Rompimento

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Alice estava bem menos irritada quando finalmente entrou em casa, quase uma hora depois da confusão, e pretendia pedir desculpas a Eleanor por tê-la atacado, ainda que esta provavelmente não pretendesse fazer o mesmo pelas provocações.

​– Ah, olha quem resolveu aparecer – ouviu a voz dela, e assim que olhou para a sala, viu que estavam todos os irmãos ali, mais Robert, e a maioria a olhava em desaprovação.

​– Eleanor, sei que está irritada comigo, mas me desculpe. Eu fiquei muito estressada por causa de Pedro, e perdi o controle. Não deveria ter te atacado.

​– Não tem desculpa, Alice. Você não se enxerga, não? Todo mundo já está cansado da sua loucura. E sim, é isso mesmo, você está louca!

​Os demais olhavam de Eleanor para Alice em sequência. Tanto Robert como Vitor começaram a dizer algo, mas esta última não os deixou continuar.

​– Eu estou aqui te pedindo desculpas, sendo que você me provocou sabendo que eu estava fora de mim, e você ousa me chamar de louca assim? – ela estava furiosa mais uma vez.

​– Acontece, Alice – começou Gabriel, calmamente, sentado numa poltrona. Ele não olhava para Alice, mas sim para as próprias mãos. –, que isso não é de hoje, e nós já estamos cansados de tentar entender você. Nós não sabemos quando você está alucinando ou quando algo é real. Desculpa, mas é difícil para todos nós.

​A garota ficou em silêncio, olhando para o irmão, magoada. A implicância de Eleanor era algo normal, suportável, mas ouvir Gabriel falar daquela maneira era outra coisa.

​– Nós te amamos de qualquer jeito, porque você é nossa irmã – Breno falou, vendo a expressão tristonha dela.

​– Só que você poderia ver o nosso lado. Queremos o seu bem, Alice, então por favor, tenta facilitar para nós. Pare com toda essa... Loucura – Mariana foi quem terminou, um pouco sem jeito.

​Alice ficou alguns segundos ainda quieta, absorvendo tudo aquilo. Quando por fim decidiu o que dizer, olhou para os irmãos e saiu de perto da porta, se aproximando deles.

​– Eu entendo o que estão dizendo. Me desculpe, de verdade. Minha preocupação em proteger vocês se tornou quase uma obsessão, ainda que sem querer. Prometo que irei rever minhas atitudes, vou voltar a ser como era normalmente.

​– Não vai nada – Eleanor replicou de pronto, ainda irritada. – Você me atacou hoje, eu não quero mais saber de promessa nenhuma se vinda de você.

​– Eleanor...

​Ela só precisou olhar para Leonardo para o calar.

​– Eu não irei mais tolerar você, pode esquecer. Eu vou deixar claro que estou cansada, e vai caber a vocês fazer uma escolha: ou eu fico, ou Alice.

​Alice arfou, indignada. A irmã já estava ido longe demais, não podia estar falando sério. Perdendo a paciência, Vitor finalmente se pronunciou.

​– Agora ela enlouqueceu de vez – ele deu um risada com desdém. – Está querendo ir embora, é isso? Porque é só sair, ninguém vai te impedir. Mas Alice fica.

​– Que assim seja, então – foi a resposta da vampira, que encarava o irmão. – Entretanto, para sua infelicidade, não é só a sua opinião que conta para mim ou para o resto do mundo. Quero que todos escolham quem preferem.

​– Eleanor, ouça o que está falando. Pare com isso. Ninguém tem que escolher nada, nós somos irmãs e vamos conviver juntas. Fizemos isso durante mais de oitenta anos, podemos ao menor nos dar bem, e você sabe disso.

Forever II - Vivendo a EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora