selamos o pacto depositando um pouquinho de incenso sobre a chama de uma vela preta.
O sacerdote salientou que, ao sairmos, teríamos de manter silêncio total, com o fim de
evitar o grande desagrado dos espíritos.
Algum tempo depois, quando assistimos àquilo que os adoradores de demônios
gostam de chamar de “sessão de louvor aos deuses”, o sacerdote explicou o grande perigo
de despertar a ira dos espíritos. Como exemplo, ele mencionou o caso de um indivíduo
que foi desleal em algo que muitos poderiam considerar de pouca importância. Apesar de
ele morar em um prédio considerado à prova de fogo, os espíritos queimaram o edifício
com tudo o que havia dentro dele, inclusive o traidor com sua esposa. George nos contou
que havia conhecido esse casal.
Em outro caso, os espíritos passaram uma hora inteira atormentando um membro
infiel em sua casa. Eles lançaram com grande força todos os pertences da casa contra as
paredes, reduzindo grandes peças do mobiliário a pedaços. Hospitalizado em estado de
choque, depois que os vizinhos o encontraram em sua casa, o homem quase
enlouqueceu.
Com essas experiências gravadas na mente, foi-me natural considerar as horas de
estudo como um bônus, e isso me levou a pressionar pelo quarto estudo. A ousadia com
que me aventurei a estudar a Bíblia sob tais condições não foi o resultado do esforço
humano. Da maneira que vejo hoje, foi o resultado direto de ser alimentado, naquele dia,
pela Palavra de Deus – a “Palavra Operante”. A Palavra de Deus é vida. Ela tem o poder de
motivar uma pessoa, a ponto de ousar desagradar o príncipe das trevas.
Deus havia proposto que eu ouvisse as grandes verdades de Sua Santa Palavra, e
isso tornou-se em realidade. Os espíritos de demônios não tiveram nenhuma maneira de
impedir que isso acontecesse.
Quando terminamos o quarto estudo, marcamos um novo encontro para às 19
horas da noite seguinte. Antes de sair, sugeri que Cyril lesse uns dois versos das Escrituras
e fizesse uma pequena oração. Ele abriu a Bíblia no livro dos Salmos: “Deus é o nosso
refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda
que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas
tumultuem e espumejem, e na sua fúria os montes se estremeçam” (Salmos 46:1-3).
Eu estava para sair, já com a mão na maçaneta da porta, quando me ocorreu
perguntar quais os assuntos dos próximos temas. Um deles seria: “O estado dos mortos”.
Ao despedir-me, dizendo “Boa noite”, a sensação que tive foi que mal poderia
esperar até o horário combinado para o próximo estudo. Na realidade, minha principal
preocupação não era esperar o tempo passar. Eu estava no bonde, enquanto me dirigia
para casa, e me perguntava se ainda estaria vivo no dia seguinte, terça-feira, às 19 horas.
Realmente, acreditava que, naquela noite de segunda-feira, eu seria visitado pelos
espíritos – e, contra os seus ataques, eu não tinha, em minha própria força, nenhum
método de defesa. Mesmo assim, não temia a morte. Mesmo sendo tão indigno, o Espírito
do Senhor estava abençoando minha vida pelo amor de Jesus.
Quando me deitei, as palavras das Escrituras, que Cyril havia lido, voltavam
constantemente à minha mente, e a próxima coisa que percebi foi o toque do alarme do
meu despertador, na terça-feira de manhã. Era hora de levantar e sair para o trabalho. Até
hoje, as palavras do capítulo 46 do livro de Salmos significam muito para mim, porque me
têm ajudado a olhar para cima, para Deus, o Manancial da vida, a Fonte de todo o poder.
Por mais sombrias e desesperadoras que sejam as perspectivas. Ele pode operar uma
maravilhosa mudança a fim de livrar os desemparados das mãos do destruidor.
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Viagem Ao Sobrenatural
SpiritualAs experiências e recordações da infância e da guerra haviam levado Roger Morneau para longe de Deus de tal maneira, que ele agora O odiava. Depois da guerra, Roger foi levado, através de um amigo, a adorar os demônios. Então, ele descobriu as boas...