BIA
28 de novembro de 2015.
Nenhuma semana tinha passado tão devagar igual a penúltima semana de aulas naquele ano. Era a última semana de novembro e as aulas acabariam na primeira de dezembro. Como nos últimos tempos, eu fui da escola para casa e vice-versa. No final de semana, fiquei estudando e só saí para levar a Biscoito para passear e ir no shopping com a Ju. A Camila estava viajando, já que tinha adiantado as provas a pedido da mãe.
Minha única esperança era que dezembro passasse praticamente voando e que minha viagem – que seria em janeiro – chegasse logo. Eu não aguentava mais essa tortura que estava vivendo.
E foi naquele final de semana que eu mais sofri. Eu tinha que estudar para as provas e não conseguia resolver os exercícios de matemática de jeito nenhum. Minha primeira tentativa foi ligar para Ju, mas ela disse que também estava boiando na matéria e que não poderia me ajudar. A Camila não estava em casa e mesmo que estivesse, ela não gosta de matemática e nem de estudar em dupla.
Foi aí que, num impulso, eu liguei pro Pedro. Ele estava indo super bem na matéria e era a única pessoa que eu sou íntima mesmo naquela sala para pedir ajuda. Só me dei conta do que estava fazendo quando ele disse alô do outro lado da linha. Eu até pensei em desligar, mas já era tarde demais.
- Pedro? – Eu disse
-Bia? – Ele respondeu, e eu senti que ele estava meio receoso e surpreso. Eu reconhecia suas reações até pela voz.
-É, sou eu.
-Aconteceu alguma coisa?
Aconteceu. Eu senti saudades mais uma vez, como está sendo rotineiro nesses seis meses.
Foi o que eu pensei. Mas óbvio que não foi essa a minha resposta.
-Não. É só que eu tô estudando para as provas que vão acontecer e eu não sei nada de matemática então eu te liguei pra saber se você pode me ajudar a estudar... - Eu disse, muito rápido pra coragem não escapar.
-Como sempre falando rápido quando tá nervosa.
-Oi? – Perguntei, fingindo que não tinha escutado direito. Eu tinha escutado muito bem, e era verdade. Eu estava tremendo de tanto nervoso.
-Nada. Você quer que eu vá aí na sua casa?
Óbvio. E de preferência, fique para sempre. - Eu pensei mais uma vez.
-Pode ser. Você que sabe. - Respondi.
-Tá. Eu vou sair do treino daqui a pouco e depois eu vou pra sua casa.
-Ok. Tchau.
-Até daqui a pouco, amor.
E desligou.
Amor. Ele tinha me chamado de amor. Mesmo depois de quase 7 meses separados.
Eu nem preciso dizer o quanto fiquei balançada com o que ele disse. Eu ainda era uma bobinha apaixonada por ele e, sinceramente, aquilo nunca passaria. E, bom, algo dentro de mim não queria que passasse mesmo.
Não demorou muito pra campainha tocar. Eu já tinha avisado a minha mãe que ele viria e por isso, ela que abriu a porta enquanto eu arrumava os livros e cadernos. Eu ouvi eles conversando lá de baixo e minha mãe estava meio alterada. Mesmo depois dos 6 meses que passaram, ela ainda não tinha perdoado o Pedro pelo o que ele fez e, se fosse por ela, eu nunca mais o veria. Mas eu não podia ficar me escondendo para sempre. Ele fazia parte da minha vida e eu não podia simplesmente o ignorar como se nada tivesse acontecido.
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Eu Te Amarei - Completo e Revisado
RomanceO amor é uma coisa doida mesmo. Todos, em uma parte da vida, estão a procura dele. Uns rastejam e se humilham. Sofrem até demais. Mas outros, dão a sorte de achar o "amor perfeito" na primeira vez em que tentam. Mas nunca é fácil de se manter um sen...