Vitor abriu os olhos, surpreso com o barulho. Se sentou na cama, totalmente atento ao que acontecia no restante da casa. Ouviu a respiração de todos os irmão, mas contou uma a mais, no quarto de Catarina. Tenso, ele engoliu em seco, certo de que aquilo não poderia ser bom.
Considerou sua opções: verificar quem ou o que era, e se arriscar, ou sair da casa e buscar ajuda – certamente, de Alice. A segunda era a mais segura, e muito provavelmente, a mais inteligente.
O problema era o invasor estar justamente no quarto de Catarina. O garoto não queria arriscar deixar que fizessem algo logo com ela. Ele levantou da cama e, quase em silêncio, se aproximou da porta. Assim que saiu para o corredor, pôde ver Charlotte, parada ao lado da cama de Catarina, afiando uma estaca que parecia ter sido quebrada.
Vitor engoliu em seco. Não fazia ideia dos planos da vampira, mas esperava poder derrubá-la se a pegasse de surpresa. Portanto, se abaixou um pouco, para saltar e pegá-la pelas costas.
– Não tão rápido, moleque – Pedro o pegou pelo pescoço, às suas costas, e forçou os dedos em determinado ponto de pressão em sua clavícula. Vitor, incapaz de resistir, foi forçado a se ajoelhar no chão.
– Eu imaginei que ele fosse tentar causar confusão – Charlotte se aproximou, e o vampiro tentou atacar, mas foi impedido outra vez. – Amarre-o. Quero garantir que ele seja o último hoje.
Ela sorriu, se divertindo com aquilo. Seja lá qual fosse a ideia de Charlotte, isso a animava. Pedro forçou a cabeça do mais novo para frente, puxando seus cabelos, fazendo questão de não ser nada gentil.
– Fique longe do meu irmão – alguém rosnou, e no instante seguinte, Pedro já não estava atrás de Vitor.
Tendo pego o garoto de surpresa, Alice teve a chance de lhe torcer o braço e lhe acertar um chute, abaixo dos pulmões, com força suficiente para acabar com o ar dele por alguns bons minutos.
Certamente, Charlotte já agira, enquanto Pedro ofegava numa tentativa inútil de conseguir se recuperar. Ela saíra do quarto de hóspedes e fora para o de Gabriel. Alice a seguiu, mas parou na porta ao vê-la com uma estaca sobre o coração dele.
– Mais um passo – disse a ruiva, olhando calmamente para suas unhas. – e eu juro que nunca mais vai falar com o seu irmãozinho.
– Sai de perto dele, agora – rosna Alice, tensa em cada centímetro de seu corpo.
Na janela aberta atrás de Charlotte, uma águia pousou no parapeito. Robert. Alice recuou, tentando não deixar transparecer seu alívio.– Ótimo – a vampira sorriu. – Você vai...
Ela mesma se interrompeu ao ser atirada para frente, mas não sem antes enterrar a estaca logo abaixo do estômago de Gabriel, quase como numa reação automática. Enquanto Robert rolava com Charlotte até baterem na parede, o garoto acordou, soltando um berro de dor. Alice foi até ele.
– Alice? O que está havendo? – ele indagou, tonto.
– Nem eu sei direito, mas vou ajudá-los... Vitor! – a vampira gritou. O garoto rapidamente foi até eles, e Alice lhe pediu que soltasse Gabriel e os outros.
Assim que se resolveram, a vampira voltou para o corredor e se voltou para Pedro, que finalmente se colocar de pé e respirava quase normalmente.
Mal avistou Alice, o garoto foi para cima dela. Porém, graças à fúria dela, ele não teve o sucesso daquele mesmo dia mais cedo. A vampira nem sequer se deixou cair, e se esquivou antes que ele tivesse a chance de a prender na parede.
Ela o socou diretamente no olho, e tentou outro em suas costelas, mas este segundo foi bloqueado por ele. Pedro rosnou ao arranhar com força o rosto e os lábios de Alice, arrancando sangue, e logo em seguida, empurrou um dos ombros dela a fim de a colocar de costas para si. A vampira se deixou girar, mas moveu o braço tão rápido que o garoto mal pôde acompanhar. Ela atingiu a cabeça de Pedro com tanta força usando o cotovelo que o vampiro rolou até o outro lado do corredor.
Alice abaixou ao lado dele e o socou mais uma vez, quebrando seu nariz pela segunda vez no dia. Ele não tinha tempo para se recuperar, e muito menos reagir. A garota enterrou a mão no peito dele, decidida a matá-lo, mas foi empurrada para o lado.
No intuito de não se machucar, ela rolou e em seguida já se colocou em pé. Charlotte havia acabado de derrubar Robert, desmaiado no chão – ou ao menos era o que ela esperava. Alice foi para cima dela no segundo seguinte, estrangulando-a.
A mais velha, tentando se soltar, agarrou os cabelos da outra e puxou sua cabeça para baixo. No entanto, seu aperto se afrouxou logo em seguida, e ela caiu no chão. Quando tirou os cabelos do rosto, a loira viu Robert parado à sua frente.
– Finalmente aprendi a sua estratégia – ele sorriu. Pedro, tonto no chão, o xingou, e o mais velho não hesitou em lhe acertar um chute com força suficiente para matar um humano, lhe arrancando um rosnado de dor.
Alice se abaixou ao lado dele outra vez, agora que estava mais calma, em dúvida quanto a matá-lo. Mesmo assim, enterrou uma mão outra vez em seu peito, e com a outra, pressionou seu pescoço para garantir que ele a olhasse.
– Eu deixo você sair daqui vivo e levar a psicopata da sua namorada – ela rosnou, ciente de que seu tom era assustador. – se você se lembrar e a lembrar de que não são capazes de me vencer, e que mais uma vez perderam para mim.
Pedro a encarou, furioso. O medo e a raiva estavam ambos estampados em seus olhos.
– Certo – ele arfou. Falar ainda era difícil. – Deixe-a... Deixe-a em paz. Vou lembrar.
A vampira a soltou e se levantou, e o garoto teve certa dificuldade em ficar em pé e tirar Charlotte do chão. Por fim, ele a pegou nos braços e saiu de casa.
Alice suspirou, então foi até o quarto de Mariana, onde os irmãos tentavam soltar as cordas dos braços dela. A garota chorava, e Vitor acabava de usar uma faca para romper o nó.
– Vocês estão todos bem? – perguntou, se aproximando deles. Robert parou na porta, e reparou antes dela qual era o maior problema.
– Estamos. Só Gabriel se machucou – Vitor respirou fundo, e quando se virou para a irmã, seus olhos estavam marejados. – O problema na verdade é que...
O garoto se virou para o irmão mais velho. Alice o encarou. Gabriel olhava a estaca em suas mãos.
A madeira era negra, e estava coberta de limo, ainda que não estivesse há apenas alguns minutos.
A vampira arfou, e então o irmão finalmente a encarou. A dor era evidente nos olhos de ambos.
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Forever II - Vivendo a Eternidade
VampirosForever I - http://w.tt/21MoI45 Ela nunca almejou o poder. Passaram-se 80 anos, e ela ainda treme de medo de Charlotte e Pedro. Alice pretendia escapar, mas não conseguiu. Robert sente a falta dela todos os dias, assim como os Johnsen. E por falar...