C-como...?

1 1 0
                                    

​Alice terminou de escovar os dentes e saiu do banheiro enrolada na toalha, então escolheu a camiseta, o casaco, a calça e a bota que iria vestir. Por mais que preferisse as saias longas, era apaixonada pelas roupas de frio, os casacos de lã e as botas de cano longo que a faziam se sentir tão bem. Com a neve que começava a cobrir o chão de Nova Iorque, deixando tudo de um branco brilhante, raramente se via Alice reclamar das tendências de moda atuais.

​Ela colocou a camiseta e vestiu a calça, porém, não conseguia de maneira alguma fechar o zíper do jeans. Confusa, se olhou no espelho, tentando entender qual o problema. Percebeu que sua cintura não parecia tão acentuada quanto normalmente, como sempre vestira o espartilho, mas não era possível que algo assim acontecesse. No entanto, a calça não era nova, e já havia sido lavada antes, então a garota sabia que a roupa servia. Foi até a porta e a entreabriu.

​– Mari! Catarina! – gritou no corredor, fechando a porta em seguida. Mais uma vez, tentou subir o zíper, levantando um pouco a calça até a cintura.

​A mais nova apareceu primeiro, e entrou no quarto sem se preocupar em bater. Viu o rosto confuso de Alice e a observou.

​– Está tudo bem? – indagou, e em seguida a terceira garota entrou logo depois de bater na porta.

​– Vocês acham que eu engordei? – a vampira observou as outras duas, franzindo a testa de preocupação. Catarina riu, e Mariana revirou os olhos, desdenhosa.

​– Ah, Alice, por favor – Mariana zombou. – Vampiros não engordam. Pare de fazer drama.

​– Não, não estou reclamando, juro... – ela hesitou, olhando no espelho outra vez. – É só que... Essa calça não está fechando de jeito nenhum, e eu sei que ela serve em mim.

​Catarina ficou séria, e Mariana parou para observar o corpo da irmã, curiosa.

​– Deixa eu ver, só um minuto. Fica de costas para o espelho – a mais velha se levantou, analisando. – Não pode ser que a calça tenha diminuído?

​– Não sei, acho difícil... O comprimento está igual, o tecido não ia diminuir só na cintura, eu acho – Mariana tentou fechar a calça para a irmã, mas falhou como a própria Alice.

​– Se você não fosse a menor aqui em casa, eu teria certeza que tínhamos trocado as roupas, mas qualquer coisa minha ou de Catarina ficaria grande para você – a de cabelos negros não conseguia entender o que poderia estar acontecendo.

​A de olhos azuis suspirou, tentando encontrar ao menos uma explicação.

​– Alice, a última vez que estava naqueles dias, você anotou aqui? – Catarina mostrou o calendário da agenda que encontrara na cabeceira da cama da vampira.

​– Sim, anotei... – Alice a olhou, distraída, e Mariana apressadamente checou o calendário nas mãos de Catarina, para em seguida se voltar para a irmã boquiaberta. A mais nova apenas ergueu as sobrancelhas, preocupada. – O quê? O que houve?

​– Alice... Faz quase três semanas que suas regras deviam ter vindo – ela respondeu, com um quase sorriso no rosto. O cérebro da outra, no entanto, se recusava a compreender a informação estampada em sua frente.

​– Meu Deus, você vai ser mãe, Alice! Mãe! – Mariana exclamou.

​Alice aos poucos absorveu a informação, então se voltou para o espelho e colocou uma mão sobre a barriga, deixando um sorriso bobo se espalhar por seu rosto.

​​​​​* * *

​– Robert, posso conversar com você um minuto? – Alice chamou, tensa. Ao passar por ela, Catarina apertou levemente sua mão, num gesto de apoio.

Forever II - Vivendo a EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora