Sangue na Festa

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​– Robert! – Alice chamou. O garoto entrou no banheiro logo depois, e quase se engasgou ao vê-la pelo espelho. Ela riu. – Me ajuda aqui com o espartilho do vestido?

​Ele concordou, então puxou as cordas e ia amarrá-lo quando a garota o parou.

​– Aperte mais, por favor.

​– Alice, isso já está bem apertado – Robert protestou. Ela sorriu para ele pelo espelho, achando-o ingênuo.

​– Não está não, Robert. Se fosse antigamente, eu seria dita como magra demais, mas para os dias de hoje... Eu tenho os seios fartos demais. Não é bonito.

​Ele a olhou indignado.

​– Se você disser de novo que não é bonito, eu vou te jogar na cama e você nem sonhe em sair de casa esta noite – o garoto sussurrou em seu ouvido. Viu Alice ruborizar com sua ameaça indecente. Robert mordeu de leve o pescoço dela, apenas com força suficiente para deixar os arranhões de seus caninos.

​– Robert! – ela exclamou, indignada. Quando ele a ergueu do chão nos braços, saindo do banheiro, acabou soltando um gritinho de surpresa. – Tudo bem, tudo bem! Não vou mais repetir, eu prometo!

​O garoto a colocou no chão novamente, equilibrando-a e rindo.

​– Você amassou todo meu vestido – reclamou Alice, fazendo bico. – Agora sai fora daqui, preciso terminar de me arrumar.

​– O seu único defeito é ser baixinha demais – Robert riu, olhando-a de cima só para provocá-la. Alice revirou os olhos e foi para o banheiro.

​​​​​* * *

​Robert ajeitava a gravata, se olhando no espelho da sala, esperando a namorada descer. Ele ajeitou os cabelos para trás mais uma vez e viu Vitor descer as escadas, lutando com seus cachos rebeldes, e Gabriel veio logo atrás dele, completamente pronto e todo alinhado.

​– Não faça isso, Gabriel – o primeiro falou. O irmão o observou surpreso. – Você estraga toda a minha pose fazendo isso. Não dá para competir com você, que está sempre todo engomado.

​– Você seria perfeitamente capaz de assim fazer. Porém nunca deixou de ser um moleque – retrucou. Robert riu da careta de Vitor.

​O mais novo então foi até a frente do espelho, tentando mais uma vez domar os cachos escuros.

​– Mas que desgraça – xingou. Robert riu novamente, e então o ombro dele de brincadeira.

​– O que o amor não faz com alguém, não é, Vitor? – ele provocou. O garoto o olhou como se não entendesse. – Sei que está preocupado assim porque vai com a Catarina no baile.

​– Nada a ver. Vai arranjar o que fazer – Vitor reclamou. – Não sou como você, que fica bobo porque está apaixonado pela minha irmã.

​– Então está admitindo que está apaixonado pela Catarina? – foi a vez de Gabriel provocar.

​Nesse momento, viu a própria descendo a escada. Vitor, no entanto, estava muito ocupado se olhando no espelho para perceber.

​– Claro que não. Já disse que não tem nada disso. Eu não me apaixono, garotos, mas a Catarina é bonita e é fácil, então, eu fico com ela.

​Catarina parou onde estava na escada, mas então apenas balançou a cabeça e abriu um sorriso, fingindo não ter ouvido. O garoto parou assim que a viu descendo, com os olhos brilhando em admiração. Ela realmente estava bonita. Prendera os cabelos num coque no alto da cabeça e deixara alguns fios da franja soltos, destacando seu rosto com a maquiagem bem feita. Seu vestido era vermelho escuro, e as jóias em seus braços e pescoço completavam o visual chamativo.

Forever II - Vivendo a EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora