Robert observava os Johnsen na sala. Gabriel e Alice eram os únicos que não estavam ali. Ela ainda dormia, e o outro se trancara no quarto. Eleanor e Mariana chegaram da cidade e haviam acabado de receber a triste notícia. Até mesmo os gêmeos estavam péssimos.
Vitor tentava em vão acalmar Mariana, enquanto Eleanor tinha um ataque de raiva.– Vocês podem parar de chorar? Já pensaram em porque isso aconteceu? – ela falava. Robert olhou para ela, já prevendo o que teria de ouvir. – Quem fez isso foi a Charlotte, e até parece que não sabem porque.
– Eu sugiro que pare, Eleanor – Robert não se conteve, e a olhou com ódio, mas ela apenas o encarou para continuar.
– Pode defendê-la, se quiser. Se quer se arriscar por uma egoísta feito a Alice, não quero saber. Eu não quero arriscar minha família.
– Ela é da família – argumentou Breno, um tanto inseguro, procurando com os olhos o apoio dos demais.
– Alice não só é da família, como também não tem culpa do que aconteceu – Vitor não olhava os irmãos, mas sua voz era firme. – Sei bem melhor do que você, Eleanor, como ela é, e jamais iria preferir perder a mãe a enfrentar alguém. Ela não quer nos colocar em risco, mas se afastar de nós seria deixar Charlotte vencer.
– Se ela se importasse conosco, não ia temer tanto deixar Charlotte vencer – Eleanor imitou o tom de Vitor, e Mariana encarava os dois confusa.
– A questão não é essa – Robert falou antes de Vitor. – Deixar que Charlotte vença não é o problema. É perder quem ela ama.
– Robert, ela vai perder quem ela ama é se ficar perto deles – implicou ainda a garota.
– Eleanor, desculpe dizer isso, mas você não está pensando – falou, tentando manter a calma. – Está falando como o óbvio, mas não é o modo de Charlotte pensar. Desculpe mais uma vez, mas essa é uma das grandes vantagens de Alice, sobre nós ou sobre qualquer outro; ela sabe pensar como seu inimigo, e me explicou isso há algum tempo. Mais de uma vez ela considerou se afastar de nós e ficar sozinha, por que isso nos protegeria. Então a primeira coisa que você, Eleanor, pensaria é que Alice não se importa mais com essas pessoas. Porém não é o que Charlotte pensaria. Esta teria sido a prova final de que Alice se importa demais com quem ela abandonou, a ponto de ficar sozinha para protegê-los – Eleanor continuou olhando para ele, um tanto incrédula. – Ficando aqui, Alice nos protege pelo benefício da dúvida.
Os Johnsen permaneceram quietos, refletindo sobre o que Robert falara.
– Como Charlotte poderia acreditar que ela está conosco sem se importar? Alice nunca faria isso – Mariana afirmou.
– Por que Charlotte saberia disso? Ela o faria, então acredita que qualquer um também – foi o próprio Vitor quem percebeu.
– Nada disso importa – a voz veio da escada, de onde Alice descia. Seus olhos estavam inchados de chorar. – Não vou mais arriscar vocês, nem perto nem longe daqui.
– Alice...
– Ninguém mais vai estar em risco por conta da Charlotte – ela se dirigia a porta enquanto falava. Vitor se colocou em pé para impedi-la de sair.
– O que você vai fazer? – Robert foi até ela, ficando em seu caminho. Alice o encarou, e a única coisa visível em seus olhos era determinação.
– Acabar com aquela assassina – a garota tentou dar a volta nele, que a bloqueou.
– Mas não vai mesmo! Você não está pensando racionalmente – Vitor foi até ela e passou um braço em sua cintura, levando-a de volta para dentro até o sofá. Robert os seguiu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Forever II - Vivendo a Eternidade
VampirForever I - http://w.tt/21MoI45 Ela nunca almejou o poder. Passaram-se 80 anos, e ela ainda treme de medo de Charlotte e Pedro. Alice pretendia escapar, mas não conseguiu. Robert sente a falta dela todos os dias, assim como os Johnsen. E por falar...