– Eu vou conseguir – Alice afirmou, já na porta, com os dois pequenos frascos vazios escondidos no vestido. O sol começava a nascer, e a garota sentia que iria enlouquecer se não agisse logo.
Robert a obrigara a passar o restante da madrugada em casa, sendo apoiado pelos Johnsen assim que eles souberam do que havia acontecido naquele dia mais cedo. Ela nem sabia porque o vampiro estava a ajudando quando deveria estar furioso com o que houvera, mas estava ocupada – e posteriormente, irritada – demais para explicar.
Mas, agora, Alice ia conseguir a cura para Gabriel.
A garota saiu, e foi até a floresta, atenta até que encontrou o cheiro de Charlotte. Não tinha prática naquilo, porém sabia ser capaz de a rastrear. Se tornou uma loba, e seguiu o rastro com muito mais facilidade.
Foi pelas árvores, até finalmente avistar um casarão antigo, onde o rastro terminava. Alice foi até lá, então tentou entrar pela janela, e foi impedida por uma barreira invisível. Ela respirou fundo, e sentiu o cheiro do sangue humano.
A garota nunca havia tido complicações com aquilo, mas sabia bem qual era o problema. Quando humanos habitavam uma casa, qualquer vampiro precisava de um convite para entrar. Obviamente, a psicopata que era Charlotte pensara naquilo e devia manter algum empregado ou dama de companhia.
Alice suspirou. Tinha dois jeitos de resolver aquilo. Tentaria pelo mais fácil, mas faria o que fosse necessário pelo irmão. Ela bateu na porta e não obteve resposta. Tentou mais uma vez, então ouviu passos se aproximarem da porta.
Quando ela se abriu, revelou uma menina negra, com grandes olhos castanhos, de uns dez anos no máximo.
Ah, não...
– Oi? – ela cumprimentou, doce.
– Oi, querida... Só você está em casa?
– Não, Charlotte e Pedro estão no quarto. Deve estar procurando por eles, certo? – ela sorriu. Era extremamente gentil.
– Sim, estou sim. Posso entrar, então?
– Ah... – ela hesitou. – Vou chamá-los. Não posso deixar ninguém entrar sem autorização deles.
– Venha cá – Alice a encarou nos olhos. – Me convide a entrar, não haverá problema – ela usou o controle mental, rezando para que funcionasse.
– Já disse que não. Eu não posso.
A vampira suspirou, sentindo o coração apertar.
– Tudo bem. Só vim entregar uma coisa. Pode vir aqui comigo pegar?
– Claro – ela sorriu, e saiu da casa. Alice a deixou passar na frente, resistente, tentando encontrar uma maneira de não ter de fazer aquilo.
Deu alguns passos atrás da menina e então pousou uma mão em seu ombro.
– Vamos lá, Alice – ela ouviu às suas costas. Ao se virar, viu Charlotte recostada no batente da porta. – Mate-a. Ou não quer ajudar seu irmão?
– O que...
– Quieta, você – Charlotte silenciou a menina, que se calou imediatamente.
Alice ficou em silêncio. A pobre menina obviamente estava sob a hipnose de Charlotte, e não poderia ser influenciada por alguém mais fraco. Mas matar uma criança indefesa...
Rezando para que fosse capaz de se perdoar, a vampira lembrou a si mesma que estava fazendo aquilo por seu irmão. No segundo seguinte, torceu o pescoço da garota e imediatamente foi para cima de Charlotte, que mal podia se defender de tanto que ria.
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Forever II - Vivendo a Eternidade
VampireForever I - http://w.tt/21MoI45 Ela nunca almejou o poder. Passaram-se 80 anos, e ela ainda treme de medo de Charlotte e Pedro. Alice pretendia escapar, mas não conseguiu. Robert sente a falta dela todos os dias, assim como os Johnsen. E por falar...