46 - Novas responsabilidades

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Pedro

Você vai ser pai. Eu tô grávida.

Aquelas sete palavras entrarem por um dos meus ouvidos e pararam na minha mente, me causando um choque interno. Senti todo meu corpo ficar agitado e meu coração começou a bater mais rápido dentro do meu peito. Me sentei na cama, tentando controlar a minha respiração. Todo o ar parecia ter sumido.

Como assim, grávida? Como assim 'eu seria pai'? Eu não conseguia entender como aquilo tinha acontecido. Mil coisas se passavam pela minha mente, mas eu não conseguia organizar nada direito e nem chegar numa conclusão. Era óbvio, mas eu simplesmente não conseguia formular aquela ideia na minha cabeça.

-Pedro... – Bia se aproximou de mim novamente e me chamou com um tom de voz extremamente baixo. – Eu sei que nós não planejamos isso, não para agora. Mas aconteceu. Nós vamos ser pais.

Eu olhei para o rosto dela e pude ver a confusão em seus olhos. Ela sorriu fraco e abaixou o olhar, olhando para suas mãos. Pude ver uma lágrima escorrer por seu olho esquerdo. Rapidamente passei meu dedo por sua bochecha, enxugando a lágrima. Eu não suportava vê-la chorando. Ela não sabia, mas sempre que ela estava mal, meu coração se quebrava em mil pedaços. Então sempre que ela está mal, eu faço de tudo para vê-la bem logo.

Os ombros de Bia começaram a tremer e ela escondeu o rosto com as mãos. Estava chorando. Porque ela estava assim? Ela não estava feliz? Não demorei nem um segundo para puxa-la e a abraçar. Ela escondeu o rosto na dobra do meu pescoço e continuou chorando violentamente, como se o mundo estivesse acabando.

-Amor, porque você tá chorando assim?

-Foi culpa minha. – Ela respondeu com a voz embargada, seu rosto continuava colado na minha pele. – Eu tava tomando o remédio, mas esqueci de tomar nesse último mês. Me desculpa anjo.

-Porque você tá se culpando amor? – Eu perguntei. Minha voz saiu mais calma do que eu imaginei que sairia. Bia levantou o rosto e olhou para mim. Suas sobrancelhas bem-feitas se ergueram em pequenos arcos. Ela parecia estar confusa.

-Você não tá bravo? Não vai quebrar nada, nem brigar comigo?

Eu ri baixinho. Era por isso que ela estava agindo daquele jeito. Pensou que eu agiria da pior forma possível àquela notícia. Mas eu não estava bravo, muito menos desapontado. Eu estava...feliz.

Sim, feliz. Caramba, eu seria pai. Eu teria um filho dali alguns meses. Por mais que aquilo estivesse acontecendo bem antes do que eu imaginava, eu estava muito feliz. Nós dois estávamos começando a formar uma família, era isso que importava.

-Porque eu agiria assim?

Ela ficou mais confusa ainda.

-Pedro... Você tem só 18 anos. Eu vou fazer 18 daqui alguns dias. Você... não acha que é cedo demais?

-Acho. Mas aconteceu. Não adianta chorar pelo leite derramado e nem no que nós poderíamos ter feito para evitar isso, porque nós não fizemos. – Eu me aproximei dela e acariciei seus cabelos. Ela sorriu e fechou os olhos, como um gatinho manhoso. A deitei na cama com cuidado como se ela fosse uma boneca de porcelana e pudesse quebrar se fizesse movimentos bruscos. Ela abriu os olhos e eu olhei dentro deles. Ela é o amor da minha vida. – Você tá grávida e eu não podia estar mais feliz. Bia, você tá esperando um filho meu. Como eu não estaria feliz? Desde o começo do nosso namoro, eu te falei que queria você como mãe dos meus filhos, que eu quero formar uma família com você.

-Eu sei, mas... – Ela tentou dizer algo, mas eu interrompi. Afastei meu rosto do dela e desci beijos por seu corpo, passando por seu pescoço e seios, até chegar em sua barriga. Levantei a camiseta que ela estava usando e passei meus dedos por sua barriga. Os poucos pelos que ela tem ali se arrepiaram e eu sorri, sentindo meu coração bater muito rápido. Nosso pequeno bebe estava ali, criando vida e crescendo. Dei um beijinho na pele dela. Eu estava me sentindo o cara mais sortudo do mundo. Senti os dedos dela passando por meus cabelos e levantei meu olhar, encontrando o dela. Ela sorriu ternamente e disse:

Eu Te Amarei - Completo e RevisadoOnde histórias criam vida. Descubra agora