33 - Benjamin

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BIA

14 de janeiro de 2016.

Os dias começaram a passar depressa e eu estava fazendo tanta coisa em Nova York, conhecia tantas pessoas – mesmo que fosse só um bom dia ou boa noite e nunca mais falasse com elas – que eu nem percebia os dias passados. Tudo era tão empolgante, novo e bonito que eu mal acordava e já queria conhecer um novo centímetro daquela cidade. Rachel, Kaio, Theo, Thomas e Giulie me levavam a vários lugares e tinham se tornado companhias constantes e agradáveis para mim.

Não que eu fosse esquecer meus amigos do Brasil, mas eles não estavam ali e eu não podia me restringir aquelas amizades. Eles contavam tudo sobre eles e sobre Nova York, o que me fazia sentir ainda mais acostumada. Eu já entendia o inglês perfeitamente bem e minha tia havia dito que até minha pronuncia já havia melhorado e que eu estava bem menos tímida.

Nunca achei que teria uma vida que eu pudesse considerar perfeita. Mas naqueles primeiros dias em que eu estava vivendo ali, percebi que nós podemos considerar nossa vida perfeita. Não devemos nos comparar aos outros, achar que os outros podem ter uma vida perfeita e nós não. Se a grama do vizinho parece mais verde que a nossa, nós devemos parar de olhar, comparar e reclamar e devemos começar a regar a grama que nós estamos pisando.

Meus dias estavam sendo maravilhosos, mas eu sabia que o melhor ainda estava por vir. Não há pensamento mais maravilhoso do que pensar que os melhores dias de nossa vida não aconteceram ainda.

Eu sabia o que queria. Sabia o que eu merecia. E não me contentaria com menos. A vida se torna mais significante quando você percebe o simples fato de que você nunca viverá um momento duas vezes. Eu aproveitaria todos os momentos que tivesse.

Aquela viagem estava realmente me mudando e para melhor. O que eu não sabia era que uma nova mudança chegaria tão rápido e mudaria tão drasticamente a minha vida.

Foi exatamente naquele dia 14 que eu o conheci. Rachel e eu estávamos passeando pela Terceira Avenida e decidimos fazer uma parada na Dylan's, a mesma loja de doces que ela tinha me levado na nossa primeira saída.

-Podemos tomar Frozen Yogurt.

-Não tá muito frio pra isso, não? – Eu disse, passando as mãos por meus braços numa tentativa de me aquecer. O ar condicionado da loja estava ligado no quente, mas mesmo assim, ainda estava frio.

-Frozen Yougurt é como sorvete. Pode estar um frio congelante, mas sempre vamos gostar de tomar.

Eu nunca havia tomado Frozen Yougurt, mas de fato, adorava tomar sorvete no frio. Para mim, era a melhor época. A loja estava vazia e quando estava escolhendo os sabores do meu frozen, escutei alguém bem perto de nós falar:

-Ela é linda, não é? A loira também, mas ela tem um brilho diferente. – A voz, masculina, disse em alto e bom som. Rachel estava do meu lado e me olhou sorridente, para então cochichar no meu ouvido: ''Eles estão falando de nós". Eu olhei pela doceria, só para me certificar de que estava mesmo vazia. Sim, estava, e as únicas garotas que estavam lá eram nós.

Então eu olhei em direção para onde aquela voz tinha vido e me deparei com dois garotos sentados em uma das mesas. Os dois pareciam ser irmãos, já que eram bastantes parecidos. Ambos tinham os cabelos encaracolados, embora o de um fosse mais loiro do que o do outro. Os dois tinham olhos castanhos e estavam cochichando entre si, mas assim que o que tinha cabelo mais escuro viu que eu estava olhando na direção deles, se levantou e veio até nós.

-Oi! Meu nome é Benjamin e este é meu irmão, Arthur. Prazer em conhecer vocês, lindas garotas. – Ele se apresentou em inglês. Rachel ficou toda boba e cumprimentou os dois com beijinhos no rosto, o que me fez agir do mesmo jeito para não parecer mal-educada.

Eu Te Amarei - Completo e RevisadoOnde histórias criam vida. Descubra agora