Capítulo 2 - O começo da tortura...

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- Oi. – Falei me aproximando depois de mergulhar na direção dela.

- Oi. – Ela respondeu e deu um sorriso lindo retribuindo o meu. - A água está uma delícia, né?

- Sim. – a olhei discretamente até onde consegui. – Uma delícia.- Sei que falei com maldade mas a intenção não era essa. Apesar disso ela percebeu pois engoliu seco, mexeu no cabelo agitadamente e seu olhar foi parar na minha boca. As meninas tinham razão, ela com toda certeza gostava do que via e isso me deixava mais confiante, mesmo com a pouca experiência que eu tinha.

- Eu ainda não acredito que estou aqui com vocês. É bem diferente estar do lado de cá. – Ela disse agora encarando a sua própria mão que brincava na água.

- Lembra que eu te disse que somos bem normais? – Falei aproveitando a distração dela para olhar seus seios mas quase fui flagrado quando ela voltou a me encarar.

- Sim, você disse mas para nós, reles mortais, o estilo de vida de artista é incompatível com o nosso, mas cada vez que conheço mais alguma coisa relacionada a vocês, mais consigo desligar o fato de serem famosos. Sem falar que no Brasil, você não tem paz quando vai na rua e aqui as pessoas são mais discretas quando encontram algum famoso. Principalmente aqui em Tulsa né? – Ela perguntou mexendo novamente no cabelo.

- Ah não tem comparação. Todos estão acostumados conosco aqui. – Eu ri antes de continuar. – No Brasil eu posso imaginar que seria bem diferente. As pessoas são muito apaixonadas e calorosas lá. Não me incomodo até mesmo porque não é mais como antes. Tivemos nosso quarto invadido, gente escalando janelas de hoteis e até roupa minha rasgada.

- E cabelo arrancado! – Ela falou e eu gargalhei relembrando do quão puto eu fiquei.

- Sim!! Eu tinha esquecido disso. Arrancaram meu cabelo. – Falei rindo da minha própria desgraça.

- Brasileiro é demais. – ela falou sorrindo.

- Concordo com você. Algumas brasileiras são demais. – Eu esperava que ela entendesse o que eu dizia e pela feição pude ter certeza de que não captou. Merda! Eu queria ser direto mas eu era muito ruim naquilo. – Mas são as mulheres mais bonitas.

- Você acha? – Ela perguntou com o sorriso pequeno.

- Ah! Você sabe disso. Olhe para você. – Falei apontando em sua direção.

- Zac. – ela disse me jogando água mas eu sorri virando o rosto tentando escapar mas logo voltei a olhar enquanto me encostava na parede da piscina, me apoiando com meus braços abertos.

- É sério. – Ela encarou a água com o sorriso pequeno no rosto e eu voltei a olhar seu corpo. –  Vou te levar para conhecer o estúdio.

- Você está falando sério? –Seu sorriso sumiu! Ela congelou e me encarou com os olhos arregalados.

- Sabia! O que vocês tem com aquele lugar? – Falei rindo.

- Ahh achei que tivesse falando sério. Isso não se faz. – Ela disse murchando.

- Nãoo!! É sério, eu te levo lá. – Ela voltou a sorrir. – Só queria entender o que aquilo representa para vocês. Eu adoro aquele lugar, mas imagino que devo ter a mesma sensação de quando você chega no seu trabalho. Aliás o que você faz? Nos falamos até que bastante antes de você vir mas não tocamos nesse assunto.

- Eu tenho uma loja com a minha mãe e quando voltar, vou abrir uma para mim. Respondendo sua pergunta sobre o estúdio, é lá que vocês fazem o que amamos em vocês. As músicas que embalam nossa vida, enquanto vocês acham que estão fazendo apenas uma canção, para nós, estão criando memórias que associamos à momentos de nossa vida. – Eu fiquei tentando entender o que ela dizia quando ela continuou. – Vou ser mais prática. Toda vez que ouvimos Save Me, lembramos de uma novela que passava e que essa música embalava o casal principal. Toda vez que escuto Musical Ride, lembro de ser a última música que você cantou no seu show solo e eu lembro de você no palco e as sensações voltam como se estivesse vivendo aquilo de novo.

Quando me descobriOnde histórias criam vida. Descubra agora