Num lindo dia de sábado, em abril de 1947, tive a bendita experiência de ser batizado por imersão e de tornar-me membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Naquele mesmo dia, encontrei uma jovem chamada Hilda Mousseau. Ao sairmos da igreja, após a reunião daquela noite, o Pastor Taylor disse que quem fosse na direção leste, poderia pegar uma carona de uns dois quarteirões com ele, até o lugar onde deixaria o carro estacionado naquela noite. Quatro de nós aceitamos a oferta e, depois de chegarmos ao destino do pastor, fomos em direção à parada de bondes mais próxima. Assim foi que Hilda e eu nos conhecemos e, algumas vezes depois disso, andamos juntos até a parada do bonde. Não demorou muito para descobrirmos que tínhamos em comum alguns interesses, preferências e aversões. Depois de algum tempo, nosso namoro estava firme. Certo dia, pensei que seria uma boa ideia tentar convencê-la a tornar-se minha esposa. Naquele tempo, pedir uma jovem em casamento era um projeto complicado. O moço tinha que levar em consideração qual o melhor momento e lugar. Após rever meu plano de ação várias vezes, uma noite de domingo pareceu-me a melhor opção. A importante questão teria que vir à tona sob condições de descontração. O momento ideal para pedir seria o intervalo, enquanto esperávamos que o guarda noturno viesse abrir a porta. Era necessário tocar a campainha duas ou três vezes até que ele chegasse, e isto levava, às vezes, dez minutos – dependendo do ponto em que ele se encontrava no prédio. Nessa ocasião, Hilda trabalhava como enfermeira no “Hospital dos Convalescentes de Montreal” e morava no dormitório das enfermeiras, um dos anexos ao hospital. Todas as enfermeiras residentes tinham que chegar até às onze horas da noite. Quanto mais próximo desse horário alguém chegasse, por menos tempo teria de esperar. Por isso, imaginei que o momento ideal seria às dez e meia. Era um lindo dia do mês de junho. Como planejado, estivemos juntos durante a tarde e a noite daquele agradável domingo e, para culminar, fizemos um 'tour' de bonde pela cidade de Montreal. Após cada parada, enquanto o bonde ganhava mais velocidade, os cabelos longos e loiros de Hilda se levantavam sob a ação do vento, e seus olhos azuis brilhavam ao refletir a luz dos muitos anúncios de neon ao longo da rua. Quanto mais eu olhava o rosto dela, mais me convencia de que o nome dela deveria ser “Hilda Geraldine Morneau”. Por volta das 22:30 daquela noite, nós nos aproximamos da porta do dormitório das enfermeiras e, do modo como já fizera muitas vezes, Hilda apertou o botão da campainha e encostou o ombro à porta na expectativa de ter que esperar por muito tempo. Imediatamente, perguntei se ela concordava em casar-se comigo. Eu mal havia falado e o guarda apareceu. Destrancando a porta, ele deu uns dez passos para trás, cruzou os braços, e fixou os olhos em mim como se estivesse a dizer: “Eu o desafio a dar um beijo de despedida nela, na minha presença”. Hilda foi apanhada de surpresa diante de minha pergunta e a rápida chegada do guarda – que costumava demorar. Ela afirmou que já havia pensado sobre o assunto, mas esperava que isso fosse acontecer num futuro distante. Eu lhe garanti que tudo o que queria naquele momento era um “sim”, e que nós poderíamos entrar em maiores detalhes em uma outra ocasião mais conveniente para ela. Eu mal acabara de dizer isso, quando o guarda berrou:– A 'mademoiselle' [senhorita, em francês] vai entrar, ou quer ficar do lado de fora? Tenho mais o que fazer e se a senhorita não entrar, vou ter que fechar a porta com a
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Viagem Ao Sobrenatural
SpiritualAs experiências e recordações da infância e da guerra haviam levado Roger Morneau para longe de Deus de tal maneira, que ele agora O odiava. Depois da guerra, Roger foi levado, através de um amigo, a adorar os demônios. Então, ele descobriu as boas...