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produz resultados eternos, para sempre.
– Somos informados em Judas, verso 7, que as cidades de Sodoma e Gomorra
sofrem a vingança do “fogo eterno”. O apóstolo Pedro diz que Deus, “reduzindo a cinzas
as cidades de Sodoma e Gomorra... tendo-as posto como exemplo a quantos venham a
viver impiamente” (II Pedro 2:6).
A maneira como a Bíblia se explica a si mesma me deleitava. Eu nunca havia ouvido
alguém discutir o assunto com tanta fluência e conhecimento. Para cada palavra, o Pastor
Taylor apresentava claras referências bíblicas, não deixando nenhuma dúvida quanto ao
amor e à bondade de Deus para com aqueles que Ele criou à Sua imagem.
No entanto, no fundo de minha mente permanecia uma expressão profundamente
enraizada, plantada pela instrução religiosa de minha infância. Por um momento, relutei
em trazê-la à tona. Imaginei que ele não poderia dar uma explicação. De súbito, pensei
que, se ele me desse uma explicação, ficaria para sempre estabelecido em minha mente
que o Senhor é, no mais completo sentido do termo, um Deus de amor.
– Pastor, o que a Escritura quer dizer com “a fumaça do seu tormento sobe pelos
séculos dos séculos”? (Apocalipse 14:11)
Eu me acomodei mais confortavelmente naquele sofá da sala de visitas, enquanto
esperava com ansiedade pela resposta.
O Pastor Taylor, então, explicou que as Sagradas Escrituras aplicam os termos “para
sempre” e “para todo o sempre” a coisas que duram por um longo tempo ou por por um
período indefinido de tempo. Por exemplo, a Bíblia utiliza estes termos em referência ao
sacerdócio dos judeus, às ordenanças de Moisés, à possessão da terra de Canaã, aos
montes e as montanhas, à terra, e ao tempo de serviço a ser prestado por um escravo.
– Qualquer um dos termos denota duração ou continuação de tempo, sendo sua
extensão determinada pela natureza dos objetos aos quais se refere. Quando se refere a
coisas que sabemos, por outros textos das Escrituras, não terem fim, significa a
eternidade de ser. Mas quando se aplica a algo que há de cessar, seu significado se torna
correspondentemente limitado.
Ele ilustrou esse ponto com alguns versos das Escrituras. Êxodo 21:2-6 afirma que,
naquele tempo, quando um hebreu comprava um servo, este servo sairia livre no sétimo
ano de sua escravidão. Mas, no caso de o servo não querer deixar o seu senhor, ele
poderia renunciar aos seus direitos de liberdade através de um ritual específico. O senhor
traria seu servo perante os juízes da comunidade e o faria chegar à porta na presença
deles, e lhe furaria a orelha com uma sovela. Então, o servo o serviria “para sempre”
(Êxodo 21:6). Nesse caso, o termo “para sempre” poderia significar um período de tempo
de um dia ou muitos anos, a depender de quanto tempo o servo vivesse.
O Pastor Taylor citou mais um exemplo interessante do termo “para sempre”,
encontrado em Salmos 21:1-4. Sentindo-se agradecido a Deus pelas muitas vezes que o
Senhor lhe poupara a vida, o rei Davi exclamou: “Na Tua força, Senhor, o rei se alegra! E
como exulta com a Tua salvação! Satisfizeste-lhe o desejo do coração e não lhe negaste
as súplicas dos seus lábios... Ele Te pediu vida, e Tu lha deste; sim, longevidade para todo
o sempre”. E Davi viveu até ficar velho e, assim, a expressão “para todo o sempre”, usada
aqui, significa um período de muitos anos de duração.
Após dar esses exemplos bíblicos para mostrar quão limitada pode ser a expressão
“para sempre”, quando aplicada a alguma coisa transitória, o Pastor Taylor passou a
algumas referências bíblicas em que a expressão significa “eternidade de ser”.
O segunda capítulo de Daniel descreve a interpretação que o profeta deu ao sonho
da grande estátua de Nabucodonosor. O verso 44 anuncia que “nos dias destes reis, o

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