Vitória

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​Alice dobrou cuidadosamente as camisas e as colocou na mala, cantarolando alguma daquelas música modernas que ela mal sabia o nome e muito menos onde ouvira.

​– Alice? – Vitor chamou, batendo na porta. A garota pediu que ele entrasse, animada.

​Quando o vampiro entrou, estava sério, e ela sabia sobre o que ele queria falar. No mesmo dia em que decidiram voltar para o Brasil, mais tarde, quando quase todos já estavam dormindo, a garota procurara pelo irmão, pedindo-lhe ajuda. Alice havia tomado uma decisão perigosa, mas necessária, e estava determinada a segui-la. No entanto, decidira tratar aquilo com Vitor ao invés de Robert, sabendo que este seria capaz de convencê-la do contrário.

​Por mais que já tivesse feito Alice sofrer, Charlotte não era invencível, não numa luta de verdade. Só estava viva porque a loira não tivera coragem de matá-la, pela certeza de que assassinar alguém por vingança era baixo demais. Contudo, não estava nem um pouco disposta a deixar que seu filho ou filha pudesse sofrer nas mãos daquela psicopata, e também não queria que a criança precisasse crescer sempre fugindo, sem um lugar fixo para viver. Por isso, finalmente, Alice iria matá-la.

​– Descobriu algo? – ela trancou a porta, atenta ao lado de fora, para que não fossem interrompidos.

​– Tem um vampiro aqui em Nova Iorque que a conhece. Parece que a despistamos no Texas da última vez. 
​Alice assentiu, séria.

​– Não vamos ter como passar por lá para que eu a pegue de surpresa, Robert iria perceber – ela suspirou, enrolando os cabelos com as mãos para prendê-los num coque.

​– Podemos atraí-la para o Brasil. Se eu hipnotizar aquele garoto para a avisar que estamos voltando, ela provavelmente vai voltar rapidamente – Vitor sugeriu. Ele se sentou na cama e puxou a irmã para seus braços.

​Pensativa, Alice se ajeitou no colo de Vitor.

​– Temos de agir logo. Mais pra frente, não vou poder lutar – ela mexeu nos cachos do cabelo do irmão.  Ele concordou.

​– Vou ficar de olho nela. Assim que houver uma chance, vamos acabar com ela de uma vez por todas.

​– Sim, nós vamos.

​​​​​* * *

​Robert segurou as mãos de Alice, se abaixando o máximo que podia para ficar da mesma altura que ela.

​– Prometo que estarei de volta em no máximo uma semana – ele beijou a testa dela. – Com uma bruxa para nos ajudar, pelo menos. Quem sabe não já com um médico?

​A garota sorriu, áj com saudades dele, e o abraçou.

​– Só quero que me prometa que vai ficar bem, e que vai me ligar e falar comigo todos os dias para me manter informada.

​– Relaxe, baixinha. É claro que vou com você todos os dias, se eu não sei viver sem isso, se lembra? – o vampiro riu, com os braços ao redor da cintura dela.

​– Eu te amo – ela o beijou.

​– Eu também te amo, princesa – ele por fim a soltou, então foi até o carro.
​Alice voltou para dentro, para não ter de vê-lo partir. Vitor a esperava na sala.

​– Pronta? – ele indagou, se levantando. A garota suspirou, então ele a chamou para seu quarto.

​Lá, Vitor pegou o revólver com balas de madeira que tinha guardado, e duas estacas bem afiadas, entregando tudo à irmã. Ela prendeu a arma na cintura, uma das estacas na bota e a outra escondida no bolso de sua jaqueta. Ainda colocou uma adaga escondida sob a manga esquerda da roupa.

Forever II - Vivendo a EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora