BIA
7 de maio de 2016
O ano realmente estava passando muito rápido. Depois da viagem à Washington, meu professor do curso resolveu me encher de projetos fotográficos por Nova York. Não que eu me incomodasse com isso, de forma alguma, eu amava fotografar. Aquilo me dava vida. Algumas pessoas vivem mais em 20 anos do que outras em 80. Não é o tempo que importa, é a pessoa. Mas o que me incomodava era que eu só tinha tempo para parar e respirar nos finais de semana. Aliás, eu não era a única incomodada com isso.
-Amor? – Pedro disse meio sem jeito, enquanto entrava na sala. Nós tínhamos discutido minutos atrás. Segundo ele, eu o estava deixando de lado. Ouvir aquilo me irritou um pouco, porque eu nunca o deixaria de lado e ele sabia disso. O olhei de soslaio e voltei a prestar atenção no filme, ou pelo menos fingir que estava prestando atenção. Ele se sentou do meu lado no sofá e colocou sua mão em minha coxa. Me afastei. Ele sempre vinha com esse carinho todo depois que a gente brigava e eu, maria mole que sou, sempre perdoava. Mas naquela hora seria diferente.
Depois da minha pequena rejeição, ele se encolheu do outro lado do sofá e ficou quieto por uns instantes. Eu parei para pensar e concluí que nós estávamos um pouco afastados mesmo. Na maioria das vezes em que nós saímos, eu estava fotografando e nem aproveitava direito. Eu nem parava em casa, então nem ficávamos juntos. Nem na cama nós éramos mais os mesmos, segundo o que ele tinha dito.
-Você sentiria minha falta se eu voltasse pro Brasil? – Ele perguntou, interrompendo meus pensamentos. Olhei para ele assustada, mas ele estava evitando olhar para mim. Foi aí que eu me dei conta de que ele tinha razão. E eu quase entrei em desespero com isso. Estava tão ruim assim para ele querer voltar ao Brasil?
-Pedro... – Tentei dizer, mas ele me interrompeu.
-Responde minha pergunta Beatriz. – Ele disse, sem me olhar ainda. Respirei fundo, tentando segurar as lágrimas que insistiam em começar a cair.
-É óbvio que eu vou sentir sua falta, não faz uma pergunta dessas. Porque você tá perguntando isso?
-Porque não é o que parece. De repente, tive a impressão que se eu voltasse para o Brasil, você não se importaria.
Ai. Aquilo realmente doeu. O grande problema da dor é que ela precisa ser sentida. Ele estava bem magoado comigo e eu nem tinha percebido. Eu estava tão arrependida, mas se tinha uma coisa que eu já sabia é que não valia a pena falar que eu estava arrependida pela burrada que eu tinha feito. Eu tinha que mostrar que o que ele estava pensando era completamente errado. Nada mais teria graça se ele não estivesse ali.
Me ajoelhei no sofá e fui engatinhando até onde ele estava. O abracei, mas ele não teve reação nenhuma. Aquilo me desanimou, mas continuei abraçada a ele sem dizer nada. Alguns instantes depois ele se remexeu no sofá e sua mão foi parar nos meus cabelos. Ele acariciou minha cabeça, descendo seus dedos até minha orelha, meu maxilar e minha nuca. Levantei meu rosto, tentando focar nossos olhares. Aquilo sempre dava certo, mas ele desviou o olhar quando eu o fiz.
Coloquei minhas duas mãos em seu rosto e o fiz olhar para mim. Dessa vez ele não tentou desviar e seus olhos focaram diretamente nos meus. Nenhum dos dois disse nada, mas nada precisava ser dito. Eu queria que ele enxergasse que eu estava arrependida e felizmente, ele enxergou. Minhas mãos continuavam em seu rosto e ele colocou as dele no meu. Se aproximou ainda mais e roçou nossos lábios. Eu suspirei e deixei Pedro guiar o beijo.
Suas mãos foram parar na minha cintura enquanto nos beijávamos e ele passou a acariciar ali. Nossas línguas se chocaram e ele apertou minha cintura com uma mão e minha bunda com outra. Me deitou no sofá sem desmanchar o contato de nossos lábios e colocou minha perna entrelaçada em sua cintura, a alisando. Eu sabia o que iria acontecer quanto mais aquilo continuasse e eu estaria mentindo se dissesse que não queria.
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Eu Te Amarei - Completo e Revisado
RomanceO amor é uma coisa doida mesmo. Todos, em uma parte da vida, estão a procura dele. Uns rastejam e se humilham. Sofrem até demais. Mas outros, dão a sorte de achar o "amor perfeito" na primeira vez em que tentam. Mas nunca é fácil de se manter um sen...