Alice só voltou para o quarto depois que já se sentia mais calma, limpa e vestindo sua camisola mais confortável. Robert se sentou na cama assim que a viu entrar.
– Venha cá, meu anjo – ele estendeu os braços. A garota se sentou no colo dele. Mesmo estando chateada, ali era o lugar em que ela se sentia mais segura. – Você quer conversar sobre... Você sabe.
Respirando fundo, ela jogou a cabeça para trás. Não queria nem um pouco falar sobre aquilo, mas não adiantava fingir que nada acontecera.
– Ainda estou chateada por pensar aquilo de mim.
– Alice, por favor, não fiz por mal. Estou preocupado com você, e muito. Essa obsessão que desenvolveu pela Charlotte... Isso não é bom para você.
Furiosa, ela afastou o corpo do dele para poder encará-lo.
– Não há obsessão, Robert, que me faria matar uma criança inocente. Eu nunca faria um horror desses.
– Não por mal, eu entendo, mas se você não visse o que está fazendo, não poderia controlar conscientemente o que está fazendo. Eu não quero brigar, meu anjo, então por favor tenta me ouvir – ele estendeu a mão e acariciou o rosto dela, com a preocupação estampada no rosto.
Alice ainda se sentia magoada pelas palavras dele, mas tentou ouvir o que o garoto dizia. Seria possível ela ter imaginado tudo aquilo?
– Robert, você sabe qual é meu maior sonho?
Ele ficou parado, apenas olhando-a.
– Eu sonho em ter filhos, Robert. Poder ter minha própria família. Você entende porque, nem estando louca, eu machucaria uma criança?
– Sim. Sim, eu entendo – o vampiro respondeu depois de alguns momentos em silêncio. – Me desculpe, Alice... Talvez eu tenha te julgado rápido demais. Eu te conheço bem o suficiente para saber que não faria algo assim.
– Está falando sério ou só desistiu de me convencer?
Robert sorriu. Ele era apaixonado por aquela garotinha teimosa.
– Eu estou falando sério – garantiu, segurando o rosto dela entre as mãos. Quando um sorriso fraco se formou em seus lábios, ele a puxou para si e a beijou carinhosamente. Alice correspondeu sem hesitar.
Aliviado por ter acabado com a tensão entre eles, o garoto a puxou para se deitar sobre seu peito na cama. Ela assim o fez.
– Sabe de uma coisa? – falou de repente. Robert virou a cabeça para vê-la. – Eu não falei exatamente qual é meu sonho agora há pouco.
– Não? Vai dizer que não quer ter filhos? – ele se surpreendeu.
– Quero, claro que quero – a garota sorriu. – Mas não é simplesmente isso. Eu quero ter a minha família com você.
Robert sorriu, aliviado por ouvir aquilo. Ela entrelaçou seus dedos com os dele, e o olhou com expectativa.
– Seria perfeito, baixinha. Você seria uma mãe maravilhosa, tenho certeza.
– Pena que nunca vai acontecer, não é? – ele pôde perceber algo nos olhos dela, mas não conseguiu identificar o que. Engoliu em seco antes de responder.
– Você sabe que eu gostaria de te dar qualquer coisa. Não fique triste apenas por isso.
Alice desviou os olhos dos dele, magoada. Por que ele não dizia que podia ter filhos com ela? Será que odiava tanto crianças ao ponto de não poder realizar o maior sonho da garota? Bem, ainda que fosse isso, Robert podia apenas conversar com ela, afinal, a garota não costumava ser insensível, e iria compreender o lado dele também. Nunca havia sido egoísta com ele.
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Forever II - Vivendo a Eternidade
VampireForever I - http://w.tt/21MoI45 Ela nunca almejou o poder. Passaram-se 80 anos, e ela ainda treme de medo de Charlotte e Pedro. Alice pretendia escapar, mas não conseguiu. Robert sente a falta dela todos os dias, assim como os Johnsen. E por falar...