Eleanor está pedindo

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​Alice prendeu os cabelos num coque no alto da cabeça, irritada. Se Eleanor continuasse implicando com qualquer coisa, sua paciência com a vampira não ia durar muito. Ou melhor, não ia durar nada.

​– Você está bem? – perguntou Robert, entrando no quarto.

​– Não, eu não estou bem! Qual o problema dela? – a garota jogou as mãos para o alto, claramente frustrada.

​– Calma, meu anjo. Foi só uma fita idiota.

​Robert a encarou, risonho. Sabia que seu comentário estúpido iria irritá-la. Alice mordeu o lábio inferior, sentindo seu humor melhorar consideravelmente. Eleanor havia acusado a irmã de ter roubado uma fita que, supostamente, era dela, e a pegara de volta. Quando a garota se irritara, a mais velha dissera que aquilo era inútil, afinal, "era só um fita idiota".

​– Se você imitar mais alguma fala dela, juro que vou descontar minha raiva em você – ela ameaçou, rindo. – É só uma faixa. Como se eu estivesse brava por causa da faixa, simplesmente. Ah, pelo amor de Deus, viu?

​O vampiro riu, e a beijou de leve no rosto, gentilmente.

​– Mas, de verdade, não dê atenção para isso. Eleanor não merece seu desgaste, ela é só uma tonta implicante.

​Alice riu, e se virou para Robert passando os braços ao redor de seu pescoço, enquanto ele envolvia sua cintura com as mãos.

​– Se meus irmãos não estivessem todos em casa, eu te recompensava por ser tão bom em me acalmar.

​Ele a jogou de costas na cama e foi em direção a porta, erguendo a mão como se a mandasse esperar um momento.

​– Onde você pensa que vai?

​– Expulsar seus irmãos de casa, pode esperar aí.

​A garota jogou a cabeça para trás e riu, já se esquecendo da confusão que acabara de acontecer.

​​​​​* * *

​– Eu vou caçar, volto já – Alice avisou, já indo em direção à porta. Vitor, no entanto, se colocou em seu caminho.

​– Você já sabe que eu vou com você.

​– Ah, eu mereço, viu? Eu não sou criança – reclamou ela, irritada. Já estava cansada de não ter privacidade nunca.

​– E todo mundo já te explicou porque nunca fica sozinha.

​Alice revirou os olhos.

​– Pode deixar, eu vou com ela – Eleanor entrou na sala. – Eu também preciso caçar, estou com sede.

​A vampira loira ergueu as sobrancelhas, incrédula.

​– Qual é? Foi mal por hoje mais cedo, mas será que pode facilitar? – a irmã começou, discutindo sozinha.

​– Tudo bem, vamos lá. Só que facilite você também – rosnou Alice, e saiu pela porta seguida de perto pela outra.

​Depois de caminharem algum tempo na cidade, acharam um beco escuro que era o fundo de um bar.

​– Vá primeiro. Nós duas entrarmos juntas chamaria muita atenção – Alice indicou. Eleanor pareceu prestes a argumentar, mas acabou apenas dando de ombros e seguindo para dentro do lugar.

​A garota esperou do lado de fora durante alguns minutos, até que os clientes do bar já tivessem se distraído de Eleanor e ela pudesse arranjar sua presa.

​– Ora, ora... Eu realmente não esperava encontrar você num lugar desses – ela ouviu dizerem ao seu lado. Ao virar a cabeça, viu Pedro encostado na parede ao seu lado, com um sorriso irritante no rosto.

Forever II - Vivendo a EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora