Ciúmes...?

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​– Ei, calma. Tudo bem. Respire – Vitor pôs uma mão em seu ombro. Ainda assustada, ela tentou se deitar novamente. O garoto a ajudou, apoiando uma mão em suas costas e outra em sua barriga. Quando percebeu seu toque, a vampira arfou e ele imediatamente a afastou. – Desculpe, te machuquei?

​– Como? Amm. Não. Não sei – resmungou. Alice deu uma risadinha baixa da confusão dela. Robert bufou, meio impaciente.

​– Catarina, pare de se fazer de idiota. O que foi que aconteceu com você? – ele perguntou. A garota, tonta, murmurou algo como "Cadê o café?" em resposta, fazendo-o bufar novamente. Agora estressado, ele chamou mais uma vez. – Catarina!

​– O QUE, PORRA?

​Robert desatou a rir da irritação dela, e Vitor tentava abafar o riso. Alice estava um pouco em choque com o berro da outra. Camila apareceu do corredor da cozinha, assustada com a barulheira deles.

​– Estão todos bem aqui? O que aconteceu? – ela perguntou. Nenhum dos três era capaz de explicar, rindo feito loucos. Catarina xingava baixo.

​– Qual a graça? Porcaria! Estão rindo de que? Desgraçados! – ela murmurava. Vitor começou a rir alto, tentando se desculpar por não se controlar.

​– Não se preocupe, querida. O melhor é tentar manter a calma. Eles são bobos assim mesmo, não se incomode – Camila a tranquilizou, fazendo Catarina revirar os olhos e encarar os outros com ódio.

​Eles então pararam finalmente de rir, e Robert, ainda vermelho e um pouco sem ar, tentou falar com a garota, se desculpando sem parar e se justificando.

​– Certo, enfim, Catarina. Eu estava tentando te perguntar o que aconteceu – ele falou. Ela ficou vermelha de repente, e Alice percebeu seu olhar rápido para Vitor.

​– Posso falar com você a sós? – disse baixo. O garoto respirou fundo, porém assentiu. Vitor ajudou Catarina a se levantar, e ela foi com Robert para fora.
​Vitor então se levantou do sofá e se aproximou da irmã, feliz por poder ficar um pouco a sós com ela. Ela sorriu, e deitou a cabeça em seu ombro.

​– Vitor, por que estava falando aquilo de Eleanor? – perguntou de repente. Ele respirou fundo antes de responder.

​– Alice, eu sei que parece estranho eu falar da minha própria irmã, mas acredito que eu a conheço muito bem. E, bem, Eleanor tem uma necessidade enorme de ser o centro das atenções. Até o que aconteceu, quanto a ela e Arthur, todos nós sempre fomos, cada um, mais próximos dela, porque ela mudava o jeito quando estava conosco. Com os gêmeos, parecia boba, ou retardada feito eles, e com Gabriel, conversava civilizadamente, séria. Então, Eleanor está acostumada a ter a atenção de todos para si.

​– Sim, Vitor, eu entendo. Mas isso não quer dizer que ela faria aquilo apenas para que eu não fosse lá fora. Apenas para não ficar comigo.

​– Você ainda não entendeu direito, baixinha. Para Eleanor, ela voltaria para cá e tudo voltaria ao normal. Depois de todos a perdoarem, o que levaria um tempo, talvez. Mas de repente ela chegou, e cada um dos irmãos que a adoravam, estavam extremamente preocupados com uma garota que fora sua melhor durante uns oitenta anos – ele continuou. Alice começava a acompanhar seu raciocínio. – Acho que ainda piorei a situação quando fiquei perto de você e a ignorei completamente. Mas todos estavam dando muito mais atenção a você do que a ela, e você, Alice, nunca precisou mudar seu jeito para nos fazer gostar de você. Se eu a conheço, ela não deve ter aguentado de tanto ciúmes. Então o problema não é com você especificamente, Eleanor só precisa tirar você do caminho – Vitor fez aspas com os dedos. – para depois tentar conquistar os outros novamente.

Forever II - Vivendo a EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora