Julianobolevard
Através de todo o estudo sobre a ressurreição do corpo, ainda latente no fundo de
minha mente estava o pensamento de que, se os escritores do Novo Testamento
acreditassem que o homem tem uma alma imortal que vai para o Céu por ocasião da
morte, eles certamente fariam menção de que Cristo traria essa alma de volta, por ocasião
de Sua vinda, para juntá-la ao seu antigo corpo. Não encontrei tal ideia em lugar nenhum,
mas encontrei muitos textos das Escrituras que provam exatamente o oposto. Por
exemplo, no décimo quinto capítulo de I Coríntios, Paulo discorre bastante sobre os
mortos justos e a ressurreição, falando repetidas vezes que as pessoas que dormiram
serão despertadas quando Jesus voltar.
O último ponto de minha descoberta – por sinal, um dos mais impressionantes –
sobre o tema da ressurreição, aparece na Epístola aos Hebreus. O décimo primeiro
capítulo fala da fé do povo de Deus através de várias épocas, mencionando suas
tribulações e dificuldades, sua coragem e sua esperança na ressurreição e na vida eterna,
e como foram sustentados pela fé mesmo diante da própria morte.
“Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior
ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnio e açoites, sim, até de
algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de
espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados,
afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos
desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Ora, todos estes que obtiveram
bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa, por
haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem
aperfeiçoados” (Hebreus 11:35-40).
“Se eu tão-somente pudesse ter essa linda esperança da ressurreição e da vida
eterna, e viver de acordo com ela” – pensei eu. Foi quando alguma coisa varreu todo
aquele entusiasmo que estava crescendo em minha mente. “Que tolice, a minha: pensar
que Deus me perdoaria o ódio que eu havia alimentado contra Ele por tanto tempo. Não,
Ele nunca me perdoaria. Era melhor tirar da cabeça essa esperança de vida eterna. E
ainda havia a tal da minha associação com os espíritos. Deus nunca me perdoaria.
Esqueça isso, Morneau, é tarde demais”.
Aconteceu que Cynthia leu o texto final, que concluiria o estudo e que aconselha
todos os cristãos a viverem “no presente século, sensata, justa e piedosamente,
aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e
Salvador Cristo Jesus” (Tito 2:12,13).
Essa passagem me levou a expressar ao casal Grossé a minha apreciação pela
graciosa disposição deles em estudar a Bíblia comigo. Também mencionei que gostaria de
poder viver com a esperança de ver a gloriosa manifestação do Senhor, mas que minha
vida tinha sido tal que tornava esse desejo impossível.
– Ainda existe esperança – disse Cynthia. – Nós temos um grande Sumo Sacerdote,
Cristo, o Justo, que ministra em nosso favor no Santo dos Santos, no santuário celestial.
Ele veio e morreu na cruz do Calvário para tornar-Se o nosso Sumo Sacerdote. É somente
através dEle que podemos encontrar a salvação.
“Se ela soubesse do meu envolvimento com os espíritos, ela não diria que ainda
existe esperança” – pensei.
– Existe esperança para você – continuou ela. – É claro que exiSt. Em Jesus existe
esperança para cada um de nós. Existe esperança enquanto estivermos vivos para pedir
ajuda de Jesus. Deixe-me mostrar para você.
Então, ela abriu a Bíblia e leu: “Não temos Sumo Sacerdote que não possa
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Viagem Ao Sobrenatural
EspiritualAs experiências e recordações da infância e da guerra haviam levado Roger Morneau para longe de Deus de tal maneira, que ele agora O odiava. Depois da guerra, Roger foi levado, através de um amigo, a adorar os demônios. Então, ele descobriu as boas...