas fileiras. Além disso, eu estava vestido com o meu melhor terno - aquele feito sob medida, que eu havia comprado com o dinheiro que ganhara nas apostas das corridas de cavalos com a ajuda dos demônios.

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