Alice acordou no dia seguinte e a primeira coisa que percebeu foi Robert não estar deitado mais ao seu lado. Ela se sentou e espreguiçou, tentando ouvir o que os irmãos faziam no andar de baixo, e o que Robert fazia sem ela, e pôde perceber que ele estava do lado de fora da casa. A garota olhou para fora pela janela e o viu recostado numa árvore na extremidade da clareira, observando Catarina se matar para conseguir acertar algum golpe.
– Robert, dá para ajudar aqui!? – esta exclamou. Ele se voltou, não parecendo muito interessado. Ao olhá-la, reparou em Alice na janela. "Fique ai", ele indicou com as mãos, então entrou na casa, sumindo do campo de visão dela. Catarina bufou, e depois seguiu para dentro, atrás de Robert.
Alice se jogou na cama novamente, aproveitando o pedido de Robert para descansar mais um pouco. Passados alguns instantes, o garoto abriu a porta , entrando com uma bandeja de café da manhã e um sorriso enorme no rosto.
– Ah, Robert – ela também sorriu, se ajeitando sobre os travesseiros enquanto ele colocava a bandeja em seu colo. Alice observou seu conteúdo: uma tigela com leite e outra contendo cereais; um pedaço de bolo de cenoura e doce de leite. – Você é mesmo fofo. E criativo.
– O que tem de criativo? Só te trouxe seu café da manhã, baixinha. Nada que você não mereça.
– Assim eu vou ficar muito mimada. Vai me suportar? – Alice o beijou, fazendo manha. Robert correspondeu, passando os dedos entre seus cabelos e fechando os olhos, enquanto Alice abraçava seu pescoço. Eles então se separaram e ela colocou o rosto no pescoço dele, ainda abraçando-a. – Onde estão meus irmão? – perguntou então, estranhando o silêncio na casa. Robert hesitou em responder.
– Eu na verdade não sei onde eles foram, Eleanor os arrastou para algum lugar. Exceto Vitor, ele saiu agora mesmo, provavelmente foi caçar – a garota parou de comer e suspirou, os pensamentos voando para o que ouvira do irmão no dia anterior.
Ela queria muito acreditar que Eleanor era sua melhor amiga e que jamais lhe faria algum mal, muito menos por algo banal como ciúmes. Elas haviam passado por muita coisa juntas, e sempre tentaram proteger uma a outra. Alice se lembrava de, sempre que tentava aprontar algo para ajudar os outros escravos por qualquer motivo, a outra lhe avisava que não era uma boa ideia, e tentava impedi-la de fazer alguma besteira. Se necessário, era a primeira a protegê-la, fosse inventando mentiras ou apenas disfarçando. E ainda assim... Alice sabia que Vitor não falara aquilo sem pensar, ele conhecia a irmã melhor do que ela, ao menos. E ninguém se importava mais com ela do que o próprio irmão. "Eleanor tem uma necessidade enorme de ser o centro das atenções", dissera ele, e era verdade, sem dúvidas. Qualquer um que a conhecesse um pouco diria aquilo. A única coisa que intrigava Alice era se Eleanor seria capaz de alguma maldade apenas para ser a mais querida de todos. Não era o que ela queria acreditar, mas parecia que essa era a verdade.
– Alice? – Robert falou, a observando preocupado. Ela voltou os olhos para ele. – Não quero que fique chateada. Você é muito importante para seus irmãos. Eu não sei porque eles têm dado tanta atenção à Eleanor, mas eles nunca prefeririam ela a você. Todos adoram você demais.
– Eu sei, Robert. Mas e se eles eram assim porque eu substituía a Lea para eles? Acho que agora que a família está completa não sobrou espaço para mim aqui, não como irmã. Eu juro que não me importo de dividir a atenção com Eleanor. Aliás, ela pode ter toda a atenção, a única coisa que eu não quero abrir mão... É do amor dos meus irmãos, porque eu os amo. É só o que não quero perder.
– E não vai perder, meu anjo – sussurrou Robert. Ele se inclinou sobre ela e lhe deu um beijo na testa. – Além de que, de qualquer forma, eu estou aqui, e sempre vou amar você. Sempre vou estar com você.
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Forever II - Vivendo a Eternidade
VampireForever I - http://w.tt/21MoI45 Ela nunca almejou o poder. Passaram-se 80 anos, e ela ainda treme de medo de Charlotte e Pedro. Alice pretendia escapar, mas não conseguiu. Robert sente a falta dela todos os dias, assim como os Johnsen. E por falar...