capítulo 13

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              Episódio de morte

Domingo de manhã, acordei e me levantei para um novo estilo de vida. Em vez de
estender a mão à procura de um maço de cigarros sobre o criado-mudo – um hábito
profundamente arraigado – percebi que não tinha aquela vontade compulsória de fumar.
Uma onda de felicidade me inundou, com o pensamento de que eu tinha um novo e
poderoso Amigo, na pessoa de Jesus Cristo. Lembrei-me do modo tremendo com que o
Espírito de Deus me abençoara a mente e me sustentara durante o meu episódio com os
espíritos, algumas horas antes.
Compreendendo minha fragilidade humana, pedi que o Senhor me concedesse
forças para o conflito que estava adiante. No passado, pela influência de outras pessoas,
eu fora levado a tomar decisões insensatas. Muitas vezes, me entregara às sugestões de
meu amigo Roland. De maneira gradual, ele me havia induzido à adoração dos espíritos.
Durante os minutos seguintes, orei sem pronunciar nenhuma palavra. Tendo
aprendido que os demônios não podem interceptar uma oração silenciosa, eu queria estar
um passo à frente de meus inimigos. Sentia uma grande satisfação em deixá-los curiosos.
E sentia-me honrado pelo fato de que eu, um ser humano indigno, podia conversar com o
mais poderoso Ser do Universo sem a interferência ou bisbilhotice dos demônios.
Eu disse ao Senhor que não sabia por onde começar para falar ao meu amigo
Roland sobre as realidades eternas. Talvez, ele não estivesse disposto a ouvir para não
ofender os espíritos. E, acima de tudo, como deveria eu enfrentar as pressões que viriam
certamente?
Fiz uma pausa de alguns segundos em minha mente e, ao fazer isso, ocorreu-me
uma passagem do primeiro capítulo do Evangelho de João: “Veio para o que era Seu, e os
Seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu nome” (João 1:11,12). Senti, então, que o
Espírito de Deus me susteria através de minhas dificuldades vitoriosamente.
Sobre o meu criado-mudo estava a minha Bíblia. Estendendo a mão, comecei a
folheá-la sem prestar atenção. Naquelas duas páginas da Escrituras aberta, estava o poder
que salvaria literalmente a minha vida.
Poucos momentos depois, resolvi levantar-me. Tomando a Bíblia, comecei a ler, do
mesmo lugar em que estava aberta, o trigésimo sétimo capítulo de Isaías. Falava de um
rei chamado Ezequias, que havia recebido uma carta cheia de desafios de um tirano
invasor – Senaqueribe, que era muito convencido. Impressionado pela maneira com que o
Senhor dirigiu a situação, obtive confiança adicional de que não precisava ficar
preocupado com o que estava pela frente. Eu não conseguia ficar sem pensar, mas não
precisava ficar preocupado.
No horário combinado, Roland chegou.
– Você parece exausto, homem. Está doente? – perguntei, quando o vi.
– Morneau, você quase sufocou a minha vida e a do George. Nós não podemos
nem acreditar que você poderia ser tão insensível a tudo que o George tem feito para nos
beneficiar, e que você poderia voltar-se para insultar o mestre, recusando a riqueza que
ele preparou para você.
– Quando foi que você ficou sabendo disso?
– Às 5:30 desta manhã. George me telefonou, depois que soube da sua estúpida

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