Alice se remexeu na cama, provavelmente tendo pesadelos outra vez, e Robert a puxou contra seu corpo, murmurando palavras de conforto em seu ouvido e segurando sua mão. Depois de enrolar algum som que provavelmente era uma tentativa de falar, a vampira se acalmou e se ajeitou novamente contra Robert.
Ele se deitou sobre os braços, respirando fundo. Aquele estado já estava se tornando comum para Alice. Desde que tivera um tipo de crise histérica na casa de Morfeu e este se vira obrigado a chamar seu irmão para ajudá-la, ela não voltou ao normal, e estava sempre apática e distante dos demais, muito mais quieta do que lhe era comum.
Robert tentava animá-la de todas as maneiras possíveis. Por vezes a puxava para seu colo e a beijava, mas ela não correspondia. Apenas dava um sorriso fraco de carinho para ele, e isso era o que o impedia de desistir. O garoto sabia que ela estava depressiva, mas ainda assim precisava do carinho dele e gostava daquilo. Quando ele brincava e Alice o olhava com curiosidade, como se não entendesse sua felicidade, se determinava ainda mais a trazê-la de volta.
O vampiro saiu do quarto, ajeitando as roupas amassadas, e foi até a sala. Lá, Vitor lia o jornal, à procura de alguma distração.
– Vitor – ele chamou. O garoto ergueu a cabeça. – Se importa de ficar um pouco com sua irmã no quarto? Eu estou com sede, e ela ainda está dormindo, mas não quero deixá-la sozinha.
– Claro. Pode ir, eu fico com ela – o de olhos verdes se levantou e subiu para o quarto de Alice, se sentando na cama ao lado dela. A garota logo rolou e apoiou a cabeça em sua perna.
Vitor pensava de maneira diferente de Robert quanto à situação da irmã. Ele não achava que ela estava apática por estar sofrendo pelas mortes e recentes e precisava de tempo para aos poucos se recuperar da dor. Isso era o que Mariana estava fazendo. Acreditava – ou melhor, estava certo de – que a garota, ao ter uma crise na casa de Morfeu, entrara em estado de torpor e bloqueava as emoções que lhe faziam sofrer; consequentemente, deixava de ter também as boas.
Em certo ponto, o vampiro concordava com o mais velho, principalmente sobre Alice precisar se carinho e do apoio de todos eles; afinal, não iria escolher voltar para a realidade se esta lhe parecesse ruim. Mas Vitor diria que a solução para a tirar daquele estado seria alguma surpresa. Algum choque, que a forçaria a voltar para o mundo real. E pretendia causar isso o quanto antes, para que este choque apenas lhe causasse surpresa, e não o sofrimento que alguma atitude de Charlotte poderia trazer.
– Vitor? – Alice sussurrou, abrindo levemente os olhos. O irmão se voltou para ela.
– Hey, bom dia, dorminhoca – ele riu. – Surpresa de me ver aqui?
– Não, é que... Achei que tinha dormido com Robert – ela bocejou, fazendo-o rir. Aquilo só o fazia acreditar mais em sua teoria.
– E você dormiu. Mas ele saiu para caçar e eu vim aqui ficar com você enquanto isso – Vitor passou as mãos pelos cachos loiros dela. A vampira, por outro lado, apenas assentiu brevemente.
O garoto mordeu o lábio inferior, pensando, e então uma ideia lhe surgiu. Uma ideia quase irracional, mas que podia funcionar.
– Eu queria aproveitar para... Conversar uma coisa importante com você – ele falou, inseguro. A loira apenas ergueu os olhos para o rosto dele. – Senta, Alice, isso é sério.
Ela se ajeitou e sentou à frente dele, mas mantinha a mesma falta de expressão no rosto.– Veja, Alice... O que quero dizer é algo que já penso há muito tempo, realmente muito tempo, mas nunca tive coragem de falar. Talvez não seja um bom momento, mas as últimas coisas que aconteceram me fizeram perceber que nunca sabemos o dia de amanhã, e eu não quero correr o risco de nunca te dizer isso – Alice ergueu as sobrancelhas, levemente afetada pelas palavras dele. – Bem... Eu considero muito a nossa amizade, e adoro poder te chamar de irmã, mas quando te conheci, não era bem essa a minha intenção. Fui várias vezes atrás de você, e dali em diante, muita coisa aconteceu, mas nunca tive coragem de te dizer isso. Então, quando todos os meus irmãos já gostavam de você como parte da família, eu bloqueei meus sentimentos e evitei pensar nisso. Mas a verdade é que... Eu sempre fui e ainda sou apaixonado por você, Alice.
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Forever II - Vivendo a Eternidade
VampireForever I - http://w.tt/21MoI45 Ela nunca almejou o poder. Passaram-se 80 anos, e ela ainda treme de medo de Charlotte e Pedro. Alice pretendia escapar, mas não conseguiu. Robert sente a falta dela todos os dias, assim como os Johnsen. E por falar...